MEGGIE SLOW
— Como está o papai? — perguntei, andando de uma lado pro outro no camarim.
— Está no hospital — minha mãe suspirou — Não se preocupe, foi apenas um susto. O médico disse que iria avaliar durante alguns dias, fazer mais exames e talvez a cirurgia vai ser a única saída.
Me sentei na poltrona, respirando fundo.
— Vou voltar para casa — falei, o desespero tomando conta por alguns segundos.
— Minha filha, não precisa. Não vamos nos desesperar, seu pai é um homem forte — sua voz calma e suave me fez querer chorar — Se acontecer alguma coisa ou se ele pedir para você vir, eu te ligo na mesma hora.
— Tem certeza? — ela assentiu — Está bem, agora eu tenho que ir. Te amo.
— Eu também te amo, se cuida.
Desliguei o celular, guardando-o em seguido antes de ir em direção ao cenário de gravação onde todos me esperavam. Forcei um sorriso, por mais difícil que fosse.
Seguimos para a praia, aproveitar o sol bonito que estava lá fora já que nos próximos dias, a probabilidade de chuva era alta.
Fomos de van até o porto, de lá pegamos um barco que nos levou até a praia. Era linda, simplesmente um paraíso e completamente deserta. Não me surpreendi quando soube que eles alugaram a ilha por alguns dias, era necessário para as gravações.
Fechei os olhos, na beira do mar sentindo a água bater nas pontas dos meus dedos dos pés claramente mentalmente para meu interior se acalmar. Precisava me focar nas gravações.
— Está tudo bem? — me virei para Mili. A abracei de lado, olhando o imenso horizonte azul.
— Estou — menti, não queria preocupa-la.
— Sabe que esses olhos tristes não me enganam — sorri, desanimada — Mas tudo bem. Ultimamente parece que não confia mais em mim.
Me virei, ficando frente a frente com ela.
— Do que está falando? — ela suspirou, colocando o cabelo atrás da orelha.
— Você está distante, não conversa mais comigo e sempre parece que está no mundo da lua. Eu te fiz alguma coisa?
— Não, não fez nada Milene. Só estou ocupada, você sabe — ela assentiu e no mesmo segundo Rebecca me chamou.
Deixei minha amiga lá, sozinha como estava fazendo a muito tempo. Me senti culpada.
No entanto, não tive muito tempo para pensar. Um grupo de pessoas me levaram até a van onde troquei de roupa colocando o vestido branco e no improviso arrumaram minha maquiagem que provavelmente estragou na vinda.
Voltei a caminhar pela areia, encontrando com o Arthur. Desviei o olhar, mesmo sabendo que o seu não saiu de mim nem por um mísero segundo. Quando eu estava perto suficiente, ele disse:
— Você fica bem de branco — sorri, sentindo meu coração querer sair pela garganta o que nunca me ocorreu antes.
O olhei, vestindo uma calça jeans dobrada na barra e uma camisa de botões — dois abertos — curta também na cor branca. O cabelo, sem gel e mais bagunçado que o normal e por causa do calor as bochechas ganhavam um tom vermelho, assim como a ponta do nariz.
Olhei por cima do ombro, vendo Mili andar distraída pela areia longe da água. Ela sempre esteve comigo, nunca me abandonou. Será que valia a pena continuar com essa história com Arthur...
— Ei — tocou minha mão, rapidamente — Está tudo bem?
Assenti, mesmo sabendo que ele soubesse que eu estava mentindo. Segundo ele, era fácil saber o que eu sentia através dos meus olhos. Uma loucura, não me assustava ouvir isso vindo de Artur — o mesmo que escondeu dentro de um armário cheio de toalha com o próprio rosto estampado.
Rebecca logo veio até nós, nos instruindo o que fazer e toda aquela burocracia.
Quando vi, estávamos de mãos dadas andando perto do mar com o vento fazendo meu vestido e cabelos voarem. Me dando um leve vontade de sair correndo e ter um pouco de liberdade.
— Vocês estão muito tristes — a diretora gritou no auto falante — Animem-se. Vocês são um casal, numa ilha paradisíaca. Finjam que não estamos aqui.
Obedecendo, Arthur soltou minha mão levando-a direto para minha barriga fazendo-me cócegas. Me curvei, sorrindo de verdade pela primeira vez no dia. Implorei para que ele parasse, isso só servia para ele continuar.
Como em um passe de mágica, eu esqueci todas as câmeras e pessoas que nos observava e consegui escapar de seus braços saindo correndo pela areia molhada ouvindo os passos de Arthur atrás de mim.
Não foram muitos passos, logo suas mais encontraram meu corpo; virando-me. Minhas mãos tocaram seu peito, sentindo seu coração bater forte. Uma remexida se fez no meu estômago quando levantei meu olhar, encontrando seus olhos castanhos... Brilhantes.
Tentei me afastar mas, meus pés não de mexeram. Simplesmente grudaram no chão. Mas, que merda. Me sentia vulnerável, com vontade de me aconchegar em seus braços e ali ficar. Sem medo do que os outros iriam pensar, completamente irracional.
— Acho que nos saímos bem — falei, fazendo Arthur balançar a cabeça algumas vezes antes de concordar e eu finalmente dar conta de me afastar.
Rebecca nos parabenizou e nos deu alguns minutos de descanso.
Caminhei até uma tenda que estenderam debaixo de uma grande árvore, uma mesa cheia de comida era atacada por Enzo. Me perguntava pra onde ia tanta comida.
Me sentei em uma das cadeiras depois de pegar um copo de suco gelado. Arthur, veio em minha direção com um pratinho em mãos e se sentou ao meu lado.
— Toma, coxinha — franzi o cenho.
— Couxínha? — ele riu.
— É, prova. Começa a comer pela pontinha — estendeu o prato para mim.
Peguei a massa com formato de gota e levei até a boca dando um mordida, encontrando frango e catupyri em seu interior. Era uma explosão de sabor, literalmente. Fechei os olhos, suspirando.
— Isso é muito bom — falei, depois de engolir — Como eu nunca comi isso antes?
Arthur resmungou alguma coisa enquanto também comia.
Ficamos em silêncio, olhando as ondas chegar até a areia se desmanchando enquanto lachavamos. A equipe toda parou por alguns instantes para descansar também; Mili também provou do Salgado e teve a mesma reação que eu, o que era de se esperar.
No entanto, o momento de descanso acabou e quando me vi já estava trabalhando de novo. Sentada na área, ao lado de Arthur que segurava minha mão a pedido da diretora.
— Podíamos voltar aqui, só nós dois — falou, baixo quando o câmera de afastou apenas para nos gravar de outro ângulo.
— Não acho seguro, Mili já está desconfiando — suspirei — Estamos nos arriscando demais acho que...
— Devíamos parar de termos um caso? — torci o lábio.
— Seria o certo — senti sua mão apertar ainda mais a minha, sorri internamente encostando minha cabeça em seu ombro.
— Se é o que você quer.
— O problema, é que não é o que eu quero — Arthur virou a cabeça, procurando meu olhar mas não tive coragem de olha-lo.
— Não quer?
— Pela primeira vez na vida eu vou fazer algo que realmente quero e eu quero ficar esses quatro meses restantes com você — ele diminuiu o aperto da minha mão.
— Também quero ficar com você durante esse tempo.
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Tudo Pela Fama. {completa}
RomanceO quão longe você iria por causa de fama? Meggie e Arthur, dois astros no mundo da influência e totalmente diferentes se vêem no meio da maior fofoca do momento. Os dois, que são seriamente obcecados pelo trabalho se dão conta de que a história in...