capítulo onze

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— Arth — ela sorriu, em baixo de mim — Me solta agora!

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Arth — ela sorriu, em baixo de mim — Me solta agora!

— Me dá, que eu te solto — disse, olhando para as sardinhas debaixo de seus olhos.

— Não vou deixar você apagar o vídeo. Está incrível — revirei os olhos soltando um de seis pulsos levando minha mão para suas costas tentando alcançar o celular — Arthur!

— Anne! Me dá o celular — com a mão livre me empurrou fazendo-me deitar ao seu lado.

Segurou meu rosto com as mãos pequenas olhando em meus olhos. Analisei seu rosto por completo, os olhos negros, as sardinhas, o cabelo preto curto que caia na lateral de seu rosto, nariz empinado e os lábios vermelhos natural.

— Promete que não vai postar? — perguntei, levando uma mão até em uma mecha de seu cabelo.

— Prometo, vai ser só meu — sorriu, antes de me dar um beijo na bochecha e sair da cama.

Me firmei nos cotovelos vendo-a caminhar com uma coberta pendurada em seus ombros até o sofá azul marinho no canto do meu quarto.

— Eu não entendo, você ama cantar mas não tem coragem de mostrar seu talento para ninguém — respirei fundo jogando-me na cama novamente.

— As pessoas não vão gostar, só você gosta — assumi, envergonhado.

— Como sabe que as pessoas não vão gostar se nunca tenta?

— Eu já te falei para parar de ler esses livros com frases motivacionais — ela riu, era a risada mais linda que eu já tinha ouvido.

— É sério, Arth. Precisa correr atrás de seus sonhos, mesma que tenha que namorar uma famosa pra conseguir — joguei um travesseiro nela — Estou brincando!

— Um dia eu tomo coragem, prometo — sorri para ela.

— Te amo — suspirei, sabendo que não era o mesmo amor que o meu.

— Também te amo, Anne.

Parei de dedilhar a musica no violão e limpei a lágrima que escorria devagar por meu rosto. A saudade corroía meu ser a cada dia que passava. Saber que ela não estaria sentada no meu sofá comendo minhas comidas era a pior dor que eu já havia sentindo.

Coloquei o instrumento na cadeira ao meu lado respirando fundo, precisava vê-la.

Me levantei vendo que meu irmão já dormia tranquilamente e sai do quarto. Os corredores vazios e silênciosos poderiam dar um belo cenário para um filme de terror. Sem me importar, abri a porta que dava acesso as escadas que levariam para o terraço.

A noite estava quente, o céu estrelado e a lua exibindo toda sua beleza.

Semi fechei os olhos quando vi um corpo feminino sentado na beira do terraço.  Um medo, uma tensão tomou minhas veias ao ver alguém tão perto do perigo.

Meus pés se mexeram mais rápido que puderam e cada passo eu a reconhecia. Era impossível não saber quem era, os cabelos mais brilhosos que eu já havia visto e a postura impecável... Meggie se virou para mim abraçando seu próprio corpo.

— Está tudo bem? — ela assentiu olhando para céu — O que faz aqui?

— Gosto de olha-la — apontou para a lua, meu peito se contraiu — E você? Por que está aqui?

— Gosto de olhar as estrelas — ela sorriu, concordando.

Me sentei ao seu lado, ela me olhou mas não disse nada. Decidi que também não iria dizer. Eu entendia que nós dois precisavamos de um tempo em silêncio, talvez, eu devesse ir embora... Porém, meu interior gritava para não deixa-la ali sozinha.

Ficamos ali, olhando a cidade maravilhosa. Ainda dava para ver as pessoas na praia, na verdade, a qualquer horário que olhasse iria ter alguém lá na areia olhando pra o mar e sentindo a maresia sendo iluminado pela pouca iluminação.

— Meio milhão é muito coisa — ela disse, fazendo me olha-la. Meggie parecia viajar em seus próprios pensamentos. Perdidas em seu próprio mundo.

— Nem um terço do que podemos ainda ganhar — finalmente me olhou, torcendo a boca para o lado.

— Não acredito que está mesmo pensando nisso — riu e eu acompanhei, dando de ombros.

— Você também está, ama a fama mais do que eu — revirou os olhos soltando um som de frustração.

— O que você propõe, uma montagem de alguma foto, vídeos juntos ou sei lá? — perguntou, fingindo desinteresse.

— Um relacionamento falso seria a melhor opção — respondi. Meggie de engasgou com a própria saliva.

— Quê? Não! É um absurdo.

— Pense bem, estive no seu desfile, na festa da La Belle, estamos juntos no Rio de Janeiro e você pode muito bem participar do meu clipe que acontecerá aqui no Brasil mesmo daqui algumas semanas ,— repirei fundo — você disfarçou uma torsão no tornozelo, o que seria de diferente em um relacionamento?

— Um relacionamento é uma coisa bem mais séria que um tornozelo, Arthur. É como de fossemos... Atores e não somos! — falou, de uma vez, em um só fôlego — Odeio mentir.

— Não é uma mentira, só estamos contando uma história, falando o que o povo quer ouvir.

Me levantei, batendo a mão na calça. Encarando-a. Era impressionante como eu conseguia ler seus olhos, naquele momento eu via uma completa confusão e eu posso jurar que ela estava com medo. Me sentia um vidente.

Me agachei, ficando na frente. Estendi minha mão para ela.

— Vamos, sai daí. É perigoso — ela aceitou minha ajuda e se levantou indo comigo para a porta de acesso.

Descemos em silêncio e quando chegou no seu andar, disse:

— Pense nisso, se quiser, sabe onde me encontrar — desviei meu olhar por alguns segundos — Tudo pela fama, Meggie.

— Acha que daria certo?

— Por experiência própria, sim.

Tudo Pela Fama. {completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora