Trinta e quatro.

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6 meses depois.

Inaê narrando.

Tava tudo muito lindo, tudo mil rosas vermelhas. Vocês acreditam? Pois é, nem eu. Mas era a pura verdade.
VT estava sendo um amor, WP e Grazi continuavam firmes e fortes, porém, em um pé de guerra.
Lembram que eu estava tendo sonhos com frequência, de alguém me sequestrando e o escambau todo? VT descobriu, veio falar na minha mente e agora sou proibida de sair da favela sozinha.
Tem exatamente 3 meses que a bonita (menstruação) não desce, tô pra ficar doida, mas a gente finge demência né? Deve ter alguma coisa desregulada, porque eu e VT nos previne muito.

_

Acordei 14:30 com VT beijando meu pescoço, suspirei fundo e dei uma risadinha.
VT: vai me falar que não levantou nem pra comer, pô? - se afastou, me olhando.
Inaê: tô com sono. - bufei.
O mesmo me olhou com certa dúvida, e ficou calado.
VT: levanta amor, toma um banho que nós vai no asfalto. - encarei ele. - tô mandando o papo pô.
Revirei os olhos e me sentei na cama. Ele me olhava atento a cada movimento meu.
Calcei minha sandália e peguei minha toalha, indo pro banheiro.
Liguei o chuveiro, regulando o mesmo pra água ficar morninha. Enquanto a água aquecia, fui me despindo.

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Inaê: amarra aqui. - cheguei perto dele.
O mesmo amarrou meu macaquinho, e deu um beijo no meu pescoço.
Terminei de me ajeitar, calcei minha rasteirinha, peguei uma bolsa e coloquei meus pertences e um casaco, pois esse clima estava ameaçador.
Grazi: vocês demoram pra caralho. - bufou e veio me abraçar. - que cara de laranja podre.
Inaê: me acordaram. - falei sentindo uma tontura.
Grazi: misericórdia, se apoia aqui. - me segurou. - não comeu nada? - ri fraco concordando. - ê bicha, você não é assim
WP: cheguei, podem bater palmas. - desfilou.
VT: sai daí, seu baitola. - WP mandou dedo.
Fomos todos no mesmo carro, e mais dois carros atrás com os seguranças.
O trânsito tava um caos, o bom de shopping é que a qualquer hora do dia, eles faziam comida hahaha.
VT: você tá bem? - me olhou rápido, voltando a atenção pro trânsito.
Inaê: foi só uma tontura, VT. - o mesmo concordou.
Minha cabeça dava leves pontadas, ameaçando em doer a qualquer momento.
Deixamos o carro no estacionamento e fomos para o restaurante chiquérrimo que havia inaugurado ali no shopping. Só gente de grande porte andava ali.
Nossas reservas foram entregues, e aquelas mulherzinhas de quinta, faltava pular no VT e no WP. Paciência viu, Deus..

[...]

Inaê: isso aqui e muito chique. - comentei, enquanto os homens tinham ido acertar as contas.
Grazi: eu tenho é medo quando começa a agradar demais. - eu ri negando.
Inaê: você é muito desconfiada, amiga. - ela me olhou pensativa.
Grazi: qual foi a última vez que sua menstruação veio? - me olhou curiosa.
Subiu um frio na espinha, eu sabia que vinha conversa séria e eu não tava preparada pra isso. Meu estômago começou a embrulhar, eu não estava nem preparada pra pensar na hipótese que ela tinha em mente.
Respirei fundo, tentando não surtar, mas era quase que possível se não fosse os anticoncepcionais e pílulas tomadas diariamente.
Inaê: vai fazer quatro meses. - murmurei, sentindo tudo rodar. - mas nem vem com essas conversas.
Grazi: você sabe né? - neguei, tentando afastar esse pensamento.
Inaê: não é possível, Graziela. - falei mais pra mim do que pra ela.
Grazi: tudo é possível. - encarei ela, respirei fundo. - em casa a gente tira a dúvida.
Logo os meninos chegaram conversando sei lá o que e eu tava mais aérea do que nunca.
Minha cabeça girava e sempre voltava para a mesma pergunta.
SERÁ????? EU NÃO TÔ PREPARADA.

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