Trinta e um.

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INAÊ NARRANDO.

Foi uma noite terrível. Tinha tempos que eu não tinha pesadelos, mas essa noite resolveu voltar.

"Eu corria pelas vielas escuras, era noite, o tempo fechado, muitos trovões avisavam que iria cair uma chuva fortíssima. Mas ainda sim, eu insistia em correr. Tinha alguém me perseguindo, uma voz rouca e uma voz que eu já havia escutado, mas não me lembrava de onde.
- Não adianta correr, Inaê. Eu vou te pegar. E você vai pagar por tudo que o VT nos fez passar."

Acordei com o coração a mil, transpirando mais que tampa de panela. Me tremendo. Olhei para o lado, e ele estava ali, tão sereno. Respirei fundo e fui até o frigobar pegar uma água, eu tava transtornada, que pesadelo horrível era aquele? Com certeza algum aviso.
Olhei pela janela da sacada, e parecia ter alguém ali, olhando diretamente para a nossa janela. Forcei um pouco a vista, mas algo havia acertado a janela do banheiro.
Quando eu olhei novamente, não tinha ninguém ali.
Devo está ficando louca. Não é possível.
Tomei minha água, e voltei para a cama, tentando dormir novamente.

[...]

Acordei primeiro que VT. Tomei um banho, fiz minhas higienes e sai enrolada na toalha. Ele ainda permanecia ali, dormindo tranquilamente.
Vesti uma roupinha leve, própria para o calor. Passei um hidratante, desodorante, perfume e um gloss.
Coloquei meu colar com meu nome e desci.
Grazi já estava na cozinha, bisbilhotando o que dona Jacira preparava para o café.
Inaê: posso falar contigo, Mandraka? - ela me olhou, fez careta e riu.
Grazi: claro que sim, patricinha de meia tigela - mandei dedo e ela veio. - o que houve?
Inaê: tive um sonho sinistro, nem se pode chamar de sonho, porque ó, um saco. - ela me olhou curiosa. - eu corria pelas favela e alguém vinha atrás de mim, um homem e uma mulher. Dizia que não adiantava eu correr que eles iriam me pegar e eu iria pagar por tudo que o VT fez eles passar.
Falei disparadamente. Meu coração parecia que ia saltar. olhei pra Grazi e ela parecia ter visto um fantasma.
Inaê: sem conta que quando eu fui beber água, fui olhar pela janela do quarto e parecia ter gente aqui em baixo olhando diretamente pro quarto em que estamos. - bufei. - tinha tanto tempo que eu não passava por esses pesadelos.
Grazi: menina, isso é coisa da mente. Você deve ter ficado assustada por conta do carro . - concordei, mas Grazi tinha ficado totalmente estranha. - tá tudo bem, ninguém vai deixar alguém te pegar amiga, principalmente o VT, tá maluca? - deu um sorriso nervoso.
Inaê: eu sei amiga. - concordei e encerrei o assunto.
WP : fala tu, minhas gatas. - chegou abraçando nós duas.
Inaê: E aí, irmãozinho. Dormiu bem? - ele concordou, dando um selinho na Grazi.
Galego: cadê o patrão? O bonito é o primeiro a pôr ordem, mas na hora de curtir que ficar dormindo. - todo mundo riu.
Inaê: eu vou lá chamar ele, galerinha do mal. - eles bateram palmas e eu fui até o quarto.

Entre nós: Amor e crime.$2 Onde histórias criam vida. Descubra agora