capítulo catorze

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Entrei no Studio de fotos seguida por Mili e por Bianca, a estilista responsável pelos novos desing's da marca.

— Os modelos estão fazendo algumas fotos, se quiser observar como eles são — propôs a morena indicando uma sala que entramos em seguida.

A primeira visão que tive foi de mais ou menos dez homens de roupa de banho fazendo poses e caroes para as câmeras. Mili me olhou horrorizada se sentando em uma cadeira, reprimi o riso me sentando ao seu lado observando-os.

Eles eram lindos, admito. A maioria trincado — o que não era meu "gosto" — mas, isso não tirava a beleza daquelas peles morenas naturais. Por sorte, eles estavam tão focados no trabalho que nem perceberam minha presença e agradeci mentalmente por isso.

Bianca me cutucou, apontando discretamente para um ruivo que vestia um short de banho azul celeste, olhos verdes, chutava ser apenas alguns anos mais velho que eu. Os cabelos molhados e a areia falsa grudava em seu corpo o fazia ficar ainda mais gato.

— Mateus Novais — informou e eu assenti. Ele tinha muito talento e confiança no que fazia e eu tinha certeza que as fotos iriam ficar maravilhosas.

Por conhecidencia, o ruivo olhou em minha direção sorrindo. Manti minha expressão séria, sem tempo para bancar a modelo estrangeira que quer novas amizades. No entanto, não percebendo isso o modelo saiu do seu lugar e caminhou em minha direção estendendo-a sua mão.

— Meggie Slow — o sorriso dele aumentou quando agarrei seu mão cumprimentando-o.

— Mateus — balancei a cabeça — Belas táticas de posicionamento.

— Obrigado.

— Só acho que não devia sair sem avisar o fotógrafo — seu sorriso sumiu.

— Isso não importa pra ele — levantei uma sobrancelha — Afinal, sou eu que faz o salário cair na conta dele.

— Na verdade, você apenas empresta sua cara bonita para a empresa ganhar dinheiro e pagar o salário do fotógrafo — respondi me levantando — Não é você que o contratou.

Sorri, mantendo minha voz mais calma possível.

— Ele está te chamando — acenei para o homem que sorriu grande para mim.

Mateus sem dizer mais nada, deu as costas e voltou para onde não devia ter saído atrapalhando o trabalho do homem que parecia estar quase desmaiando de cansaço.  Durante meus longos anos de carreira, eu aprendi a respeitar a todos na minha área e odiava com todas as forças quem se achava superior apenas por aparecer em primeiro plano como o ruivo acabara de fazer.

— Garota, eu amei você — Bianca riu — Minha maior vontade da vida é botar aquele Mateus no seu devido lugar.

— Ele é daquele jeito sempre? — Milene perguntou.

— Na maioria das vezes, se acha porque tem um pai que banca tudo para ele. É o tipo garoto mimado que consegue tudo o que quer — entramos na sala em que eu iria fotografar — E tenho uma péssima notícia, Meggie. Ele quer fotografar com você.

Revirei os olhos fazendo as duas rirem.

Esquecendo aquele assunto, cumprimentei o fotógrafo Fernando e fui trocar de roupas. Foram horas de trabalho, poses, trocas de roupas, maquiagem, cabelo e flashes atrás de flashes. Em alguns intervalos aproveitava para checar o celular e muita das vezes o que ocupava minha atenção era as notícias sobre meu suposto relacionamento com Arthur, tinha muitas coisas e muitas teorias que os próprias fãs criavam que me faziam ficar entretida.

Quando eu menos percebi já estava indo para o evento cujo Arthur iria se apresentar. Não me surpreendi quando fomos super bem atendidas e ainda direcionado para um lugar onde a visão do palco era muito previlegiada, sem contar a presença de James que disse estar fazendo nossa "guarda", como se precisasse.

— Olha ele aí — Mili comentou quando um cantor saiu de cena dando espaço para a ele que ganhou aplausos e gritos euforicos da plateia.

