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O grafite encorpou a linha meio tremula que ligava os pontos, deixando-a mais escura, e Zoey abriu um sorriso satisfeito. Ela queria poder até desenhar como Noah para melhor ilustrar as constelações no caderno, mas, por ora, era o suficiente.

O sinal do colégio ressonou, cadeiras sendo empurradas e o falatório aumentando. Uma sensação subiu para o peito de Zoey, os galhos pinicando a pele como se vibrassem junto. Ela deixou a sala a passos rápido, desviando do aglomerado de estudantes à procura da sala de Lucca.

Ela poderia explodir de ansiedade, dando vontade de sair contando a todos sobre sua teoria da conjuração das constelações. Havia estudado sobre as posições delas no mapa austral e boreal o dia anterior inteiro, revendo as histórias que antigos astrônomos e filósofos haviam dado muito antes, mesmo que algumas não pudessem ser totalmente verdadeiras – mas, ah, quem se importa? Tinha uma teoria que poderia dar certo, a ânsia de testá-la deixando um sorriso no rosto enquanto os olhos procuravam pela sala.

Zoey pulou alguns degraus da escadaria, arrancando ruídos de surpresa dos alunos até chegar no segundo andar, onde ficava a sala de Lucca – até onde lembrava. Havia muita gente ali, mas seus olhos capturaram uma figura que caminhava pelo corredor com uma mão no bolso do jeans e a outra acenando para uma outra pessoa. Ela se aprumou, comprimindo os lábios para encobrir o sorriso que tentava escapar, o olhar de Lucca caindo sobre ela.

— Não é de costume sua presença aqui, Holmes. – disse ele com um sorriso, a covinha surgindo na bochecha.

— Eu tenho uma teoria e preciso testá-la agora, Watson. – Zoey conteve a vontade de dar pulinhos. Ela segurou na mão de Lucca e o puxou. – Precisamos ir ao terraço agora.

Zoey guiou o garoto por entre os alunos, seus batimentos sobressaindo as conversas altas, até chegarem no corredor que dava acesso ao terraço. Estava quase vazio se não fosse por dois casais em cantos mais escuros, e ambos se moveram para além da porta do terraço. A luz do meio-dia atingiu os olhos de Zoey, fazendo-a piscar e colocar uma mão sobre eles, enquanto a outra deslizou da mão de Lucca para o prendedor no cabelo, os fios caindo sobre os ombros – e ela chamou Yiriz.

— Meus caros, estamos hoje aqui neste terraço para colocar em prática uma teoria que Yiriz e eu elaboramos ontem sobre a conjuração das constelações – Zoey começou, abrindo um sorriso, dando uma corridinha até a sacada, verificando a movimentação lá embaixo, e voltou para os rapazes.

— Não dê os créditos a mim, mer saraleah – Yiriz fungou, a ponta do nariz avermelhada. – Ai, estrelas, preciso ficar um tempo nessa forma do que como joia. Não é bom para os músculos.

— Pode ficar aqui até o final da aula, se quiser – Zoey deu uma piscadela para ele. – Pois então. Vamos testar o que eu chamo de Teoria dos Círculos Estelares.

— É um bom nome – Lucca sorriu, inclinando a cabeça.

— Bom, a teoria é baseada nos círculos esféricos da Terra, do raio até o diâmetro final. – Zoey tentou ilustrar com o dedo indicador enquanto caminhava para lá e para cá. – Temos cinco círculos principais, sendo que o primeiro é o diâmetro principal onde fica a Polaris, a estrela alfa da Ursa Major. Cada círculo abrange constelações, sendo que cada círculo seria como o nível de magia delas, o que nos resulta nas cinco estrelas de Cassiopeia – ela puxou a manga da blusa para cima, a constelação cheia no antebraço. – E as constelações são separadas entre austral e boreal, norte e sul. Fiz uma lista das constelações para cada círculo e, se o círculo menor corresponder ao pouco uso de energia mágica, temos então os níveis de cada constelação.

Their war, our curse - FBTG Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora