Quarenta e um.

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VT narrando.

Eu tava muito puto, com tudo que tava acontecendo. Tudo mesmo, desde a parte que a Bruna veio de caô, até agora em que ninguém sabe do paradeiro da inaê. Minha mente tava um caos.
Grazi chegou e foi direto falar com WP, a mina nem falava comigo mané, mas pelo jeito dela, tava nervosa.
Fiquei só na tocaia, pra saber o que tava acontecendo.
Chamei um pivete e mandei ele logo ficar na porta pá escutar qual foi o caô.
Depois de uns minutos, o mlk chegou.
Tiaguin; ô chefe, papo de que sua muie foi embora do Brasil. - encarei o mesmo.
Me levantei puto. Então essas porra tava sabendo de tudo e não me falou nada? Que porra é essa, irmã?
Entrei no quartin onde WP tava virando no capeta. Os dois quando me viram ficaram pálidos.
VT: qual o caô aí? Bora, solta logo. - eles se entreolharam.- bora porra.
WP: fala tu. - empurrou Graziela.
Grazi: tu nera o macho? - resmungou. - ontem eu estive com inaê, e ela tava pedindo ajudar pra poder ir embora do Brasil. Falei que não ia ajudar porque você era meu irmão, até então ela disse que tinha tirado essa ideia da mente. Hoje liguei pra ela, e ninguém atende, fui no apê onde ela tava, e o porteiro disse que ela saiu com umas 6 malas. - falou de uma vez.
Franzi o cenho, tentando raciocinar, parecia que eu tinha sido apunhalado pelas costas. Agora sim meu mundo tava desmoronando. Por causa de quem? Da rapariga da Bruna.
Sai sem falar nada, eu não tava com cabeça. Eu queria matar um. Qualquer um que aparecesse na minha frente.
E bingo.
O diabo tá doido querendo ver o circo pegar fogo.
Tava saindo da boca quando eu vejo aquela satanás na minha frente.
Já catei ela pelos cabelos, enquanto a mesma gritava. Eu tava cego. Possuído pelo ódio. Ela ia aprender a mexer com muié minha.
Bruna: o que eu fiz, me solta. - gritava, já chorando.
VT; tu num é mulher pra mexer com muié minha? Agora você vai aprender a mexer. Por causa de você, ela foi embora caralho. Por tua culpa. - joguei ela na sala da tortura.
Bruna: minha? E eu tenho culpa se você tem a carne fraca? Se você é um Zé Mané? - meti o murro na boca dela. - é isso que você é, Victor. Um garotinho cheio de medos, fraco. Não honra nem quem tá do teu lado.
Meu ódio subiu, e eu comecei a bater nela sem dor, era murro, chutes, e a vadia não tinha nem forças mais pra gritar.

[...]

Sai do quartinho todo lavado de sangue.
VT: eu quero que mate. Pode fuzilar sem dó. - falei com ódio na voz. - se vocês achar que ela tá viva, pode fuzilar de novo, vai que essa praga revive.
Xxx: sim senhor, chefe. - saiu um dos moleque.
VT: eu quero que vocês vem comigo. - Apontei pro gago, xispa e WP.
Sai calado, dando passos largos, eu precisava saber da minha mulher, e o mais importante, do meu filho.
WP: pô mano. - fiz sinal pra ficar calado.
VT: tuas desculpas e trairagem, guarda pa tu, pode crê? - ele ficou calado, só concordou.
Gago: qual o plano, irmão? - encarei os mesmo.
VT: o paradeiro da minha mulher. Quem teve contato esses últimos dias, todo mundo. - xispa concordou. - quem tiver ficha limpa, vai até no inferno encontrar ela. - encarei WP. - você e Graziela caiu no meu conceito. Nunca pensei que vocês iriam ser pilantras assim. Sou errado, mas nunca fiz isso com vocês.
Nem deixei o mesmo responder e sai dali a mil. Minha mente tava a mil.
Cheguei na casa da dona Conceição, ela me olhava sem entender, e com uma carta na mão.
Conceição: ela foi embora, filho. - segurou o choro. - ela disse que não aguentava mais viver isso tudo. Que não queria sofrer, que aqui ela só sofre e ela precisa viver bem por causa do meu neto. - uma lágrima escapou pelo rosto da mesma. - o que aconteceu, meu filho? Ela parecia tão bem.
VT: eu sou um bosta, tia. - falei, fraquejando. - eu não fui homem o suficiente pra fazer ela feliz.

Entre nós: Amor e crime.$2 Onde histórias criam vida. Descubra agora