Quarenta e oito.

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VT narrando.

O bagulho era louco e o processo era mais lento ainda.
Minha vida tava o verdadeiro caos, e eu gostava disso. Minha cabeça tava a prêmio, um dos mais caros se não me engano, e isso era minha motivação de todos os dias. Era minha brincadeira favorita, deixar todos ao meu redor com ódio de mim. E dane-se, não tenho mais nada a perder.
Flavin: aê chefe, tá ligado lá daquele Bang? - encarei ele. - se pá, tá aqui no Brasil. - ergui uma sobrancelha.
A conversa tava boa demais para ser verdade. Já catei meu celular e entrei no insta, e tava lá uma foto da suposta cria que é minha. Toda linda, tá maluco???
Fui do céu ao inferno em questão de segundos, minha cabeça girou legal.
VT: chama WP pra mim, agora. - falei nervoso.
Flavin saiu dali voado, indo atrás do WP. Eu só sabia sentir meu coração acelerado. Eu tava nervoso. Tá porra.

_

WP: espero que seja importante, hoje e minha folga, seu baitola. - chegou resmungando. Joguei o celular pro mesmo.
Ele analisou o que via e me olhou pasmo.
VT: fiquei desse modelo aí também. - ele me encarava procurando palavras.
WP: tá porra. - passou a mão na nuca. - que moleca bonita viu. Mas aonde ela tá? - falou pensativo.
VT: fechando contrato com uma editora. Eu preciso encontrar ela pô, minha filha. Tô nem aí pra inaê não pô, ela que se lasque pra lá. - WP me olhava atento. Deve que nem tava acreditando nas minhas palavras.
Mas deveria, já se passaram três anos, me libertei de todo ódio que havia em mim.
W

P não disse nada, tava em dúvida até agora.

[..]

Inaê narrando.

Inaê: não posso ficar mais de uma semana. - falei olhando o papel. - tenho outros trabalhos além desse aqui. - falei óbvia. - não tem nem possibilidade de ficar mais de meses aqui, pelo amor. - falei, ficando nervosa.
Heitor: esse é o acordo. - falou dando de ombros. - se as outras marcas são mais importantes, desista. - encarei ele, segurando o riso.
Quem eles achavam que era? Me tirar lá do fim do mundo, pra ficar me tratando assim?
Respirei fundo e me levantei.
Inaê: quando você aprender a trabalhar com o público, conversaremos. Caso contrário, vou desistir sim! Não sou eu que estou falindo. Agora se me dê a licença, eu tenho uma cidade inteira pra visitar. - sai dali, carregando minha dignidade sem ao menos deixar eles responder.
Minhas veias pulsava, o ódio que eu estava sentindo não era pra menos.
Sai da editora sentindo uma movimentação estranha. Lá vem.
Peguei meu celular digitando o número de Adrian.
Tocou duas vezes e o mesmo atendeu.
- Começo de ligação.
Adrian: e aí? Como foi? - falou animado.
Inaê: uma merda. Tinha um garoto lá, Deus me livre, sem educação demais. - bufei. - não assinei contrato, queriam que eu ficasse mais de um mês aqui. - falei disparadamente. - Como está Aurora? - falei boba. Ela é tudo pra mim.
Adrian: está bem, fala com a mamãe. - incentivou a mesma.
Aurora: Tio Adian deu sovete.. - falou animada.
Adrian: sua mãe vai brigar com o tio. - falou no fundo e ela deu risada.
Inaê: se ela adoecer, eu arranco teus dentes. - ele riu. - daqui a pouco estou aí.
- Fim de ligação.

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