Lar Doce Lar

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Lea mostrou o mapa para eles e só demorou alguns minutos para que todos concordassem – até mesmo Teresa e Gally – em abandonar o Braço Direito
e seguir por conta própria. Partiram rumo ao Labirinto. Teresa olhou para o mapa de Lea e informou que sabia
exatamente como chegar lá. Deu-lhe uma faca como munição, que Lea segurou com firmeza na mão direita, ponderando que sua sobrevivência dependeria agora de uma lâmina fina. Saíram da sala lateral, passando pelas portas duplas, enquanto o pessoal do Braço Direito gritava, chamando-os de loucos e afirmando que seriam mortos em minutos. Lea as ignorou cada
uma daquelas palavras.

Com Teresa e Jorge indicando o caminho, seguiram adiante e desceram um
lance de escada. Tomaram um atalho através de um antigo depósito, que
dava em outro longo corredor. Mais escadarias. Uma à direita e depois outra
à esquerda. Lea mantinha o ritmo acelerado, avaliando a todo momento
se havia perigo. Não se deteve para recuperar o fôlego; não duvidou das
orientações de Teresa. Era novamente uma Corredora e, apesar de tudo,
sentia-se muito bem. Se perguntou como isso era possível, o incômodo era péssimo, mas não parecia que havia acabado de dar a luz. Pensou que talvez Ava teria feito alguma coisa, lhe dado um medicamento, ou algo que ela não fazia ideia do que poderia ser.

Aproximaram-se do fim de um corredor e viraram à direita. Lea só havia descido três degraus quando, do nada, alguém a agarrou pelos ombros, atirando-a ao chão. Lea caiu e rolou, tentando se desvecilhar de quem estava em
cima dela. Ouviu gritos e sons de outras pessoas lutando. Estava escuro, e ela mal conseguia distinguir com quem lutava, mas socou e deu chutes, sacando a faca. Sentiu que cortava algo. Um grito de mulher soou. Um punho disparou contra a lateral direita de seu rosto, e algo duro penetrou o alto de sua coxa.

Lea fez uma pausa para se firmar, depois empurrou com toda a força. A oponente se chocou contra a parede e depois tornou a saltar sobre ela. Ambas rolaram, colidindo com outro par que também lutava. Foi necessária toda a sua concentração para não soltar a faca, e continuou golpeando com ela, embora fosse dificil se aproximar tanto assim da
oponente. Arremeteu a faca com a mão esquerda, atingindo o queixo da
mulher, e aproveitou o segundo de distração para esfaqueá-la no estômago.
Outro grito – mais uma vez uma voz de mulher, e vinha, definitivamente, da pessoa que a atacara. Empurrou-a para se livrar dela.

Lea se levantou, olhando ao redor para ver quem poderia ajudar. À luz mortiça, viu Minho sobre um homem, socando-o, o sujeito sem demonstrar nenhuma resistência. Aris e Jorge haviam
dominado outro guarda, e, quando Lea olhou, o homem se levantava e
fugia. Teresa e Harriet estavam encostadas à parede, retomando o
fôlego. Todos tinham sobrevivido. Mas precisavam correr.

— Vamos! — gritou ela. — Minho, solte esse homem!

O namorado desferiu mais alguns socos para garantir, depois se levantou e deu um último pontapé no sujeito.

— Acabei. Agora podemos ir.

O grupo continuou correndo.
Desceram correndo mais um lance de escadas e chegaram, aos tropeções, em outro aposento. Lea sentiu um calafrio de terror ao perceber onde estava. Era o cômodo onde se alojavam os Verdugos, o lugar onde se encontravam quando tinham fugido do Labirinto. As janelas de observação estavam quebradas; havia estilhaços de vidro espalhados pelo
chão. Cerca de quarenta compartimentos retangulares onde os Verdugos
descansavam e se refaziam pareciam trancados desde que os Clareanos
haviam passado por ali algumas meses antes. Uma camada de poeira cobria o que havia sido uma brilhante superfície branca da última vez que vira aquilo

Jorge apontou para a escada que conduzia ao local aonde precisavam ir. Lea estremeceu diante da lembrança de escorregar pela rampa dos Verdugos durante a fuga – poderiam simplesmente ter descido a escada.

— Por que será que não tem ninguém aqui? —  perguntou Minho. Girou o corpo em um círculo completo ao redor do lugar. — Se estão mantendo pessoas aqui, por que não há guardas?

Lea sugeriu:

— Quem precisa de soldados para guardá-los quando se tem o Labirinto fazendo esse trabalho por você? Demoramos muito tempo para encontrar uma saída.

— Não sei, não, amor... — falou Minho. — Tem alguma coisa suspeita por aqui.

Thomas deu de ombros.

— Bem, ficar sentado aqui não vai ajudar. A menos que tenham descoberto algo útil, vamos subir e começar a tirá-los de lá.

— Útil? — repetiu Minho. — Não descobri nada de útil.

— Então vamos subir.

Lea e Minho subiram as escadas primeiro e entraram em outro cômodo que lhe era familiar –  aquele no qual havia o teclado em que digitara o código, desativando os Verdugos. Chuck estivera ali, apavorado, mas fora corajoso.
E, menos de uma hora depois, estava morto. A dor da perda do amigo
oprimiu mais uma vez o peito de Lea. Ele ia ficar tão feliz ao vê-la com um bebê.

— Lar, doce lar — murmurou Minho.

Apontava para um buraco redondo
acima deles. Era o buraco que constituía o Penhasco. Quando o Labirinto se
encontrava em plena operação, fora usada tecnologia holográfica para
ocultá-lo, para fazê-lo parecer parte do céu falso e interminável que ficava
além do contorno rochoso do declive. Era evidente que tudo aquilo fora
desativado, e Lea podia ver os muros do Labirinto através da passagem. Uma escada portátil havia sido colocada bem abaixo dele.

— Não posso acreditar que estamos aqui de novo — disse Teresa, aproximando-se de Lea. A voz parecia vir de outro mundo, e ecoou como se a ouvisse dentro dela.

Lea se deu conta de que, com essa simples declaração, as duas enfim estavam em campos iguais – tentavam salvar vidas, dessa vez as duas não concordavam com o CRUEL. Desejava acreditar nisso com cada pedacinho do seu ser.

Voltou-se para ela:

— Louco, hein?

Ela sorriu pela primeira vez desde que... não conseguia se lembrar.

— Muito louco.

Havia tanta coisa que Lea ainda não se lembrava – sobre ela própria, sobre a amiga –, mas Teresa estava ali, ajudando-a, e era tudo que podia
lhe pedir.

— Não é melhor subirmos lá? —  perguntou Thomas.

— Sim — concordou Lea. — Vamos.

Seguiu Minho, escalou a escada
e andou sobre as duas tábuas que emolduravam a fenda no chão de pedra
do Labirinto, delimitando o Penhasco. Abaixo dela havia apenas uma área
com paredes negras, um local que antes sempre fora considerado uma queda sem fim. Olhou para o Labirinto e teve de fazer uma pausa para reunir forças.

Onde o céu havia um dia brilhado, azul e cintilante, agora havia apenas um sombrio teto cinza. A tecnologia holográfica que criava a ilusão
do Penhasco havia sido encerrada por completo, e a visão que antes induzia
à vertigens tinha se transformado em um simples estuque preto.

Mas ver as paredes maciças cobertas de hera tirou-lhe a respiração. Estas eram
altas, mesmo sem o reforço da ilusão, e agora se elevavam acima dela como um daqueles monumentos ancestrais, verdes, cinzentas e rachadas. Como se repousassem ali há mil anos, enormes tumbas marcando a morte de tantas pessoas.

Estava de volta.

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Oii
Tudo bem?

Estou morta de cansada porque ontem fiquei até meia noite no trabalho 😃 sem brincadeira, tive que fazer hora extra porque estávamos mudando as coisas das prateleiras e provavelmente hoje vou fazer o mesmo horário. Estou amando 🙄

Não revisei, se tiver algo errado me avisem, por favor.

Pergunta aleatória:

Qual o seu cantor favorito?

Eu tenho dúvidas qual o meu cantor favorito. Harry Styles ou Shawn Mendes. Acompanho Harry desde a One Direction. E os covers do Shawn Mendes... Cara, eu não sei escolher então chego na conclusão que os dois são meus favoritos.

Não se esqueça de votar ❤️

Error 3 [Maze Runner: A Cura Mortal]Onde histórias criam vida. Descubra agora