Tudo Pela Fama. {completa}

capítulo vinte e cinco

ARTHUR MAZZA

Avistei-a no fim do corredor, sozinha. Sem Milene.

Entramos em um acordo ontem, quando literalmente não aguentei ficar daquela forma com ela. Era claro em seu olhar que ela se sentia da mesma forma que eu por isso me senti obrigado a expor meu plano a ela: ficarmos as escondidas.

Demorei convencê-la e colocar naquela cabeça bonita que éramos o que nós dois queríamos mas, claro que ela impôs regras que eu concordei de imediato já que era o que eu também tinha em mente. Como por exemplo, Milene e Enzo nunca poderiam saber já que eles eram obcecados por leis e não cumprir as pedidas no contrato seria o fim de tudo.

E claro, sem sentimentos. E quando os cinco meses acabarem, tudo irá acabar.

Estranhei quando Meg abriu a porta que ia pelas escadas mas mesmo assim a segui, entrando em seguida e me aproximando dela rápido.

Quando estava perto o suficiente toquei-a no braço virando-a até que suas costas tocarem a parede. Meu objetivo era apenas surpreende-la e aproveitar o momento sozinhos mas o que tive foi uma joelhada no meio das pernas.

Me afastei, me curvando quase me jogando no chão sentindo a dor indescritível, fazendo de tudo para não gritar.

— Arthur! Me desculpa, por favor — Meggie se abaixou, ficando na minha frente — Foi sem querer, eu juro!

A modelo se sentou ao meu lado — um degrau acima — esperando minha  resposta que veio somente depois de alguns minutos.

— Doeu — ela sorriu sem graça.

— Não me assuste mais assim, fiz aula de defesa pessoal. Eu poderia ter te jogado escada abaixo — sorri, sem jeito — Te machuquei? Desculpa, por favor.

— Não precisa se desculpar — me virei, pegando seu rosto entre as minas mãos — Quem te assustou foi eu, eu que te devo desculpa.

Colei nossos lábios, em um selinho rápido vendo a expressão de surpresa no rosto de Meggie quando me afastei.

— Ok, ainda não me acostumei com isso — sorri ainda segurando seu rosto.

— Eu posso parar se quiser — Meggie negou, me oferecendo um sorriso tímido o que fez com que eu desse outro selinho, um pouco mais longo dessa vez.

Me levantei, sentindo-me ainda um pouco dolorido.

Meg também se levantou, fazendo-me perceber que usava roupa de exercício físico.

— Onde vai?

— Caminhar na orla da praia — disse, apertando mais o rabo de cavalo — Quer ir?

— Não, tenho que ir gravar minha parte solo — ela assentiu, olhei no relógio no meu pulso vendo que estava quase atrasado — Boa caminhada.

— Obrigada, até mais tarde então. Desculpa, de novo — ela se virou devagar e eu corri parando em um degrau a sua frente, roubando-lhe um beijo de verdade que foi retribuído de imediato como se ela já esperasse por isso.

— Até mais tarde — falei, ao me distanciar e subi a escada voltando ao andar e entrando no elevador.

Desci até o estacionamento, tirando qualquer resquício de gloss de morango dos meus lábios. Encontrei com James que já me esperava dentro do carro, com um sorriso idiota nos lábios como se soubesse de tudo do que eu estava fazendo nas escadas do prédio.

— Está mancando, Arthur? Aconteceu alguma coisa? — neguei com a cabeça e entrei no veículo.

Enzo e Milene estavam em uma reunião, tentando achar maneiras de eu e Meg sermos vistos e também de trabalhos que poderiam incluir nós dois. Sinceramente, eu não via necessidade. O clipe já seria um grande evento mas, não ia discutir com os empresários que alegavam saber de tudo.

Em alguns minutos eu já estava com meu figurino, camisa e calça preta com uma jaqueta jeans com bordados por cima. Geralmente, era o estilo de roupa que eu mais usava e não seria no meu clipe que eu deixaria de usar.

Me sentei no banco e logo a maquiadora, que parecia ser apenas uns três anos mais nova que eu — muito bonita, aliás — veio em minha direção passando os produtos no meu rosto enquanto Rebecca me explicava o que eu iria fazer.

Depois das duas terminar e se afastarem, as luzes coloridas foram atendidas e um pouco de fumaça foi soltada. O ação foi falado e logo eu me vi dublando minha própria música enquanto interagia com a câmera.

Foi um dia tediante, cheio de repetições atrás de repetições. Tanto é, que quando acabou eu estava sentindo uma dor de cabeça insuportável e se alguém cantasse minha música perto de mim, era capaz de levar um soco.

Estava esperando por James, na sala de espera do studio quando a tal maquiadora — que ao decorrer do dia descobri se chamar Emily — apareceu ficando próxima a porta de vidro, provavelmente esperando alguém.

Em menos de dois minutos vi meu carro estacionar na calçada mesmo, me levantei e segui até a porta. Emily, me deu passagem mas mesmo assim meu braço esbarrou em sua mochila que estava na frente do corpo, indo direto pra o chão.

Me desculpei e nós dois nos abaixamos para pegar algumas coisas que caíram. Estava tão cansado que peguei as coisas de qualquer jeito e me levantei no mesmo instante que ela, fazendo nossas cabeças de chocarem. Levei a mão a testa rindo.

— Me desculpe — pedi mais uma vez, entregando a bolsa — Se tiver quebrado alguma coisa avise a Enzo, por favor.

A garota concordou e logo uma moto encostou perto de nós fazendo-a seguir ela subindo na mesma. Não sem antes dar um beijo na pessoa que pilotava.

Fechei a porta de vidro e segui até o carro, indo direto para o hotel onde me enfiei debaixo do chuveiro assim que cheguei. Deixei a água morna cair sobre minhas costas, sentindo alívio imediato.

Alívio que durou por pouco tempo.

Já estava prestes a dormir quando a porta do quarto foi aberta, revelando Enzo quase entrando em desespero.

— Por que está se envolvendo com a maquiadora? — me levantei, com sono.

— Do que está falando?

A reposta foi a foto que me mostrou. Minha e de Emily, desfocada, claramente para distorcer a história. Parecia mesmo que eu estava tendo alguma coisa com a maquiadora, a aproximidade e os sorrisos..

— Não está acreditando nisso, está? — joguei o celular na mesinha ao meu lado — Enzo, por favor...

— Mas que merda, Arthur. É claro que não acreditei, só que...

— Duvidou da minha palavra? Eu assinei o contrato, não vou me envolver com ninguém enquanto estiver com a modelo — voltei para a cama — Pensei que confiasse em mim.

Meu irmão suspirou.

— Vou tentar tirar a notícia das redes.