Denver

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Havia dormido por quase seis horas seguidas, mas com o bebê mexendo algumas vezes, achou impossível continuar dormindo. Então se levantou sem fazer barulho para não acordar os meninos. Resolveu dar uma volta pelo Berg e encontrou alguns lençóis, voltou com dois para os garotos e os cobriu até o queixo.

Minho havia ficado tão feliz por sentir o bebê mexendo que ficou acordado por horas conversando com a barriga da menina esperando que o bebê mexesse de novo. Lea estava gostando dessa nova fase, percebeu que quando se deitava o bebê mexia muito, enquanto estava em movimento ele ficava quietinho. Isso
explicava o porquê de não ter sentido ele enquanto estavam fugindo.

Quanto a Newt, se sentiu aliviada por ele ter ficado um pouco mais tranquilo depois de toda aquela adrenalina, nem parecia que ele e Minho haviam brigado horas atrás. Na verdade, eram dois irmãos que brigavam mas não se separavam. O loiro merecia todo apoio agora, não estava sendo nada fácil para ele.

Foi até a cabine onde o hispânico assobiava uma melodia feliz enquanto pilotava. Lea se sentou em uma das cadeiras e olhou para a paisagem. Não tinha nada de novo, era apenas ruína e areia.

— Para onde vamos? — Lea finalmente perguntou.

— Isso é uma boa pergunta, hermana. — voltou a assobiar.

— E? — ela esperava bem mais do que aquilo.

— Olha, menina. Eu vou pousar e dormir um pouco, depois quando seus amigos Trolhos, acordarem pensaremos em um plano. — Lea achava ridículo outra pessoa falando uma das gírias da Clareira. — Pode colocar o cinto, por favor?

Lea observou o banco e logo pôs o cinto.

— Estamos há cento e cinquenta quilômetros de distância do CRUEL. — sentiu o Berg fazer uma pressão e viu Jorge mexer em alguns botões dos milhares que haviam ali, era um grande painel cheio de detalhes e ela não fazia ideia do que faziam, mas achou um máximo e quis aprender a pilotar aquela coisa.

— E eles não podem nos achar? — perguntou com receio.

— Não, eu sou mais inteligente que eles. Manipulei o sistema, eles não vão descobrir... Não durante um tempo. —deu um sorriso presunçoso. — E consegui rastrear onde estão seus coleguinhas.

— O que? — questionou surpresa. — Onde eles estão?

— Denver. — o Berg pousou no chão e por estarem dentro dele quase não ouvia o barulho dos motores que logo depois foram desligados por completo.

— Denver? — Lea não fazia ideia onde isso ficava, Jorge precisava ser mais específico.

— Nas Montanhas Rochosas. Um lugar alto. Uma escolha óbvia para uma zona de isolamento, porque lá o clima se equilibra com rapidez, desde que o Sol brilhe. Um bom lugar para ir.

Teresa e os outros haviam sido muito espertos, como conseguiram pensar nessas coisas tão rápido?
Queria poder ao menos conversar com eles, sentia uma saudade imensa dos seus amigos Clareanos. Até mesmo de Teresa.

— Jorge? — o chamou e ele apenas virou a cabeça. — Como é o resto do mundo? Tudo é deserto agora?

— Só as regiões entre os trópicos estão
devastadas. Nos demais locais, há apenas oscilações extremas de clima.
Existem cidades seguras aonde poderíamos ir. Principalmente sendo
Imunes.

Era estranho pensar que havia outra realidade além de viver enfurnados em laboratórios fazendo inúmeros testes. Se conseguissem mesmo fugir para o mundo real, teriam de começar a viver
como pessoas reais. Mas isso seria possível em um mundo onde o Fulgor
existisse? Pensou em todos os seus amigos e no filho que carregava. Seu corpo se arrepiou.

Error 3 [Maze Runner: A Cura Mortal]Onde histórias criam vida. Descubra agora