Quarenta e nove.

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Inaê narrando.

Algo me dizia pra olhar pra trás. Mas minha consciência não deixava. Eu estava pressentindo um caos a partir do momento em que eu olhasse para trás.
Respirei fundo e avistei um táxi. Fui em passos longos até o mesmo e pedi para que me levasse ao shopping.
Olhei para trás e vi ele ali, com WP e Grazi. Meu coração parecia que ia sair pela boca ou parar a qualquer momento. Eu não estava preparada para aquilo. Senti minhas mãos ficarem trêmulas.
Meu Deus. O que diabos eu perdi aqui?
Motorista: você está bem? - disse me olhando pelo retrovisor. Apenas concordei. Eu não estava bem, eu estava eufórica, em pânico.
O mesmo me entregou uma garrafinha de água, e eu tomei em menos de um minuto. Respirei fundo, eu precisava manter a calma.
Meu celular começou a tocar, número desconhecido. A não.
- Começo de ligação.
Inaê: vocês me deixem. - falei em um sussurro, nervosa.
VT: você sabe o que eu quero, é simples e fácil. - revirei os olhos, escutando aquela voz gostosa da porra. Bufei.
Inaê: Não. - falei rápida e com raiva. - ela está bem sem você.
VT: você tá tirando o meu direito, porra. - falou estressado. - tô tentando entrar em um acordo, mas tá difícil. Vou ter que ir no Copacabana palace buscar ela com aquele engravatado filho de uma puta? - senti um calafrio percorrer pelo meu corpo. - ela é minha filha também.
Inaê: se você tocar um dedo na MINHA filha, você vai se arrepender. E no documento não tem nada que comprove que você é pai dela. - ele ficou em silêncio. - eu acabo com você, VT.
VT: que comece os jogos então. - falou debochado.
- Fim de ligação.
Isso era algum tipo de pecado que eu estava pagando? Porque não era possível.

[...]

Cheguei no hotel e fui direto para o meu quarto. Quando vi Aurora meu coração ficou mais calmo, por aqui estava tudo muito tranquilo.
Olhei para Adrian que parecia pensativo até demais.
Inaê: o que houve? - falei, enquanto alisava os cabelos de Aurora.
Adrian: aquele teu ex me ligou. - falou intrigado. - disse que me dá 5 horas pra sumir do Brasil. - neguei, rindo de nervoso.
Inaê: você não vai, não é? - ele me olhou assustado. - Adrian, pelo amor de Deus. - implorei.
Adrian: você deve ter esquecido que estamos em territórios em que ele tem o comando de tudo né? - bufei. - ele disse que tem dois caras em frente ao hotel, que tem permissão pra entrar e caso eu não faça o que ele mandou, vão me matar. - ele me olhou nervoso. - caraca, a gente mandou muito mal em ter vindo aqui. - ele riu, sem graça.
Inaê: que cara escroto. - fiz careta. - ele é um pé no saco.
Adrian: está tudo bem, minha dama. - beijou minha testa. - vou estar te esperando em casa. - concordei, chateada.
Quando eu pegar o VT, vai ser só sequência de murro no nariz dele.

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