ARTHUR MAZZA
Aquilo não podia estar acontecendo...
Eu me lembro da sensação, das borboletas no estômago. Céus! Faz muitos anos que eu não sinto isso e é aterrorizante. Os choques que corriam nas minhas veias toda vez que ela me tocava e as vezes que me pegava encarando-a sem motivo nenhum, me assustavam.
Perdi a conta de quantas vezes fechei os olhos com força durante as gravações, me repreendo por estar tão envolvido. Prometi a mim que não ia fazer isso. Já passei por isso e não tive a melhor experiência. Não seria diferente com alguém que só está comigo por causa da fama.
Foram horas naquela praia maravilhosa, gravando, fingindo sermos uma casal perfeito na frente de todos que não sabiam que aquilo era uma farsa.
Estava exausto, assim como Meggie mas mesmo assim aceitamos o convite do meu irmão de ir a uma balada de um de seus amigos. Enzo era bem insistente quando queria.
Eu sabia que os amigos de meu irmão eram todos filhinhos de papai cheio da grana, então, o lugar que iríamos pedia por uma roupa que não fosse bermuda e camisa polo. Vesti uma camisa com gola V preta, um blazer por cima já que o céu começava a ficar nublado e mesmo morando em um país frio eu não gostava de sentir o ar gelado batendo na minha pele, uma calça na mesma cor, sapatos e por último um cinto que tinha o emblema da marca na cor dourado.
Meu irmão me esperava na sala, já vestindo sua camisa social branca sem gravata e uma calça preta assim como a minha. Quando me viu, se levantou guardando o celular
Eu fechei a porta, trancando-a. E quando me virei vi meu irmão parado, olhando fixamente para frente. Segui seu olhar.
Eu já imaginava o que era mas, não esperava que iria me impressionar ao ponto de engolir seco. Meggie vestia um vestido roxo, curto, colado ao corpo; os cabelos soltos meio ondulado; nos pés um tênis branco e um blazer sustentado em seus ombros. Também olhei Mili, mas era óbvio que meus olhos não queriam sair da modelo, a empresária vestia uma dia preta de veludo e um cropped da mesma cor de manhã comprida, soltinho e nos pés uma sandália de salto alto.
Eu e meu irmão caminhamos até elas, mais rápidos que o normal.
— Ganhou tamanho de gente — Mikine olhou para meu irmão mas não o respondeu. Apenas entrou no elevador seguido por todos.
— Com certeza lá terá paparazzis, a notícia vai correr mais rápido que imaginamos — a morena disse, olhando para a amiga.
— Rodrigo me garantiu, que não terá ninguém. Ficaremos na área vip, ninguém nos verá — garantiu meu irmão — E se vazar qualquer foto, pelo menos eles ganharam mais seguidores. Com certeza. Todos sabem que eles estão no mesmo hotel e sabem da "amizade". Não se preocupe.
Chegamos na tal balada, entrando pela área vip sem ninguém nos perceber. E como eu havia pensado, o lugar era o luxo. Bebidas caras e uma ótima arquitetura; grande. Grande o suficiente para os empresários ficarem a alguns metros de distância de nós dois. Já estávamos lá a uma hora, trocamos
— Está bonita — falei, descontraído enquanto brincava com o canudinho da minha bebida.
Meggie se virou para mim, tirando os olhos do palco onde um DJ tocava.
— Você também — deu um gole em sua bebida, antes de voltar a olhar para as pessoas dançando. Específicamente Mili, que descobrimos ser fraca para o álcool.
Um homem moreno, forte e todo tatuado se aproximou de mim ao lado de Enzo. Rodrigo, o dono da boate.
— Nossa, cara! É um prazer conhecer você — me cumprimentou em português fazendo a modelo olhar para ele — Ah, oi! É a modelo não é? Namorados?
— Ela não sabe português, ainda — informei mas não respondi sua pergunta já ele se pôs a cumprimenta-la em inglês.
Meggie, ficou apenas alguns minutos conosco mas logo resolveu que iria se juntar a amiga que dançava loucamente no meio das pessoas sem entender o que as músicas diziam. Deixou seu blazer comigo e caminhou até Mili que a levou até o bar.
Meggie ainda estava sóbria mas não sabia por quanto tempo.
— A morena é bonita — Rodrigo comentou, se referindo a Milene.
— Doce igual um coice de cavalo — meu irmão respondeu, carrancudo.
— Que isso cara?! Era só falar que quer ela — gargalhei, junto com Rodrigo.
— Não quero ela, pode ir lá — deu de ombros levando sua bebida até a boca. Balancei a cabeça, dobrando o blazer que Meggie me entregou de qualquer jeito.
O tatuado voltou a olhar para onde elas estavam, segui o olhar vendo dois cara se aproximar. Sentei mais na ponta do sofá, querendo ver melhor. Claramente, ofereceram bebidas. Milene aceitou mas, a modelo recusou por ela. Estreitei os olhos.
Os dois continuaram a insistir.
— Devíamos ir lá? — Rodrigo peguntou fazendo Enzo olhar e se levantar em um roupante tentando localizar elas.
Me levantei também quando vi os depois irem para cima das duas, tentando toca-las.
Antes que nós três pudéssemos chegar lá, vi um deles cair ajoelhado no chão depois de levar um chute. Eu sabia como doía. Meggie ainda foi pra cima dele segurando-o pelo colarinho.
O outro, que estava perto de Mili ao ver o amigo no chão tentou avançar sobre a modelo.
Corri até ela afastando-a e colocando-a atrás de mim. Por mais que eu soubesse que ela soubesse se defender, até melhor que eu.
Antes de eu dizer alguma coisa, Rodrigo o empurrou e o segurou com força chamando os seguranças.
Enzo segurava Milene que ria de alguma coisa contra seu peito, amassando sua camisa. Espero que ela não se lembre disso amanhã.
Me virei para Meggie e segurei seu rosto entre as mãos.
— Está bem? — perguntei e ela riu, assentindo — Minha nossa! Você é bruta.
— Eu teria dado um surra neles mas você atrapalhou — riu, apoiando a mão na minha cintura.
Olhei por cima do ombro vendo Enzo de costas dando água a Milene.
— Juro que eu queria ver mas, não em um lugar público assim — olhei para os lados, vendo que ninguém percebera o que acabou de ocorrer.
Quando voltei meus olhos para os de Meggie encontrei-os fixos atrás de mim. Arregalados e cheios de medo. Senti sua mão apertar ainda mais meu corpo e seus olhos começarem a lacrimejar.
— Me tira daqui, Arthur — recuou um passo, ainda me segurando.
Olhei para trás de mim, não entendendo.
— Arthur, por favor — sua voz tremeu, embargada.
Sem pensar mais nenhuma vez, apenas fiz um sinal para Enzo que entendeu e puxei a mão de Meggie saindo dali o mais rápido que consegui, indo direto para o hotel.
Vocês preferem livros narrados por personagens ou em terceira pessoa?
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Tudo Pela Fama. {completa}
RomanceO quão longe você iria por causa de fama? Meggie e Arthur, dois astros no mundo da influência e totalmente diferentes se vêem no meio da maior fofoca do momento. Os dois, que são seriamente obcecados pelo trabalho se dão conta de que a história in...