Lança-Granadas

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O Homem-Rato retornou antes que os meninos pudessem responder, mas ao julgar por suas expressões, sabia que estavam do lado dela, independentemente de qualquer coisa, estavam com ela, cem por cento.

Mais pessoas entravam na sala. Todos vestiam um traje verde folgado, uma espécie de macacão, com a palavra CRUEL escrita no peito. Lea ficou ponderando em como todos os detalhes do Experimento haviam sido pensados.

Será que o nome que usavam para a organização era uma das Variáveis desde o início? Uma palavra com uma ameaça óbvia contida, embora uma entidade que lhes apresentassem como sendo boa? Era bem provável que fosse apenas mais uma provocação para ver como o cérebro deles reagia; o que sentiam diante daquela palavra.

Era um jogo de adivinhação. Havia sido desde o princípio.

Os médicos – Lea supôs que fossem – assumiam um lugar próximo a cada uma das camas. Manuseavam com dedos hábeis as máscaras que pendiam do teto, ajustando tubos e experimentando botões e chaves que Thomas não conseguia ver.

— Nós já designamos uma cama para cada um de vocês — avisou o Homem-Rato, observando os papéis em uma prancheta que trouxera comele. — Os que ficarão neste quarto são... — Citou alguns nomes, entre eles os de Sonya e Aris, mas não o de Lea nem de nenhum dos outros Clareanos. — Aqueles cujo nome não chamei, por favor me acompanhem.

A garota odiou aquele momento, parecia que estavam sendo levado para um abatedouro. Não soube muito o que fazer, apenas seguiu adiante esperando o momento certo de agir.

Ela e os outros seguiram o Homem-Rato em silêncio para fora do quarto e desceram outro corredor longo e sem janelas, antes de pararem diante de uma porta. O guia leu a lista de novo, e, dessa vez, Caçarola, Newt estavam incluídos.

— Não vou entrar aí — anunciou Newt. — Você disse que poderíamos escolher, e esta é minha decisão. — Trocou um olhar zangado com Thomas, sugerido que aquele fosse o momento da ação.

— Está ótimo — respondeu o Homem-Rato. — Logo vão mudar bastante de opinião. Fique comigo até terminarmos de alocar todos os outros.

— E quanto a você, Caçarola? — perguntou Thomas, tentando disfarçar a surpresa diante da facilidade com que o Homem-Rato acalmara Newt.

O cozinheiro mostrou-se repentinamente submisso.

— Bem... acho que vou deixá-los fazer isso.

— Está maluco? — Lea se exaltou, indignada pelo amigo ter se sujeitado a isso.

Caçarola balançou a cabeça, um tanto na defensiva.

— Quero minhas recordações de volta. Faça a própria escolha, mas me deixe fazer a minha.

A garota abriu a boca, mas fechou logo após, apenas o puxou para um longo abraço e sussurrou um "eu te amo", como se fosse uma despedida.

— Vamos em frente — convidou o Homem-Rato após Lea soltar o menino.

Caçarola desapareceu sala adentro,
provavelmente para evitar qualquer outro tipo de argumento. Era preciso deixá-lo ir, Lea tinha consciência disso. Por enquanto, só podia se preocupar consigo mesma e com seu bebê e encontrar uma saída para o plano de fuga. Poderia resgatar os demais quando estivesse fora dali.

O Homem-Rato só chamou por Minho, Teresa e Thomas quando já estavam diante da última porta, juntamente com Harriet e duas outras garotas do Grupo B. Até então Newt e havia sido o único a negar a participar do procedimento.

— Não, obrigado. — falou Minho passando o braço pela cintura de Lea, quando o Homens-Rato fez um sinal para que todos entrassem na sala. — Mas agradeço o convite. E vocês, meus amigos, tenham bons momentos aí dentro. — Acenou de modo zombeteiro.

Error 3 [Maze Runner: A Cura Mortal]Onde histórias criam vida. Descubra agora