Sequestro

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Lea e Thomas combinaram de não falar para mais ninguém sobre as mensagens no bilhete, sofreram em silêncio, só os dois.

Passaram duas noites no Berg, descansando e traçando planos.
Nenhum deles conhecia muito a cidade nem tinha um relacionamento sólido
ali. As conversas acabavam retornando a Gally e ao Braço Direito. O Braço Direito queria deter o CRUEL. E, se era verdade que o CRUEL poderia começar de novo todos os Experimentos com novos Imunes, Lea e os demais tinham os mesmos objetivos que o Braço Direito.
Gally. Tinham de procurar Gally de novo.

Na manhã do terceiro dia após o encontro com Newt, Lea acordou cedo sentindo um incômodo na lombar e algumas pontadas de cólica, tomou um banho demorado, tentando amenizar a situação, mas não funcionou muito. Depois se juntou aos outros para uma refeição rápida. Era óbvio que os cinco estavam ansiosos para entrar em ação após dois dias de descanso. O combinado era ir ao apartamento de Gally e seguir com os planos a partir desse encontro. Havia certa preocupação com respeito ao que Newt havia lhes contado – que alguns Cranks planejavam fugir do
Palácio e ir para Denver –, mas não havia sinal deles por enquanto.

— Cadê o laço do meu cabelo? — Lea perguntou revirando tudo o que via pela frente. Chegou no cômodo do Berg onde todos estavam reunidos. — Vocês viram o meu laço?

— Não, Lea. Devia estar na sua cabeça. — Minho falou e recebeu uma almofada na cabeça.

— Não estou brincando, eu preciso amarrar o meu cabelo, está todo bagunçado porque não temos uma escova decente para pentear. — sentou na poltrona um pouco chorosa e enterrou a cabeça nas mãos. Os amigos se entreolharam e se levantaram rápido para ajudar.

— Onde você viu pela última vez? — Minho perguntou apoiando a mão em seu ombro.

— Eu não sei! — disse irritada.

— Vamos nos dividir para procurar. — disse Thomas achando a situação engraçada. Brenda revirou os olhos e riu.

— Lea. — Brenda se aproximou. — Por acaso é esse que está no seu braço?

Lea levantou a cabeça e olhou para seu braço esquerdo, o laço estava em seu pulso, a sala explodiu em gargalhadas o que não agradou a garota. Se levantou irritada e foi andando até a porta.

— Calem a boca e se apressem para sairmos daqui. — cruzou os braços e saiu da sala. Minho parou de rir e foi de encontro com ela, mas antes que pudesse desaparecer porta a fora, Jorge não perdeu a oportunidade:

— Boa sorte, hermano. Que você saia vivo daqui. — Minho virou para trás na chance de levantar o dedo do meio, mas Lea gritou seu nome e ele correu ao seu encontro. Deixando Jorge, Brenda e Thomas rindo do casal.

Quando estavam prontos, reuniram-se à porta da aeronave.

— Deixem que eu fale de novo — pediu Jorge.

Brenda concordou.

— E, quando entrarmos, pegaremos um táxi — disse ela.

— Ótimo. — murmurou Minho. — Vamos parar com essa conversa fiada e começar a agir.

— Eu não aguento mais ficar dentro dessa coisa de aço. — resmungou Lea, com certeza não estava de bom humor.

Jorge pressionou um botão, e a enorme rampa da porta de carga passou a descer. Ela só havia descido pela metade quando avistaram três pessoas em pé do lado de fora do Berg. Quando a extremidade da rampa tocou o chão, Lea percebeu que aquilo podia ser tudo, menos um
cumprimento amistoso de boas-vindas.

Dois homens. Uma mulher. Usavam as mesmas máscaras protetoras que o Camisa Vermelha lá na cafeteria. Os homens portavam pistolas, e a mulher tinha um Lança-Granadas nas mãos. O rosto deles estava sujo e suado, e parte das roupas havia sido rasgada, como se
tivessem precisado lutar contra um  exército para chegar até ali. Lea
torceu para que fosse apenas algum tipo de medida extra de segurança. Minho pegou a mão da garota e se colocou na frente dela, com uma breve troca de olhares.

— O que é isso? — perguntou Jorge.

— Cale a boca, Privilegiado — falou um dos homens, a voz metálica tornando as palavras ainda mais sinistras. — Agora, desçam até aqui com calma, ou não vão gostar do que vai acontecer. Não tentem nenhuma gracinha.

Lea olhou para o grupo à frente, talvez de sequestradores, e ficou chocada ao ver que os dois portões que protegiam a entrada para Denver estavam totalmente abertos, e duas pessoas jaziam sem vida no caminho estreito que conduzia à cidade.

Jorge foi o primeiro a responder:

— Se começarem a disparar, hermano, saltaremos em cima de vocês como urubus na carniça. Podem atingir um de nós, mas conseguiremos matar vocês três no final. Hijos de puta.

Era uma ameaça vazia, no entanto. Mas Lea gostou do xingamento no final.

— Não temos nada a perder — replicou o homem. — Atire o melhor que puder. Tenho bastante confiança de que furo dois de vocês antes que alguém dê um único passo. — Ergueu a pistola alguns centímetros e a apontou para o rosto de Jorge.

— Muito bem — murmurou Jorge, e levantou os braços. —  Por enquanto, vocês ganharam.

Minho soltou um suspiro:

— Você não passa de um grande idiota. — Lea e Minho  também levantaram os braços. — É melhor não baixarem a guarda. É o melhor conselho que posso dar a vocês.

— Quando menos esperarem nós iremos agir. — Lea completou fitando os guardas com um ódio descomunal.

Thomas foi o primeiro a descer, seguido por Brenda, Lea não queria aceitar, mas não tinha muito o que fazer. Com uma carranca no rosto começou a andar seguindo os outros. Minho e Jorge foram atrás deles, e todos foram conduzidos para trás do Berg, onde uma velha van
estropiada os esperava, o motor ligado. Havia uma mulher com uma
máscara protetora atrás do volante, e dois outros, portando Lança-Granadas, estavam sentados no banco traseiro, atrás dela.

Um dos homens abriu a porta lateral, depois fez um aceno de cabeça para que
entrassem.

— Aqui vamos nós. Um movimento em falso, e balas começarão a voar. Como eu disse, não temos nada a perder. E posso pensar em várias outras coisas piores que um mundo com um ou dois Privilegiados a menos.

Lea subiu no banco traseiro da van, a mente trabalhando sem parar. Cinco contra três, pensou. Mas eles tinham armas.

— Quem está pagando vocês para sequestrarem Imunes? — perguntou ela, quando os amigos entraram na van e se acomodaram ao lado.

Queria que alguém confirmasse a história que Teresa havia contado a
Gally sobre a venda de Imunes.
Ninguém respondeu.
Os três que os tinham aguardado na saída do Berg entraram na van e fecharam as portas. Depois, apontaram as armas para eles.

— Há capuzes pretos aí no canto -— instruiu o sujeito que aparentemente liderava o grupo. — Vistam-nos. E já adianto que não vou gostar nada de ver algum de vocês espiando durante o caminho. Gostamos de manter nossos segredos bem guardados.

Lea suspirou. Seria inútil discutir. Pegou um dos capuzes e o colocou na cabeça. A escuridão a envolveu, enquanto a van se colocava em movimento, o ronco do motor se impondo ao partir.

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Oii
Tudo bem?

O que acham que vai acontecer?

Pergunta aleatória:

Em um filme de terror você seria o primeiro ou o último a morrer?

Talvez eu iria sobreviver, porque ia embora do lugar assim que visse algo suspeito, se isso não fosse possível eu iria ser o primeiro a morrer.

Não se esqueça de votar❤️🏃‍♀️

Error 3 [Maze Runner: A Cura Mortal]Onde histórias criam vida. Descubra agora