Capítulo sete

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ARTHUR MAZZA 

— Não acredito que terá que ir viajar de novo — mamãe reclamou, abraçando-me.

Envolvi seus ombros deixando um beijo em sua testa.

— Quando menos esperar, estarei de volta — disse, aproveitando o carinho que recebia nas minhas costas.

Enzo, com seu jeito intrometido se juntou no abraço envolvendo nós dois com seus braços.

— Também vou sentir sua falta, mãe — ironizou.

— Pitico, ficamos meia hora abraçados nos despedindo — gargalhei, sabendo que ele odiava aquele apelido que não fazia jus ao seu tamanho — Não ria do seu irmão, neném.

Eu odiava der o irmão mais novo!

Por cima do ombro vi meu pai se aproximar, com seu terno bem cortado e com um pequeno sorriso no rosto. Brandon era mais reservado, não gostava muito de abraços e nem de demostrar muito seus sentimentos mas eu sabia que eles nos amava.

— Não é possível que até hoje não se acostumou com despedidas, amor — brincou se aproximando cruzando os braços em frente ao peito.

— Larga de ser coração de pedra, homem. Eles saíram ontem da minha barriga — sorri para ele encostando minha cabeça no ombro de Solange.

Enzo foi o primeiro a se desfazer do abraço ficando frente a frente com meu pai, que deu um abraço meio desajeitado. Em seguida, foi minha vez.

— Se cuidem — mandou, sério — Não façam besteira.

Seu último aviso foi dirigido a mim. Ele não ficou muito feliz com as notícias com a modelo. Brandon era um homem que prezava o casamento e a família apesar do jeito durão. E nos ver pulando de relacionamento em relacionamento era um desgosto para ele. Apesar de não nos pressionar pedindo para que arrumássemos pessoas para dividimos nossas vidas, eu sabia que no fundo ele sonhava com o dia que os filhos formasse a própria família.

— Pode deixar, pai — assegurei.

Depois de quase cinco horas de viagem, eu cheguei a Nova York novamente, daquela vez para a festa de comemoração da marca La Belle. Se não fosse por Enzo, eu teria arrumado alguma desculpa e não teria vindo.

Mas, ali estava eu me encarando no espelho do mesmo hotel. Passei a mão por minha camisa preta com os primeiros botões abertos e a calça também preta. Olhei para o blazer florido na própria marca em cima da cama e caminhei até ele vestindo-o.

As batidas na porta me fizeram olha-la, permiti a entrada e logo o corpo de James apareceu no meu campo de visão avisando-me que o carro já me esperava. Acompanhei o mesmo encontrando meu irmão me esperando no saguão do prédio indo para o carro comigo.

A festa estava maravilhosa, ainda no tema do desfile a decoração de baseava em flores e luzes coloridas. Fui recepcionado por fotógrafos e assessores que me indicaram o lugar que eu devia seguir.

Virei meu rosto para trás observando o carro que acabara de encostar onde o meu estava a segundos atrás. A porta foi aberta e Meggie saiu dele sorrindo.
Encarei primeiro seus pés coberto por um par de tênis brancos com detalhes coloridos, segui por suas pernas torneadas que por conta da fenda frontal de seu vestido permitia serem vistas; subi mais um pouco enxergando então as alcinhas finas que sustentava o vestido preto de camadas até seu rosto. Os olhos da cor do verão também me encararam antes de eu virar e seguir minha rota.

Segui o tapete vermelho até uma área destinada para fotos. Guiado fui até o centro olhando para frente sendo quase cegado pelos flashes. Me afastei depois de alguns minutos disposto a ir logo para a festa.

— Arthur, volte por favor — a responsável pelo evento disse, fazendo-me dar meia volta encarando a modelo — Podem tirar algumas juntos?

Sem escapatória, assenti me aproximando dela sorrindo. Passei meu braço por suas costas olhando as câmeras.

— Pensei que nunca mais te veria — sussurrei, forçando um sorriso.

— Acredite, eu tentei de tudo para não te ver mais — olhou por cima dos cílios antes de se afastar e passar por mim de queixo erguido.

Passei a linguine nos lábios antes de seguir o mesmo caminho encontrando Enzo que já se entertia conversando com alguma modelo. Passei reto por ele indo até o bar pedindo um Dry Martini, encostei um de meus braços no balcão enquanto esperava o drink ficar pronto. Observei as pessoas andarem de um lado para o outro, sorrindo e conversando — provavelmente os assuntos seriam apenas negócios e não havia nenhum amigo de verdade ali.

Agradeci pela bebida quando ficou pronta levando até a boca.

— Arthur? — me virei olhando a moça de cabelos negros curtos e maçãs do rosto bem destacadas.

— Oi? — sorri tentando parecer gentil.

— Sou a repórter Jessie da revista News+. Poderia responder algumas perguntas? — ponderei mas, aceitei.

Nós dois fomos para um lugar mais reservado, sentamo-nos no sofá vermelho com algumas almofadas brancas.

Jessie ligou seu celular ligando o gravador de voz, avisando que já iria começar a entrevista.

— Arthur Mazza, nosso maior astro da música pop romântica do momento — disse, lendo seu bloquinho de anotações — Como reagiu ao cantar no primeiro desfile conceitual da La Belle?

— Foi... Extraordinário! Tive que ficar algumas horas processando quando recebi o convite. Foi a maior festa lá em casa e quando finalmente chegou a hora eu só conseguia agradecer por ter chegado tão longe — respondi, lembrando-me da sensação de participar daquele trabalho.

— Já disse em algumas entrevistas que você teve uma inspiração para começar a sua carreira. Poderia dizer um pouco dela para nós?

Respirei fundo antes de responder:

— Minha melhor amiga, Anne. Ela foi a melhor pessoa que eu já conheci em toda minha vida, me apoiava e sempre ficava no meu pé dizendo pra focar no meu sonho — Jessie sorriu — Infelizmente ela não sobreviveu para ver tudo virando realidade mas, sei que está feliz por mim em algum lugar nas estrelas.

— Sinto muito por sua perda — assenti, a ferida da perda já estava cicatrizada — Surgiu alguns boatos, boatos sobre sua vida amorosa.

Mordi a bochecha fechando meus olhos por alguns segundos.

— É verdade que você, Arthur Mazza está em um relacionamento com a modelo que fez parte do desfile Meggie Slow?

— Não — me remexi no sofá — Eu e ela somos amigos, nada mais que isso. É só um boato, nada de verdade.

Me repreendi no momento em que terminei de falar. A primeira regra que Enzo me ensinou foi : "não negue demais uma mentira, pode parecer que você está mentindo".

— Ah que pena! Vocês formariam um belo casal — ela riu, verificando a próxima pergunta — Última pergunta: Você mesmo disse em suas redes sociais que estava trabalhando em um novo trabalho. O que seria?

— Ah! Isso não sou autorizado a dizer mas, posso afirmar que terá muito sol e calor.

Me levantei depois de me despedir e segui andando meio perdido em meio a tantas pessoas bem vestidas.

Gente, será apenas um capitulo hoje porque eu não estou conseguindo entrar no wattpad pelo celular e meu computador é um coco, tadinho. Amanhã, se estiver tudo normal eu recompenso.

Tudo Pela Fama. {completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora