Eu Sou Um Crank

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Lea estava decidida contar seus sonhos –  que claramente eram lembranças – para os outros.

Quando se sentaram para a segunda reunião, pensou em todos os sonhos que ia falar – deixando algumas que estava com Minho. Agruparam as cadeiras perto da cabine do piloto do Berg, para
que Jorge pudesse ouvir também. Lea então passou a narrar cada sonho que tivera – lembranças de sua vida quando era apenas uma menina; ela presa no quarto colorido, o treinamento com Thomas e  Teresa e cada detalhe de que se recordava. Quando relatou tudo, Thomas disse que também tinha sonhos parecidos e recentemente tinha sonhado com a sua mãe. Terminaram de compartilhar e comparar um sonho com outros aguardaram, a reação dos amigos.

— Não vejo que importância isso tem para nós — disse Minho. — Só me faz odiar ainda mais o CRUEL. Fizemos bem em deixar toda essa porcaria para trás. Espero nunca mais ter de ver de novo aquela cara de mértila de Teresa.

Newt, que andava irritadiço e distante, manifestou-se pela primeira vez desde que tinham começado a reunião.

— Brenda é uma maldita princesa comparada com aquela sabe-tudo
metida.

— Hum? Ah, obrigada — replicou Brenda, revirando os olhos.

— Quando você mudou de opinião? — soltou Minho em tom brusco.

— Hein? — replicou Brenda.

— Em que momento se rebelou contra o CRUEL? Você trabalhou para eles, fez tudo o que quiseram que fizesse no Deserto. Estava a postos para ajudá-los a colocar aquela máscara no rosto das pessoas e arrumar confusão o tempo todo pra nossa vida. Quando e como passou desse jeito tão apaixonado para o nosso lado?

Brenda suspirou; parecia cansada, mas as palavras saíram acrescidas com uma nota de raiva:

— Nunca estive do lado deles. Jamais. Sempre discordei da maneira como trabalhavam, mas o que poderia fazer sozinha? Ou mesmo com Jorge? Fiz o que precisava para sobreviver. Só que convivi com vocês no Deserto, e isso me fez entender... bem, isso me fez entender que temos alguma chance.

Lea tentou mudar de assunto, claramente aquilo viraria uma discussão. Minho não ia deixar passar nada e iria a interrogar até sugar todas as informações.

— Brenda, você acha que o CRUEL vai começar a nos obrigar a fazer coisas? Você sabe, começar a confundir nossa cabeça, a nos manipular?

— Por isso é que precisamos encontrar Hans com urgência. — Ela deu de ombros. — Pelo que conheço do CRUEL, só posso supor que farão isso, sem sombra de dúvida. De vez em quando eu os via controlar alguém; com esse dispositivo que colocam no cérebro, é fácil manter a pessoa sob observação. Como estão fugindo e o CRUEL não tem como saber exatamente o que estão fazendo, talvez eles não queiram correr riscos.

— Por que não? — perguntou Newt. — Por que não nos fazem apunhalar nossa própria perna ou nos acorrentar em uma cadeira até que nos encontrem?

— Não estão próximos o suficiente — respondeu Brenda. — É óbvio que
o CRUEL precisa de vocês. Não podem correr o risco de que sejam feridos, muito menos mortos. Aposto que mandaram um monte de gente atrás de vocês. Quando se aproximarem o bastante para observar, daí sim
podem começar a bagunçar o cérebro de vocês. E tenho uma forte intuição
de que farão isso mesmo. Por isso é imprescindível irmos para Denver.

Lea balançou a cabeça, concordando.

— Vamos, e pronto. E afirmo que vamos esperar cem anos antes de ter outra reunião para falar desse lixo.

— É bom mesmo — acrescentou Minho. — Concordo com você. Por enquanto, dois a favor.

Todos se voltaram para Thomas que logo confirmou e depois se voltaram para Newt.

— Eu sou um Crank — respondeu o garoto. — Não importa o que um maldito como eu pensa.

— Podemos levá-lo à cidade — disse Brenda, ignorando as palavras
dele. — Pelo menos tempo suficiente para que Hans trabalhe no seu cérebro.
Só precisamos ser muito cuidadosos para mantê-lo a distância de...

Newt se levantou com um movimento brusco e socou a parede atrás da cadeira.

— Pra começar, não importa o jeito como as coisas estão na minha cabeça. De qualquer modo, logo vou passar pela Insanidade. E não vou morrer com a culpa de ter infectado uma cidade de pessoas saudáveis...

O coração de Lea pesou, odiava ver o loiro nessa situação. Torcia para que encontrassem algo para salvá-lo. Uma cura.

Ninguém disse nada.
A expressão de Newt se fechou.

— Bem, não percam tempo tentando me convencer a participar desse plano —  rosnou por fim. — Todos sabemos que a cura milagrosa do CRUEL nunca vai funcionar, e não gostaria mesmo que funcionasse. Não tanto a ponto de poder sobreviver neste planeta de mértila. Vou ficar no Berg enquanto vocês vão para a cidade. — Virou-se e se afastou, seguindo para a área comum.

— Muito bem — murmurou Minho. — Suponho que a reunião tenha terminado.

Levantou-se e seguiu o amigo.

Brenda franziu a testa e depois trocou um olhar com Lea e Thomas.

— Vocês... querem dizer, nós... Bem, estamos fazendo o certo, não
estamos?

— Acho que não há mais certo ou errado — respondeu Thomas com a voz cansada. —  Só coisas horríveis e coisas um pouco menos horríveis.

— Tanto faz. — Lea falou distante. — Só quero salvar meu amigo.

Levantou-se para se juntar aos outros dois Clareanos, enfiando a mão no bolso e sentindo o envelope que Newt dera a ela. O que estaria escrito ali?, ponderou ao se afastar. E como saberia qual seria o momento certo para abri-lo?

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Oii
Tudo bem?

O que acham que está escrito nos envelopes?

Pergunta aleatória:

O que costumam pensar de você quando te conhecem?

"Você é muito tímida, muito calada, parece metida"
A verdade é que se deixarem eu falo o dia todo, eu amo conversar kkk e vocês?

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Error 3 [Maze Runner: A Cura Mortal]Onde histórias criam vida. Descubra agora