Os sons dos instrumentos invadiram minha cabeça e apesar de eu não gostar e não frequentar aquele tipo de ambiente eu me deixei levar pela música que admito já conhecer. A noite já estava presente e as únicas luzes presente era dos holofotes e flashes.

Era impressionante vê-lo daquela forma, tão alegre e tão livre. Dava pra sentir a paixão exalando dele a cada vez que abria a boca. Chegava ser hipnotizante. A forma como Arthur tratava os fãs e os sorrisos verdadeiros dados.

Em determinado momento, ele começou a cantar uma música em português o que fez todo irem a loucura e nunca pensei que fosse aproveitar tanto um show daquele jeito e também nunca pensei que fosse sentir a ligação que senti quando nossos olhares se encontraram. Eu não sei explicar o que aconteceu de fato, só me senti perdida em seu olhar mesmo sem ter certeza que ele estava olhando diretamente para mim.

No entanto, tive certeza que ele estava me olhando quando sorriu.

— Você viu a Milene, James? — perguntei, andando lado a lado com ele em um corredor quase vazio.

— Enzo pediu a ajuda dela. Foram em um restaurante comprar janta — respondeu me lançando um sorriso.

— Ah! — ri balançando a cabeça.

— Não quero me intrometer mas, você acha que essa história que está inventando com Arthur vai dar certo? — enfiei minha mãos no casaco de couro.

— Você não concorda, não é?

— Não acho justo. Relacionamento é como uma pedra preciosa, sabe? Não se deve dispersar e nem fingir que achou um — torci o lábio olhando para baixo — Eu até entendo vocês dois, jovens e cheio de aventuras para viver que querem fama e tudo mais que o dinheiro pode dar. Porém, brincar com  isso aqui — apontou para o coração — Não é justo para ninguém.

Paramos em frente a porta do camarim de Arthur.

— Apesar de tudo, Meggie alguma parte de mim me diz que você não vai ser uma dessas que apenas vai se aproveitar do garoto — sorriu, gentilmente — Ele já sofreu demais e só quer pensar em trabalho. Talvez, você possa mudar essa ideia dele e faze-lo aproveitar a vida.

— Não acho que eu seja capaz de mudar alguma coisa em Arthur. Ainda mais tendo o mesmo foco que ele.

Sorri antes de dar duas batidas na porta e esperar a voz dele me permitindo entrar. Arthur estava no sofá amarelo com um garrafinha de água na mão e sorriu quando me viu.

Sorri de volta encostando meu quadril na penteadeira iluminada por várias lâmpadas e um espelho enorme ao lado do sofá.

— Como foi? — perguntou, claramente se achando.

— Foi incrível — passei meu dedo pela madeira — Até que você canta bem.

Ele fez careta.

— Engraçadinha — dei de ombros.

Arthur se levantou desamarrando a camisa jeans que estava em sua cintura deixando-a sobre o sofá e se aproximou. Cruzei meus braços sobre o peito quase me encolhendo sentindo sua presença quase me sufocando.

— Que dia volta para os Estados Unidos? — perguntou, parando na minha frente.

— Vou ficar aqui ainda por quatro ou cinco dias — assentiu — E você?

— Daqui dois dias, no máximo — desviei o olhar — Vai sentir saudade?

Revirei os olhos rindo.

— Você se acha demais, Arthur.

— As garotas gostam, você não? — neguei, fazendo careta — Que pena, achei que poderíamos aproveitar o contrato.

— Já deixei claro sobre o que eu quero ou não nessa mentira — ele respirou fundo dando dois passos para trás.

— Tudo bem, desculpe — me olhou por cima dos cílios — Nem um beijo?

Peguei o pano que estava perto da minha mão e arremessei nele mas, por sorte ele o pegou no ar me encarando de sobrancelhas levantadas.

— Está bem, parei! Era só brincadeira — jogou o pano de novo antes da porta ser aberta por Enzo e Milene que traziam a janta.

Tudo Pela Fama. {completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora