Capítulo trinta e dois

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MEGGIE SLOW - três meses para o fim do contrato.

- Está pronta? - Milene perguntou.

- Não - riu - Nunca anunciei um namoro. É só uma foto mas... Argh!

Me afundei ainda mais no sofá olhando para o celular, onde daqui alguns minutos estaria cheio de notificações. Estávamos apenas esperando Arthur que estava fazendo uma seção de fotos para uma loja que o contratou.

As gravações tinham acabado e daqui uma semana o clipe seria lançado, o que significa que iriamos embora daqui uma semana e só de pensar nisso eu sentia meu coração se apertar. Mas a saudade que eu estava sentindo de meu pai, mãe e do meu gato era bem maior que a vontade de ficar curtindo com um cara em segredo.

E falando no cara...

Arthur apareceu, abrindo a porta depois de bater. Atrás dele veio Enzo com sua carranca de sempre que eu já estava mais que acostumada.

O cantor se sentou ao meu lado depois de cumprimentar Mili, quase me beijando na frente de todos o que me fez recuar. Nessas últimas semanas ele parecia não se importar com o fato de estarmos tendo um caso em segredo, parecia de esquecer que era tudo uma mentira.

E como eu esperava, assim que postamos as fotos de nós dois nos "beijando" milhares de comentários, likes e compartilhamentos em menos de dez minutos. Ainda não acreditava que estava fazendo aquilo. Lembro-me do que dia em que tiramos a foto, tivemos que fingir estar desconfortável fazendo tal coisa já que os empresários estavam presentes. Arthur até fingiu uma careta quando se afastou de mim mas quando estávamos sozinhos no final do dia não me soltou por um minuto sequer.

Era bom ficar com ele, nos abrimos um para o outro e Arthur até me contou sobre Anne. O básico, mas eu sabia que tinha algo a mais que uma história triste de amor. Era lindo a forma como ele falava dela, os olhos brilhavam cada dez que contava alguma história dos dois.

Com o objetivo cumprido, Enzo e Milene saíram deixando nós dois a sós para gravarmos um vídeo sobre o lançamento do clipe.

O cantor pegou meu celular da minha mão quando iniciei para gravar.

- Depois - resmungou - Já tem uma semana que não ficamos sozinhos.

Gargalhei, colocando a mão no peito dele já que o mesmo se inclinava em minha direção fazendo-me deitar.

- Meggie - resmungou, se jogando em cima de mim abraçando minha cintura, passei meus dedos entre seus cabelos ficando em silêncio alguns minutos - Você cheira a jacintos.

Sorri, enrolando as mechas dos fios nos meus dedos.

Arthur se remexeu suspendendo seu corpo pelos braços, encarando-me.

- Conheço um lugar - levantei uma sobrancelha - Posso te levar lá?

- Ah.. não sei - gargalhei, vendo sua careta - Está bem, pode me levar.

O cantor sorriu e me beijou ternamente fazendo meu estômago revirar, o que estava acontecendo sempre que ele me tocava. Gravamos o vídeo, contando uma história de como nos conhecemos e nos apaixonamos.

Na porta antes de abri-la, me puxou mais uma vez pela cintura descansando a mão no meu rosto descendo o polegar para baixo e para cima na minha bochecha.

- Te pego as oito.

- Enzo e Milene?

- Eu dou um jeito - beijou minha testa - Até mais tarde.

As oito em ponto abri a porta para Arthur, permiti-me admira-lo. O cantor vestia uma camisa de gola alta preta, uma calça da mesma cor, jaqueta jeans e tênis branco.

- Eu sei que estou lindo - se gabou, joguei minha cabeça pro lado sorrindo.

- Está mesmo - seu sorriso aumentou e ele passou os olhos por mim. Eu vestia um vestido vestido vermelho, midi de manga três quartos. Nada demais.

- Você está... Como uma musa - também sorri, ao fechar a porta.

- Musa? - ele assentiu me conduzindo até o elevador.

Me surpreendi quando vi James abrir a porta para nós dois. Ele era o único que eu tinha certeza que sabia que eu e Arthur não éramos apenas namorados de mentira para milhares de pessoas. O carro parou no porto e eu semi fechei os olhos para Arthur que apenas me ajudou a subir no barco.

Estávamos na mesma praia que gravamos o clipe, só que do outro lado. E fiquei alguns segundos encantada com o restaurante que havia... No meio de uma ilha! Era fantástico.

Caminhamos de mãos dadas por um caminho de pedras pela areia até a entrada do restaurante onde uma mulher de coque e uniforme nos guiou até nossa mesa.

- Nossa! - exclamei, olhando a janela onde dava pra ver as ondas pequenas baterem na areia.

- Gostou? - assenti, sorrindo.

Fizemos nosso pedido, quer dizer, deixei com que Arthur escolhesse para mim já que ele se achava o melhor degustador de comida brasileira.

- O que fez com Milene e Enzo? - perguntei, descontraída.

- Ah foi fácil! Mandei um e-mail pros dois falando que era uma agência que queria contratar os clientes deles, no caso nós dois, só que eles vão chegar lá e não vai ter dono de agência nenhuma. Somente os dois - arregalei os olhos, rindo.

- Você sabe que eles vão se matar, não sabe? - deu de ombros.

- Talvez.

Ri e ele me olhou com um sorriso diferente que me fez ficar seria. Entramos numa bolha, apenas nos conectando com o olhar. Mas que logo foi estourada pela nossas comidas chegando.

Comemos conversamos sobre tudo. Era incrível como a conversa fluía com ele, sempre fui quieta, tímida quando criança talvez fosse as circunstâncias que eu passava mas com Arthur, desde a primeira vez que o vi eu falei, não tive medo de abrir minha boca e responder.

Também pedimos sobremesa e quando aproveitamos os doce uma banda que cantava músicas com ritmos e melodias quase iguais começou a tocar. Era contagiante, principalmente, a dancinha que algumas pessoas dançavam disfarçadamente no fundo do salão.

- Pagode - informou, Arthur - Depois te mostro algumas e traduzo.

Assenti, animada. O cantor se levantou e pagou a conta. Pensei que iríamos embora mas ele me guiou pela areia, andando perto da mar ficando meio distante do barulho do restaurante. Desse lado da praia era ainda mais bonito...

- Tenho um presente para você - disse me fazendo virar pra ele.

- Presente? - assentiu tirando uma caixinha de seu bolso.

- Estava passando por uma loja e lembrei de você quando vi. Não podia deixar de comprar - e abriu, revelando um colar.

- Arthur, é lindo! Não precisava - veio para trás de mim segurando o colar em sua mão.

- É claro que precisava.

Com delicadeza, tirou meu cabelo das minhas costas e passou o colar por meu pescoço. Passei a mão pelo pingente em formato de lua e me virei para ele sorrindo.

- Obrigada - o abracei mas logo fui afastada para receber seu beijo, um leve encostar de lábios - Uma lua... Por que?

- Meggie eu...

Meu celular tocou, fazendo-o suspirar. Era minha mãe e eu não podia deixar de lado.

Tudo Pela Fama. {completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora