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O silêncio era como o ar sendo confinado em cada pulmão. Zoey sentiu sua pele eriçar e formigar, os olhos fixos nas lascas de cristal que se desfaziam em torno do objeto redondo e grande e plano, como se um véu brilhante tivesse sido retirado sobre ele e lhe mostrasse um enigma.

Seus pés se moveram e, antes que percebesse, já estava agachada diante do objeto plano, sua mão indo até ele, tocando-o, grãos azuis e violetas brilhantes como areia grudando em seus dedos – pó de estrela.

Zoey franziu a testa, o coração trovejando contra a respiração tremula. Era um objeto estranho, um pouco maior que um disco de vinil e alguns centímetros mais espesso, emoldurado por bordas de madeira lisa clara e pecinhas de metal. Desenhos decoravam os espaços pretos em alto relevo e era repleto de mecanismos, delimitados por discos em dourado – cinco, no total. Cada disco possuía um encaixe, onde havia uma liga de metal sustentando uma pequena esfera de vidro. No centro o disco era mais elevado, como um degrau, onde havia um espaço redondo no centro, como se estivesse faltando alguma peça. Parecia como... como o sistema solar, só que faltando o sol.

­— É o Sextante – disse Yiriz, quase em um sussurro, ao seu lado. Todos estavam ajoelhados e agachados ao redor do objeto, os olhos brilhantes e curiosos e confusos. – É a constelação do Sextante, mas não sei como não consegui enxergar o desenho da constelação antes, quando estava encoberto por aquela pedra.

— Aquele garoto azul tem uma bussola desenhada na testa – a voz de Christopher fez Zoey desgrudar o olhar do objeto plano para ele. Ela não tinha prestado muita a atenção em seus detalhes, e mesmo agora, ele parecia... – E essa coisa está cheio de números e símbolos. Ambos podem servir para localizar algo.

Lisa, ao lado de Misha, balançava as mãos como se para chamar a atenção. Ela estava com um caderno e o mostrou para Zoey ler. "Talvez seja para encontrar algum outro cristal – ou o prêmio no qual os jogadores tanto procuram, já que a rainha queria Zoey também."

— Posso usar a minha... – Zoey engoliu em seco, olhando para Cassiopéia no braço. O liquido do medidor estava se aproximando na segunda estrela ainda.

— Seria arriscado usar a sua magia para ver o que acontece com essa constelação e com o garoto – disse Kira, a voz grave, os braços cruzados enquanto seus olhos observavam o Sextante. – Não voltará a usar a magia enquanto a energia ainda não estiver renovada. Creio que você já deve ter entendido o tamanho do problema caso o faça novamente.

Zoey encarou a mulher, comprimindo os lábios e trincando os dentes. Trauma-mágico. Ela ainda não sabia o quanto de energia Sextante e Pyxis poderiam consumir; e depois de ver Yiriz desesperado, a sensação de estar sendo levada a algum lugar... Não poderia deixar a curiosidade vencê-la; se seria mais uma sobrevivente como Kira ou se morreria.

— Vocês podem resolver isso mais tarde – disse Cassandra, os olhos todos nela. – Não posso estender mais o tempo do que já está. Assim como vocês sabem dos riscos de ultrapassar o limite da magia, já sabem os efeitos de desacelerar o tempo demais.

Their war, our curse - FBTG Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora