Cinquenta e três.

1.4K 61 2
                                    

Inaê narrando.

Uma semana depois.

Grazi: mas você já parou pra pensar que a Aurora pode ser a mudança que tanto esperamos do VT? - encarei Graziela, não acreditando que estávamos tendo aquela conversa de novo.
Inaê: ou não. - dei de ombros, colocando o sorvete na boca de Aurora.
Grazi: você deveria dá uma chance. Até porque, ela é filha dele também. - encarei Grazi. - não me olhe assim, você está sendo egoísta. - abri a boca pra responder, mas a mesma me interrompeu. - me poupe do seu discurso, não é porque você agora é de classe alta, que eu não posso falar as verdades. Você foi egoísta com todo mundo ao seu redor, a partir do momento em que você prometeu que não iria fazer nada de grave.

Estávamos no shopping, viemos comprar algumas coisinhas e no final, estamos aqui na praça de alimentação, e eu levando bronca.
Até hoje não consegui levar Aurora pra conhecer VT. Uma parte de mim não queria, e a outra, queria. E eu estava assim, em constante luta com minha própria consciência.
Respirei fundo. E olhei para a mesma, que ainda sim, aguardava minha resposta.
Inaê: você não entende. - falei, começando a arrumar minhas coisas.
Grazi: não entendo o que, inaê? A parte que vocês se amam, tem uma filha, mas só porque estão separados, você quer tirar o direito dele conhecer ela? - ergui uma sobrancelha. Essa conversa está me tirando do sério.
Inaê: você não entende, porque você não tem filhos. - falei séria. - você não entende, porque sua vidinha com WP é perfeita. - ela me olhou, e eu continuei. - você não entende, porque eu só quero dá uma vida perfeita pra Aurora. E no que depender de mim, ela vai ter. - encerrei essa conversa pegando minhas coisas e Aurora no colo.

Nem esperei a mesma e já fui pra fora do shopping, eu estava farta. Quem eles achavam que era pra opinar em tudo? Peguei o primeiro táxi que apareceu e fui pro apê que eu estava ficando.

Assim que chegamos, paguei o mesmo e fui entrando.
Meu celular começou a tocar. Mais uma alma pra atentar minha vida.

Começo de ligação.

Inaê: se for briga, ligue mais tarde. - atendi sem ao menos ver quem era.
VT: tô na paz. - meu coração acelerou. - posso trocar um lero contigo? na humilde.
Inaê: onde? - fechei os olhos, tentando manter minha respiração controlada.
VT: se possível, agora. - olhei pra Aurora. - fica tranquila porque não vou pegar nela sem a tua autorização. - abri a boca pra responder, mas não saiu nada. - podemos ou não? - "sim", foi a única coisa que saiu.

Fim de ligação.

Eu mal respondi e o mesmo já se encontrava ao meu lado. Ele pegou as sacolas e a bolsa de Aurora e adentrou no elevador.
Eu não tinha reação, e Aurora olhava atenta a ele.
Que cacete.

Inaê: espero que seja muito importante. - falei, assim que entramos no apartamento, e colocando Aurora no chão.
VT: tô levantando bandeira branca. - suspirou. - eu tô tranquilo em relação a tudo, só não com a nossa relação. - encarei ele, enquanto o mesmo observava Aurora. - não tô pedindo pra voltar pô, só quero uma trégua entre nós, porque eu quero fazer parte da vida dela. - Aurora entregou um brinquedo ao mesmo.
Inaê: o que me garante que você não tá querendo me sacanear? - o mesmo negou. Que estranho essa reação.
VT: Inaê, eu mudei cara. Aquele moleque de anos atrás, morreu lá. - apontou pra trás. - eu já te disse, você faz o que quiser da tua vida, mas eu só quero fazer parte da vida dela. - concordei.
Inaê: tudo bem, tá certo. - falei atordoada.

Entre nós: Amor e crime.$2 Onde histórias criam vida. Descubra agora