Capítulo um

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Fechei os olhos ouvindo o coro que  gritava o meu nome enquanto o baterista tocava o instrumento freneticamente, fazendo todos ficarem com certa ansiedade, inclusive eu

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Fechei os olhos ouvindo o coro que  gritava o meu nome enquanto o baterista tocava o instrumento freneticamente, fazendo todos ficarem com certa ansiedade, inclusive eu. A voz que saia do in ear, fazia a contagia regressiva que me indicaria a hora certa de entrar no show.

As batidas aumentaram, a guitarra entrou começando a ecoar seu som seguido pelo teclado e as luzes dos holofortes acompanhava o ritmo da música tocada, a plateia começou a contagem regressiva e os gritos aumentaram fazendo um sorriso surgir nos meus lábios. Eu amava aquilo.

Três, dois... Um — era minha deixa.

Joguei meu violão mas costas e corri para o centro do palco vendo a multidão pular e vibrar. Um arrepio subiu por meu corpo sentindo aquela energia me envolver. Era sempre a mesma sensação, do amor sendo transmitido para mim, gritos eufóricos que acertavam em cheio em meu coração e as lágrimas que escorriam nos rostos felizes simplesmente por me ver. Eu uma um filho da mãe muito sortudo.

— E aí! Los Angeles — gritei no microfone sorrindo e erguendo minhas mãos para o céu, sabendo que ela estava lá sorrindo para mim.

Os sons dos instrumentos foram cessando aos poucos indo para a melodia certa da música enquanto eu andava de um lado para o outro na beirada do palco pegando a mão do máximo de pessoas que eu conseguia.

Aquele era meu sonho realizado, o sonho que todos um dia disseram ser impossível tinha se materializado. O sonho que só ela acreditava que um dia se tornaria realidade.

— Foi demais! — Enzo, meu irmão/empresário pulou em mim assim que me despedi da galera que havia ido tirar foto.

Sorri, me jogando no sofá. Estava exausto. A adrenalina ainda corria por minhas veias e os gritos ainda faziam eco na minha cabeça.

Porém, isso não me impedia de parar. Logo me levantei, pois sabia que apesar de ser exatas duas da manhã eu tinha que pegar um avião e ir direto para Nova York onde iria fazer a trilha sonora de um desfile, às oito da noite daquele mesmo dia. Peguei um energético e seguido por seguranças e meu irmão, eu sai do local que acontecera o show entrando na minha van indo direto para o aeroporto onde meu próprio jatinho já me esperava.

Minha vida era assim, uma completa loucura. Foi a forma que encontrei para sair da depressão há dez anos atrás. Desde então, eu não parei. Temo parar e voltar para o poço escuro e triste que eu mesmo havia criado.

Era desgastante, cansativo e a quantidade de  energético e cafeína que eu tomava um dia iria me matar. Bem, se eu morresse minha mente ia parar de me atormentar pelo menos uma vez na vida.

Tudo por causa de uma promessa, uma maldita promessa que fiz antes de seu último suspiro. Eu era um adolescente, iludido e com um amor não correspondido, só descobri seus sentimentos por mim minutos antes de seu último respirar. Aquilo me quebrou, sugou minha alma fazendo eu virar um adolescente frio que vivia em seu quarto, sozinho encarando o lugar no cantinho do sofá que ela gostava de ficar me vendo jogar.

Ela era minha estrela. A estrela que me fez prometer que um dia eu encontraria minha lua. Uma lua cheia da meia-noite. Achei graça quando ela me disse tais palavras mas, depois eu entendi que ela queria alguém que fosse única para mim, diferente de todos as outras, ao contrário das estrelas que visivelmente eram todas iguais.

Mas ela era única para mim. A mais bela estrela que eu já tinha colocado os olhos.

Cansados de meus pensamentos, coloquei meus fones preparando-me para dormir um pouco porque até para dormir eu tinha que ocupar a mente.

Nova York

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Nova York.

Fazia muito tempo em que não vinha a cidade que nuncs dorme e fazia tempo que eu não andava na rua sem ser com a cabeça abaixada e com três seguranças na minha cola. As pessoas dessa cidade eram tão ocupados que Jesus podia passar do seu lado que elas não perceberiam.

No entanto, eu não estava afim de desfrutar da minha "liberdade" e preferi ir direto para o hotel onde, diferente das ruas eu fui reconhecido algumas vezes até chegar no meu quarto que eu sempre dividia com Enzo.

Tomei um banho e como todos os outros dias de minha vida eu troquei a noite pelo dia e até preferia assim.

Dormi até às cinco da tarde e sem botar nada no estômago eu segui para o local onde aconteceria o evento, precisava ver pelo menos um ensaio para saber o que iria acontecer e para ter noção de espaço.

Chegando lá, nada estava acontecendo ainda, apenas algumas garotas andando de um lado para o outro. A entrada pelo fundo estava mais calma, foi por lá que James — meu segurança mais antigo — decidiu que eu devia entrar. Só que, a fome estava muito grande e quando avistei uma lojinha que tinha do outro lado da rua meus pés se mexeram em sua direção.

Parei quando a mão grande de James me puxou.

— Ei! — me virei para ele, erguendo a cabeça para encara-lo — Relaxa, grandão só vou comprar alguma coisa pra comer.

— Eu vou para o senhor — me soltei de seu aperto, era uma merda ter um segurança que te conhecia desde de moleque.

— Não sou criança, James.

— Mas tem o tamanho de uma — mostrei o dedo para ele e sai correndo.

Entrei no local junto com uma mulher, uns cinco centímetros mais baixa que eu e de cabelos loiros escuro. Foi tudo o que vi pois meus olhos fitaram a salada de fruta, a única que tinha. Tinha dado sorte.

— Olá, quero a salada de fruta.

Infelizmente, minha voz não foi a única a ser ouvida.

Tudo Pela Fama. {completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora