⚠️ conflito familiar; assédio.
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boa leitura! 💙
Jeongguk estava inquieto em sua cama, sem conseguir dormir. Sua mente, barulhenta demais, o atormentava com afinco, lhe fazendo lembrar de todos os momentos que desejava esquecer. No auge da madrugada, a frieza assolando a cidade, Jeongguk sentia calor. A coberta o agoniava, o ambiente o agoniava, estava sufocado.
Cedendo ao cansaço, após horas em claro, adormeceu. Entretanto, sua agonia não se findou. Os pesadelos atormentaram seu inconsciente, deixando seu sono perturbado.
Dessa vez, não se encontrava dentro de um ambiente escuro e sem saída. Havia uma sala bem iluminada repleta de espelhos, e Jeongguk no centro. Não compreendia o significado e talvez estivesse com medo de compreender. Correu para longe dos espelhos, mas de nada adiantava, seu reflexo o seguia por todos os lados. Cansado de correr, caiu no chão, sem forças. Levantando a cabeça, se deparou com o que menos queria ver.
O reflexo de si mesmo. Nele, estava um Jeongguk de cabelo preto, olheiras bem marcadas ao redor dos olhos, e o que mais lhe incomodou: era sua versão criança, o pequeno Jeongguk. Desesperado com o que via, começou a gritar, de olhos fechados, pedindo para sair daquele lugar.
Jeongguk despertou encharcado de suor, assustado. Olhou ao redor, sem espelhos. Respirou em alívio. Pegou o celular para ver a hora e estava uma hora atrasado para seu trabalho. Já não queria ir, arrumou uma razão. Ligou para seu chefe informando que adoeceu e uma febre alta o derrubou, o homem compreendeu e o liberou sem problemas, pedindo para que Jeongguk se cuidasse.
Não costumava mentir, mas também não diria que não era bom nisso. Às vezes, você pega prática sem ao menos perceber. Mente tanto para si mesmo que mentir para as outras pessoas não é algo incômodo.
Mentiu sobre a febre, porém se sentia doente. Seu corpo cansado, a cabeça doendo, não era um bom dia. Foi ao banheiro lavar o rosto, e evitou encarar o espelho, não queria recordar do pesadelo.
Desceu as escadas devagar, torcendo para não esbarrar em ninguém, mas seu humor que já estava péssimo, iria piorar.
— Bom dia, meu filho! – Jeon Sohye abriu um grande sorriso. — Venha tomar café conosco.
"Conosco?" Jeongguk se questionou. E ao descer mais um degrau, viu que sua mãe não estava sozinha.
Imediatamente voltou a subir os degraus, sem olhar para trás.
— Vamos, Jeongguk, é só um café. – O homem sentado à mesa falou.
Jeongguk queria tanto ignorar, se isolar em seu quarto era sempre a melhor opção. Mas o que pensariam? Que era um fraco por não conseguir tomar um café da manhã tranquilamente? Não costumava dar uma chance a ninguém, muito menos para si mesmo, porém não tinha nada perder. O dia já estava ruim, dava para aguentar.
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a arte do não dito • taekook
Romance[CONCLUÍDA] Jeongguk estava certo de que seu único interesse na vida seria pintar, nada além disso. Evitava relações amorosas, sabia que todas estavam fadadas ao fracasso. Se fechava em seu círculo de amizades e se escondia em seus grandes casacos...