Cinquenta e quatro.

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Grazi narrando.

Os dias se passaram voando, e por incrível que pareça a adaptação de Aurora com VT era incrivelmente ótima. Parecia que ela já o conhecia.
Eu realmente estava feliz, muito. Eu e WP vivemos em DR, acho que isso possa ser normal, né?
Inaê: o que houve? - disse se ajeitando na cadeira. - última vez que viemos por aqui, você veio me dá lição de moral. - disse abaixando os ombros, e eu sorri fraco.
Fiquei calada por uns minutos, analisando toda a minha trajetória, mas eu estava por um fio de surtar.
Inaê me olhava, com uma certa dúvida. A mesma ergueu a sobrancelha e tocou na minha mão, me tirando do certo transe em que eu estava.
Inaê: então? - falou baixo, tomando um gole de capuccino.
Grazi: eu acho que estou grávida. - murmurei. A mesma se engasgou, e me olhou atenta.
Inaê: MEU.DEUS. - gritou um um tom fino. Todos nos olharam. Apenas neguei. - desculpa. - disse colocando a mão na boca, enquanto a mesma fazia um 'O' perfeito.
Grazi: eu. bom. não tô sabendo o que fazer. - senti minha garganta travando. - VT vai me matar, e eu com WP não tá lá essas coisas toda. - suspirei, prendendo o choro.
Inaê: fica calma. A gestação não é um bicho de sete cabeças. - ela riu, pensativa. - mas também não é toda perfeita. Primeiro, tem que fazer o teste, pra depois poder surtar. - apenas concordei.

[...]

VT narrando.

Vocês estão ligados no quanto é foda essa sensação de ser pai? Puta que me pariu. Eu fico todo boiola quando essa mini gente vem me chamando de papai.
Nossa aproximação tem sido ótima, graças a Deus e eu me sinto um novo homem. Inaê tem sido uma ótima pessoa, pô. E eu tento ao máximo ser o melhor pra ela. Sinto falta, tá ligado? De quando éramos nós dois, que não tinha pra ninguém, quando ela me amava e pá.
Aurora: quelo sorvete. - chegou, pulando. Neguei. - vai papai, sorvete. - fez bico.
VT: sua mãe vai matar a gente. - peguei no nariz da mesma, que resmungou.
Aurora: mas eu quelo. - fez cara de choro.
VT: não chora não em, que eu te largo na rua. - ela me olhou séria, e cruzou os bracinhos.
Aurora: e eu grito. - encarei ela, que abusada.
VT: daí você não ganha sorvete. Como vai ser? - ergui a sobrancelha. Ela bufou e me deu a mão.
Fomos até a sorveteria de seu Bené, Aurora fez a farra.
Tô até vendo o sermão de inaê no meu ouvido. Suspirei.
Logo vi o carro da mesma se aproximando, agora pronto.
Aurora: mamãe. - foi até a porta da sorveteria. Essa garota me lasca mesmo.
Fiquei observando todos os movimentos, logo vi a mesma entrando ali com Aurora no colo, e acompanhada de Graziela.
Inaê: eu te falei que não podia. - ela me encarou, e eu resmunguei.
VT: essa mini gente estava me ameaçando. - Inaê me olhou pasma. - Qualé, ela disse que ia gritar.
Inaê: ela é uma criança, Victor. - rebateu. - você tem que impor limites. - fechou a cenho.
VT: eu não vou debater com ela. - apontei pra Aurora, que me olhava animada. - você não vai me defender? - apontei pra ela.
Aurora: não, papai. - riu, se escondendo.
Inaê: eu não vou discutir com você. - apontou o dedo pra mim. - depois eu vejo o que faço contigo.
VT: um beijo está bom. - ela me olhou com cara de poucos amigos, e negou, saindo dali.

Entre nós: Amor e crime.$2 Onde histórias criam vida. Descubra agora