capítulo doze

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— Não estou acreditando — Mili me encarou vendo eu pegar minha bolsa que estava em cima da cama

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— Não estou acreditando — Mili me encarou vendo eu pegar minha bolsa que estava em cima da cama.

— Não estou falando que já aceitei, Milene. Só... Vou conversar — disse, me virando para ela vendo-a de braços cruzando e encostada no móvel que estava ao lado da cama.

— E o que te fez querer fazer isso? — engoli seco, tentando me convencer que aquele era um bom motivo.

— Minha mãe, me ligou ontem. Meu pai passou mal, foi pra o hospital e dependendo do resultado dos exames eu vou precisar de mais dinheiro, Mili — desviei meu olhar para o chão— Dinheiro para pagar remédios e tudo o que ele precisar. Até se tiver que contratar alguém para cuidar dele. Eu... Só quero ajuda-lo.

— Aí meu Deus! — levou a mão até a boca, eu sabia que ela gostava muito deles. Meus pais tratavam-na como uma filha.

— Espero que não me julgue, porquê mesmo se me julgar eu não vou mudar de ideia. A menos que tenha dinheiro para me emprestar — ela não respondeu e eu entendi — Obrigada.

Devagar, ela veio até mim abraçando-me pela cintura. Respirei com força retribuindo o gesto. Meu pai era a pessoa que eu mais amava no mundo e eu faria de tudo pra tê-los por muitos anos do meu lado. Faria de tudo pra que ele tivesse o conforto que sua idade pedia até mesmo aceitar uma ideia totalmente egoísta que me faria ter mais dinheiro, mentir sobre sentimentos e botar tudo em risco.

Minha mãe ficaria irada e com certeza daria um jeito de conseguir mais grana mas, não poderia arriscar a saúde de meu pai.

Eu ganhava bem mas não o suficiente para alguma um imprevisto, como uma doença grave. Eu não podia deixar nada faltar, me culparia pelo resto de minha vida se algo acontecesse sabendo que eu poderia ter impedido e não fiz por medo. Minha família tinha histórico de doenças respiratórias e cardíacas e claramente o tratamento não eram nada baratos.

Eu sabia que tinha algumas soluções que poderia ser tomadas como um empréstimo ou algo assim porém, também sabia que não poderia conseguir um tão fácil e com a ajuda de Arthur eu poderia muito bem ganhar um pouco mais de verba com os contratos que eu conseguiria estando com ele.

Estar com ele. Estar com alguém, com certeza era um dos meus maiores medos. Eu não o conhecia e muito menos sabia de suas intenções mas sabia me defender agora, se eu precisasse.

Não que fosse um medo bobo. Otto é um medo real, por mais que ele não participasse mais da minha vida. Ele estragou toda minha vida, minha infância e minha adolescência. Não era um medo bobo e eu sabia disso.

Porém, não poderia me corroer pra sempre. E tinha que encarar novas coisas por mais que o sentimento medonho ainda né invadisse todas as noites antes de dormir.

— Ele vai ficar bem — sorri.

— Eu sei que vai, ele é forte.

Nos afastamos de seguimos para um andar a baixo do meu, me aproximei da porta e dei duas batidas. Alguns segundos depois a mesma foi aberta por um homem enorme, tive que levantar a cabeça para encara-lo. Dei alguns passos para trás, olhando-o de cima em baixo. O cara era assustador.

— O que deseja? — perguntou.

— É... Eu... Eu quero — ele cruzou os braços em frente ao peito — Quero conversar com..

Nem precisou de terminar de falar para Arthur aparecer no meu campo de visão atrás do que eu julgava ser seu segurança. O cantor abriu um sorriso enorme vindo em minha direção oferecendo-me a mão que não pensei duas vezes antes de pega-la.

— Não assuste a Meggie, James — o homem riu.

— Não foi a intenção, desculpe-me — ele sorriu e passou por mim ficando ao lado da porta com todo aquele seu tamanho.

Sorri sem graça para ele antes de ser puxada por Arthur para dentro do quarto. Grudei em Milene antes que ele fechasse a porta e nos direcionasse para a sacada. Me sentei na cadeira ao lado de minha amiga e não demorou para que Enzo aparecesse se juntando a nós.

— O que te traz aqui, modelo? — perguntou, Arthur. Eu sabia que ele tinha a consciência da minha presença em seu quarto de hotel.

— Eu.. queria conversar sobre aquela proposta — me meci desconfortável, colocando as mãos juntas sobre a mesa.

— A de ontem? Sobre o plano de mais fama? — assenti.

— Ótimo, então... O que quer saber? — Enzo perguntou, juntando as mãos sobre a mesa assim como eu.

— Como que isso funciona? Quais são as regras? Não vou me meter em um lugar que não sei nada sobre.

— Ah — Arthur me olhou — É simples, nós vamos passar um tempo jogando pistas para os fãs. Fotos, vídeos, clipes... depois iremos assumir nosso relacionamento e fazer de tudo pra que aos olhos dos outros seja o relacionamento perfeito. Acredite, isso vai nos trazer muito reconhecimento por meio de fãs clubes.

— E depois? Paramos de postar as coisas do nada ou também vamos fingir uma briga para separar?

— Calma lá! Isso se decide com o tempo, não é algo assim. Não se preocupe com isso — o empresário riu.

— Gostamos de ter tudo sobre nosso controle — Milene informou fazendo os dois olharem para ela.

— Ok — Enzo estralou a língua — Que tal colocarmos um prazo? Cinco meses?

— Seis meses — Arthur corrigiu.

— Quatro — Mili propôs.

— Cinco meses — Enzo rebateu novamente — É o melhor e todos sabemos disso.

— Tanto faz o tempo — disse — Quero regras.

Arthur franziu o cenho mas fez um sinal com a mão me incentivando a continuar a falar. Olhei para Mili antes de começar a falar:

— Fotos e vídeos postadas somente com o consentimento dos dois; ninguém pode saber, nem os nossos pais — engoli seco — E não quero ter contato mais... Íntimo. Sem toques, sem abraços e sem beijos.

— Que clichê — Arthur revirou os olhos — Como vão acreditar se eu não toca-la?

— Só com fotos sorrindo não vai rolar, sinto te informar — o empresário me olhou sério.

Milene segurou minha mão por debaixo da mesa, incentivando-me.

Torci o lábio dando-me por vencida.

— O.k, só me avise quando for até segurar minha mão ou sei lá. Não gosto de ser pega de surpresa — ele não respondeu, me encarou olhando nos fundos dos meus olhos. Forcei um sorriso.

— Tudo bem, eu posso te avisar e posso até tentar não fazer muito — agradeci balançando a cabeça.

— Vai aceitar então? — Enzo perguntou — Fácil assim?

— Se quiser que ela complique posso dar um jeito — Milene sugeriu e ele negou rápido.

— Eu aceito — me levantei, tentando me convencer que aquela era minha melhor opção — Começamos quando?

— Agora?

— É, tirem uma foto do mesmo ângulo ou mesmo lugar e postem. Logo os fãs irão perceber que estão juntos — olhei para Arthur que já se levantava pegando seu celular.

— Isso vai ser divertido, Meggie. Vai ver.

Talvez iria ser mais fácil do que eu imaginava.

Tudo Pela Fama. {completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora