Sete.

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Inaê narrando.

Eles me deixaram no shopping com cartão e saíram. Disseram que não ia demorar muito. Lá vai eu com esse cartão sem limite.
Fui em várias lojas, mano, quanta coisa.
Não comprei muito, só o básico. Comi. Fui no cinema.
Fiz de tudo um pouco hahahaha.
A hora passou ligeiro. Logo Grazi tava me mandando mensagem, era exatamente 00:30h...
Sai com minhas bolsas.
WP: Carai mano, se demorasse mais um pouco, eu tava falido. - revirei os olhos.
Inaê: Tem que da graças a Deus que tem uma amiga igual à mim. - eles riram.
Grazi: Obrigada, amiga. Você é nota dez. - mandou beijo.
Me gabei e fomos embora.
Inaê: essa é a hora que eu vou ter que mentir sobre essas compras né? - Grazi concordou, entrando na casa e levando algumas sacolas minhas.
Bufei. Entrei na dificuldade e logo vi ele lá na sala.
De bermuda, chinelo, cabelo molhado e sem blusa. Tava assistindo o jogo.
VT: pelo menos cumpriu com o horário. - disse, ainda olhando pra TV.
Grazi: Descumpro horário aqui na favela. - disse sem da importância.
Inaê: Nem espera a gente chegar e já começa de graça. - resmunguei.
VT: Pra não perder o costume. - nos olhou e ergueu a sobrancelha. - Tempo até pra fazer compras.
Inaê: Pra não perder o costume. - Dei uma piscadela, e ele deu um sorrisinho de lado. Concordando.

[...]

Comi mais um pouco, e ficamos lá, assistindo filme.
Grazi já tava era morta no colchão que estava no chão. VT assistia o filme atento em cada cena.
Estávamos assistindo filme de terror, nem prestei atenção no nome, mas era uma loucura que só.
Eu como uma boa cagona, já tava morrendo.
VT: quer mudar? - falou do nada, me fazendo assustar. Encarei ele, e neguei.
Inaê: Tá tudo bem. - ri fraco.
VT: Tá quase tendo um troço ai. - disse, analisando. Bufei.
Inaê: para de graça. - ele concordou.
Ficamos em silêncio. E por incrível que pareça, não estávamos querendo nos matar. Ele era um gato! Nunca tinha parado pra reparar, mas, que isso Deus?
Deve ser alguma prova de Jesus, querendo saber se eu caio em tentação.
"Que isso, Inaê. Vocês vivem querendo se matar, que pensamentos são esses?"
Logo desviei meus pensamentos. E lá estava ele me encarando, fechei a cara e o mesmo riu. Mandei dedo.
VT: doida de droga. - Disse, parando de rir.
Inaê: convivência com você. - ele me encarou.
Em um piscar de olhos, ele estava perto de mim. Olhei sem entender, e ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.
Sentir aqueles dedos me tocando, me deu um certo choque. Vocês me entendem?
Nunca havia me acontecido isso. Choque? Nem sabia que isso acontecia.

Entre nós: Amor e crime.$2 Onde histórias criam vida. Descubra agora