VT narrando.
Era uma loucura. Aquela mulher estar ali, e a poucas horas, eu querendo matar ela. Mas olha onde eu estou? Agarrado na cintura dela, e cantarolando no ouvido dela.
Essa era a minha mulher, a mulher que eu tinha orgulho de falar pra todos que era a MINHA patroa. Ela me tinha como nenhuma outra teve. Mas que diabos eu tava pensando? Tô de marola.
Gago: ave maria, voltem logo. - gritou, chamando a atenção do pessoal.
Inaê ficou sem graça, e se distanciou.
Eu tinha mó saudade do tempo em que éramos nós. Mas quando ela me largou, me transformei em algo ruim, para que ninguém mais pudesse se aproximar e sacanear comigo.
Junin: e aí chefe.. - se aproximou. Moleque sangue bom. -
VT: fala tu, minha cria. - fizemos um toque.
Junin: pô irmão, eu só vim atrás da mina aí - apontou pra Inaê. - a mãe dela tá atrás.
Inaê: o que foi? - apareceu do nada.
Junin: dona Conceição pô, não falou o que era, só tava apavorada e querendo que viesse atrás de tu. - ele disse sem importância.
A feição da Inaê mudou na hora, e mal pude perguntar o que era, a mina já tinha saído voada.Inaê narrando.
Eu sabia que era uma má ideia ter vindo nesse baile. Lá me vem mais dores de cabeça.
Sai dali num piscar de olhos, nem eu sabia que tinha essa velocidade toda. Eu já me tremia toda, não era possível ter acontecido algo com minha Aurora.
Cheguei no portão de casa e minha mãe estava ali, toda nervosa.
Respirei fundo, tentando manter a calma. Mas que calma? Era impossível.
Inaê: o que houve? não foi nada com a Aurora né? - falei preocupada.
Conceição: ô minha filha, eu não queria ter atrapalhado. Mas já dei tudo quanto é remédio e a febre dela não passa. - franzi o cenho.
Ela tava boazinha, não tô entendendo.
Apenas concordei, e fui em direção a minha filha.
São por esses pequenos detalhes que eu não saia, Aurora é muito apegada e qualquer coisa dá febre e essas coisas toda.Achei a mesma no sofá, embrulhada e assistindo um desenho. Minha neném parecia que estava queimada do sol, um pimentão.
Aurora: mamãe. - esticou os bracinhos.
Inaê: mamãe tá aqui. - peguei a mesma e aninhei no meu colo. - tá doendo aonde? - ela apontou pra barriguinha.
Conceição: melhor levar pro hospital, não? - sugeriu.
Inaê: tem quanto tempo que a senhora deu o remédio, mãe? - perguntei, fazendo massagem na barriga de Aurora.
Conceição: tem uns 15 minutos. - olhei pra minha mãe sem acreditar. - O que?
Inaê: e eu achando que tinha horas de remédio. - suspirei.
A maternidade era complicada, e com tudo que está acontecendo, tá pior ainda.
Peguei Aurora no colo e fui pra cozinha, preparei o leite da mesma e fomos pro quarto.
Deitei ela na cama, e dei a mamadeira, e comecei a me despir. Estava cansada. Aquela noite está ótima pra mim.
Fui ao banheiro e tomei um banho, escovei os dentes e sai dali enrolada na toalha.
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Entre nós: Amor e crime.$2
Teen FictionA vida nunca foi fácil, e não será agora que irá ser. Uma história conturbada, cheia de emoção, ódio, rancor, mas o amor sempre vence tudo. Inaê, doce e amada por onde passa. Victor, odiado e destemido por toda favela. Será o que o destino planeja p...