capítulo quinze

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ARTHUR MAZZA

— Arthur, bora! Acorda — meu corpo foi sacudido de um lado para o outro.

— Me deixa, Enzo — resmunguei, escondendo-me no meio dos ededrons.

— Papai está no telefone, acho melhor acordar — me sentei na cama arrancando o celular na mão do meu irmão — Boa sorte.

Revirei os olhos e me levantei da cama indo para a sacada deixando meu irmão na cama rindo.

— Oi, pai — disse, com a voz rouca.

— Arthur, tem trinta segundos para me explicar o porquê prosseguiu com a ideia de ter mais uma namorada de fachada — resmunguei — Pra que você precisa disso, filho?

— Não é fachada.

— Não me engana, vai ser pior quando chegar em casa — mordi a parte interna da bochecha.

— Eu estou falando sério, senhor Mazza. Se estivesse mentindo eu com certeza já estaria falando pra todo mundo que estava em um relacionamento sério — ele suspirou — Eu e Meggie estamos nos conhecendo, é algo bem mais que uma simples amizade.

— Arthur, tem certeza? A data está perto — engoli seco — Talvez esteja só carente.

— Não estou carente e não tem nada haver com o aniversário de Anne. Eu gosto da Meggie.

— Está bem, então eu quero conhecê-la — arregalei os olhos.

— Pra quê? Quer dizer, claro. Ela ainda vai ficar um tempo aqui no Brasil e depois podemos dar um jeito de marcar um jantar — passei a mão pela testa.

— Ótimo, sua mãe ficará feliz com essa notícia. Estou feliz por você, filho.

— Também estou feliz, pai — menti antes de desligar.

Levantei-me da cadeira quase bufando e entrei no quarto novamente indo em direção ao banheiro. Eu sabia que a ideia de mais um relacionamento falso não seria aceita por minha família, já tive alguns que apesar do retorno de fãs e dinheiro não trouxeram-me uma boa reputação.

Meu pai gostava de dizer que eu usava aquilo como um escape, uma forma de achar conforto, uma distração para a dor. O que era uma completa babaquice.

Não costumava mentir mas, sabia que se eles soubessem a verdade sobre a modelo me fazeriam mudar de ideia e eu obedeceria. Minha família queria meu bem e eu sabia disso mas eu não conseguia enxergar a felicidade que eles diziam que um dia me encontraria. Eles falavam que um dia, eu ia encontrar alguém e que esse alguém iria me ajudar a ser feliz, mas sinceramente? Eu não estava a procura de uma pessoa e não queria.

Decidi que era melhor focar na minha vida profissional já que era o que me fazeria ficar vivo.

Tomei um banho e desci para a piscina do hotel, era manhã e por sorte não tinha quase ninguém presente.

Tive vontade de dar meia volta quando vi Meggie em uma espreguiçadeira perto da água, não estava afim de conversar mas mudei de ideia quando seus olhos me acharam e um pequeno sorriso surgiu nos seus lábios.

Meggie era seca, era raro vê-la sorrir de verdade e eu tinha um pequeno problema em querer ver as pessoas bem.

Nesses dias com ela eu consegui me tornar pelo menos um bom colega e apesar de querer muito aproveitar a situação do nosso relacionamento falso eu sabia que a modelo não estava nem um pouco afim de mim, me contentaria em ser quem sabe no final um amigo para ela. Algo me dizia que ela precisava de um amigo.

Me aproximei dela vendo o contraste perfeito do vermelho de seu biquíni com sua pele.

Era uma pena ela não querer nada comigo mesmo.

— Olá, modelo — falei, me deitando ao seu lado — Tudo bem?

— Uhum — resmungou — Pensei que estaria arrumando suas coisas para ir embora.

— Nossa, quer mesmo me ver ir embora — Meggie revirou os olhos.

— Talvez — me apoiei nos cotovelos encarando-a.

— Uau! Boa namorada você — ela riu fazendo-me perceber pela primeira vez uma covinha em sua bochecha direita.

Ficamos em silêncio por alguns segundos antes de eu voltar a dizer:

— Como vai as fotografias?

— Amanhã vamos entrar na fase final — disse, com desânimo.

— O que foi? De todas as vezes que falamos sobre esse trabalho, você sempre estava animada. Aconteceu alguma coisa?

— Modelo imbecil que vou ter que trabalhar. Nada demais. Vão ser apenas algumas fotos e nunca mais vou vê-lo — sorri, me sentando perto dos seus pés podendo ver seu rosto.

— Hum — resmunguei — Que dia?

— Amanhã, infelizmente.

— Posso ir? — me olhou com a sobrancelha levantada, duvidosa — Olha, já é um passo a mais em nossa "relação". Você esteve em meu show, o que aliás, já está em mídias sobre presença. E se, eu for no seu ensaio mais rápido isso vai nos dar resultado.

— Não acha que estamos indo rápido demais? As pessoas podem desconfiar, Arthur.

— Para de querer estar sempre no controle e relaxa — ela bufou me fazendo rir — Meggie, as pessoas não estão nem aí se estamos indo rápido ou devagar demais. Elas querem notícias, querem algo para fofocar. É claro, que se eu for no seu ensaio não postarei nada mas eu tenho certeza que um dos modelos vão dar um jeito de postar e isso já basta.

—Hum — revirei os olhos.

— Larga de ser chata

— Eu não sou chata — fiz uma careta.

— É sim — pisquei para ela me levantando da espreguiçadeira — Vem nadar?

— Não, obrigada — dei de ombros e tirei minha camisa olhando por cima do ombro vendo-a me encarar o que fez um sorriso surgir nos meus lábios.

— Só não baba — joguei a camisa nela ouvindo seus protestos antes de pular na água.

Tudo Pela Fama. {completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora