Voltando Para O Inferno

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— Eu não... Não... — Thomas começou a chorar desesperado abraçando Newt, a falta do ar em seus pulmões chegava a doer, mas ele não largou o corpo. Suas esperanças estavam acabadas, seus olhos ardiam de tanto chorar, parecia que o ar não estava mais circulando em seu corpo, e tudo havia se tornado uma penumbra.

Ele amava Newt com todas as suas forças, foi ele quem o fez ter coragem para enfrentar tudo, foi Newt que sempre o apoiou, sempre esteve ali por ele. E no momento que ele mais precisava Thomas não estava com seu amado. Seu coração doía por não ter aceitado esse sentimento bem antes, que mal teria acontecido? Ele realmente era um tolo por ter guardado um sentimento tão forte e prejudicado quem tanto amou. Se sentia incompleto e desejou a morte.

— Tom! Olhe para mim. — ouviu a voz de Lea, ele inclinou a cabeça, ainda sentindo o peso do amado sobre ele. Lea estava com um pedaço de madeira nas mãos. — Temos de levá-lo.

— O que você fez? — perguntou com os olhos arregalados.

— Eu o apaguei, agora você e Minho vão colocá-lo na van e vamos levá-lo para o CRUEL. — disse determinada.

— Mas...

— Eu sei que fui egoísta. Mas não me importo. Não posso perder Newt também. Vamos dar um jeito e encontrar uma cura para ele. — Largou a madeira no chão e foi até Minho que estava estático, balançou seus ombros. — Ei! Acorde. Vamos, pegue Newt e o coloque lá dentro.

Ninguém se mexeu.

— Mértila, só eu que tenho que fazer as coisas aqui... Estamos perdendo tempo. Vamos agora! — com isso o asiático andou até os dois amigos no chão, virou o corpo de Newt com cuidado permitindo que Thomas se levantasse pegando os pés do menino desacordado.

— Entrem logo! —  gritou Lawrence.
A porta ainda estava aberta, entraram e e a porta fechou.
Não demorou um segundo, e a van já se movia, colocaram Newt nos últimos banco da van e transpassaram o cinto, o prendendo.

— Ótimo. — Lea falou sem algum resquício de culpa. Ela não havia respeitado a decisão de Newt, porém aquilo não importava. Ela faria qualquer coisa para manter seu melhor amigo vivo. Olhou para baixo, percebendo que mãos e pernas tremiam, e de repente se deu conta de que sentia um frio congelante.

Ninguém disse uma palavra. Thomas olhava através da janela para
um ponto distante, em estado total de atordoamento. Havia cogitado atirar na
cabeça de seu melhor amigo. Do amor da sua vida.

O resto da viagem foi um borrão confuso na mente de Lea. Passaram por mais Cranks, tiveram inclusive de atirar algumas granadas pela janela em alguns momentos. Depois transpuseram o muro da cidade e o portão que dava para o pequeno aeroporto, alcançando a porta enorme do hangar, guardada com atenção por mais membros do Braço Direito.

Não se falou muito; Lea e os outros fizeram apenas o que lhes foi mandado,
seguindo para onde devia ir.
Embarcaram no Berg, e eles seguiram os outros dois quando entraram na nave e realizaram uma inspeção. Em momento
algum proferiu sequer uma palavra. A piloto ligou o motor da grande aeronave, e Lawrence desapareceu em algum canto. Newt havia acordado e Minho tivera de lhe dar um soco o apagando de novo. Thomas estava com ele, limpando seus ferimentos quando Lea e Minho se acomodaram em uma cama na área comum.  Mantiveram o olhar fixo na grade de metal do teto.

— Eu jamais vou esquecer aquilo. — Lea falou acordando Minho de seus pensamentos. — Jamais vou esquecer Chuck sufocando com o próprio sangue.
Não aguentaria ver Newt morrendo também.

— Eu odiei ouvir ele falando aquelas palavras. — tensionou o maxilar. — Precisamos encontrar uma cura ou pelo menos tardar a morte dele. Que a gente consiga se despedir direito e fazer um funeral descente.

Error 3 [Maze Runner: A Cura Mortal]Onde histórias criam vida. Descubra agora