Agora Ou Nunca

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Lea não podia nem dormir tranquila, as imagens de suas lembranças voltavam como sonhos para ela. Todas as noites eram assim, e após ter saído do Labirinto ficou cada vez mais constante.

A garota parecia fazer algumas atividades numa folha de papel, respondendo perguntas enquanto comia biscoitos com gotas de chocolate, em sua frente uma mulher com jaleco branco a observava bebericando uma xícara de café. Levava até a boca e soprava, fazendo com que a fumaça fosse para a sua direita.

— Amanhã é seu aniversário, o que gostaria de fazer? — a mulher perguntou depositando a xícara na mesa.

— Estou concentrada... Não me atrapalhe, por favor. — a menina não quis falar com ignorância, mas a mulher retorceu o rosto descontente com Lea.

— Então termine logo! —  a repreendeu, Lea levantou o olhar não entendendo a bronca  da mulher. Largou o lápis e a encarou, disposta a ouvi-la. — Perguntei o que você vai querer fazer amanhã.

Sair daqui é uma opção? — tentou.

Você sabe que não.

Lea deu de ombros, não custava tentar.

Quero que meus amigos venham ficar comigo.

Thomas e Teresa?

Eu tenho outros? — nesse momento a raiva já a consumia e não se importava de desrespeitar a mulher. A mesma mantinha os olhos atentos.

Está se comportando mal, garota. Você já vai fazer sete anos, precisa obedecer. — a mulher exigiu.

O que tem lá fora? — a menina perguntou de repente. A senhora ficou um pouco desconfortável, enrijeceu o corpo e limpou a garganta.

Caos, querida. Caos. se aproximou se inclinando na mesa. — E é por isso, que você é tão importante e deve me obedecer. Eu prevejo você salvando o mundo todo, garota.

E eu preciso sentir dor? — indagou com uma voz sofrida. — Como sempre sinto?

A mulher hesitou por um instante, disfarçou tomando um gole de café, ajeitou se jaleco passando a mão sobre ele para garantir que não estivesse amassado.

Claro que não, querida. Tudo vai ser tranquilo. CRUEL é bom.

Lea odiava quando um sonho acabava assim, sem mais nem menos. Na verdade não acabava, ela que esquecia da maioria das partes quando acordava.

Uma batida forte à porta a acordou na manhã seguinte. Mal havia apoiado o corpo sobre um dos cotovelos, quando a porta se abriu e os mesmos cinco guardas da véspera entraram com os Lança-Granadas em posição. Janson entrou no quarto logo depois.

— Acordem pra cuspir, jovens. — disse o Homem-Rato. — Decidimos lhes devolver a memória, gostem ou não.

Ainda sonolenta e o corpo todo dolorido – parecia que não havia dormido de verdade – não entendeu sequer um pouco do que aquelas palavras significavam.

— Vá para o inferno —  retrucou Newt. Ele já estava fora da cama, os punhos cerrados ao lado do corpo, o olhar furioso cravado em Janson.

Foi aí que percebeu que ele havia falado um absurdo, seriam obrigados a terem as lembranças de volta. Colocou as pernas para fora da cama e se levantou.

— Você disse que não éramos obrigados! — a garota pronunciou com raiva na voz.

— Receio não ter escolha — replicou Janson. — O tempo das mentiras acabou. Nada vai funcionar com vocês ainda no escuro. Sinto muito. Precisamos fazer isso. E Newt, de todos vocês, será o mais beneficiado por uma cura.

Error 3 [Maze Runner: A Cura Mortal]Onde histórias criam vida. Descubra agora