Capítulo quarenta

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ARTHUR MAZZA.

O que é felicidade?

O Arthur de um ano atrás iria responder que era entrar em palco. Ouvir a gritaria das pessoas e cantar até sentir a camisa grudada de suor e mesmo assim receber abraços de dezenas de pessoas depois do show.

Bem, eu não mudaria minha resposta.

Eu acrescentaria mais algumas coisas.

O show sim, era importante, era minha vida e se não fosse por ele eu não teria outra percepção de alegria.
Chegar em casa. Nossa, como era bom! Ainda mais agora que eu passava mais tempo na casa de Meggie já que meus pais resolveram ter uma segunda de lua de mel na Grécia.

Como agora, a porta da frente acabara de ser aberta e uma Meggie animada veio me receber com um beijo e tanto não se importando com o cheiro de viagem. Era maravilhoso ser recebido daquela forma. O sorriso meigo e tímido ao me ver era uma das mais belas visões que eu tinha.

Logo atrás, minha sogra. Sempre vinha com o gato no colo e me empurrava para dentro de casa mandando-me comer alguma coisa.

Vez ou outra meu irmão também aparecia por lá junto com meus pais. E como Brandon e Susana estavam de viagem esse era um dos dias que ele viria. Sua desculpa era que gostava da comida mas eu sabia que ele gostava de ficar perto de nós todos. Até de Mili que chegou praticamente na mesma hora que ele.

Era nítido que os dois ficavam desconfortável na presença um do outro. E era mais nítido ainda as trocas de olhares e as vezes até respostas afiadas na ponta da língua que nós sabíamos que irá se tornar outra coisa. Bem, mas isso é história para outro livro.

— Querido, você pode pegar a torta lá na cozinha? — acenei para minha sogra me levantando.

— Quer ajuda? — meu irmão perguntou e eu neguei.

Caminhei até a cozinha, passando pela porta celeiro. Meggie estava mexendo alguma coisa na penela. Me aproximei por trás, abraçando-a rapidamente.

— Brigadeiro?

— Você disse que gostava — deu de ombros — Talvez dessa vez não queime.

— Então é melhor desligar — ela riu, desligando o fogo e despejando o doce em uma tigela com um pouco de brutalidade por causa da temperatura.

Se afastou um pouco de mim levando a panela até a pia.

— Ei! Vem cá — ela me olhou por cima do ombro e abriu um sorriso.

Desfilando, veio até mim com os bravos cruzados em frente ao corpo. A puxei quando parou longe demais fazendo nossos peitos se colarem.

Circulei sua cintura com meus braços a beijando pela primeira vez de verdade naquele dia. Quando nos afastamos ela encostou a cabeça em meu ombro. Estava com saudades, nossas agendas ultimamente não estavam facilitando para que pudéssemos ficar juntos.

— Ei? Estamos com fome! — ouvimos as vozes gritarem por nós.

Sorrimos e levamos a torta e colocamos o brigadeiro para gelar para a sobremesa. Almoçamos todos juntos, teve até uma briga entre meu irmão e a empresária sobre o lado certo que ficava o garfo sobre a mesa.

No final, eu e Enzo lavamos a louça enquanto as meninas organizavam a sala de jantar e Miranda foi pegar um solzinho perto da piscina que depois das tarefas todos nós fomos para a entramos indo a área externa.

Tirei minha camisa me jogando na piscina que era nova, minha namorada me acompanhou junto com Milene e minha sogra. Enzo resolveu fazer companhia para o gato que não chegou nem perto da água.

Me aproximei de Meggie que estava sentada na borta apoiando minha cabeça em suas pernas.

— Por que ele não entra na água? — perguntou passando a mão sobre meus ombros.

— Ele tem vergonha das pessoas perguntarem o que são as marcas que ele tem nas costas — assentiu, já sabendo da história por trás.

— É uma pena, ninguém aqui perguntaria o que são elas.

— É... Mas não adinhataria dizer a ele. Você sabe — suspirou empurrando-me para trás entrando na água novamente.

Peguei seu rosto entre as mãos, admirando-a. Um sorriso travesso surgiu em meu rosto.

— Se estiver pensando em me afogar — disse entre dentes — Eu te mato.

— Mata nada, me ama muito pra fazer isso.

— Convencido — sorri.

Olhei para o lado vendo meu irmão acompanhar com o olhar Milene que acabara de sair da água andando até a toalha. Ele percebeu que eu tinha visto e revirou os olhos colocando os óculos escuros e voltou a fazer carinho em Cadu que se esticou em seu colo.

Passamos horas na água e depois resolvemos assistir um filme todos juntos depois de tomarmos um banho quente e colocarmos roupas.

Minha lua dormiu nos primeiros quinze minutos sobre meu peito, Enzo tinha comido duas bacias de pipoca, Miranda comeu todo o brigadeiro e somente Milene prestou atenção no filme realmente.

— Aí! amei e vocês? — perguntou Mili animada.

— Claro, muito lindo o final feliz — Enzo disse olhando as bacias em seu colo.

— A moça morreu no final, não foi feliz — ele levantou o olhar fazendo todos rirem.

— Querido, leve ela para a cama se puder — concordei com minha sogra.

Me levantei com Meggie no colo e devagar a levei até seu quarto depositando-a na cama delicadamente cobrindo-a com seu cobertor. Beijei sua testa, surrurrei:

— Te amo, lua.

— Te amo, meu tudo — sorri, ao ouvir sua voz rouca.

— Estava acordada este tempo todo?

Ela riu.

— Estava com preguiça de andar — revirei os olhos vendo-a se aconchegar nos lençóis novamente.

Voltei a sala me sentando ao lado da minha sogra, de quem ganhei um abraço de lado.

— Arthur, querido, sabia que mês que vem é meu aniversário? Acho que está me devendo um show de graça.

Gargalhei, sabendo que eu tinha a melhor sogra do mundo. Melhor família. E sabia que quando chegasse o dia da minha morte, eu teria tido a melhor história de vida.

E estava pronto para viver cada momento dessa história.

Fim.




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⏰ Última atualização: Apr 25, 2021 ⏰

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