Sujar As Mãos De Sangue

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Pelo menos duzentas pessoas haviam conseguido sair do Labirinto, mas, por alguma razão, tinham parado de se mover. Lea abriu caminho entre a multidão no corredor apinhado, lutando para chegar lá na frente. Passou por homens, mulheres e crianças, e enfim localizou Thomas.

— Minho me obrigou a sair — disse ele.— Prometeu ajudá-la se você
precisasse. Disse que tirar todos dali era prioridade e que vocês conseguiriam dominar o Verdugo. Mas eu devia ter ficado. Pode me perdoar?

— Esqueceu que já matei vários verdugos? — Lea respondeu. — Eu acabei com aquele também, Minho nem precisou ajudar. Não precisa se desculpar, logo estaremos longe daqui e é o que importa.

— Então vamos logo.

— Combinado. — Lea deu-lhe um empurrão carinhoso, encaminhando-se de novo para a dianteira do grupo.

O corredor estava ainda mais escuro do que antes. As poucas luzes que funcionavam estavam fracas, e acendiam e apagavam, oscilantes. As pessoas pelas quais passavam abriam caminho em silêncio, aguardando com ansiedade. Lea avistou Caçarola, que não disse nada, mas fez o que pôde para lhe lançar um sorriso encorajador, embora parecesse forçado. A distância, um estrondo ocasional soava de vez em quando, e o prédio tremia. As explosões ainda estavam bem longe, mas Lea sabia que não demorariam a se aproximar.

Quando ela e Thomas alcançaram a dianteira da multidão, descobriram que o grupo havia parado diante de uma escadaria, sem saber se devia subir ou descer.

— Precisamos subir — instruiu Lea.

Thomas não hesitou. Fez um sinal para o grupo segui-lo e passou a
subir, Lea a seu lado. Recusava-se a sucumbir à fadiga. Quatro lances,
cinco, seis. Parou no patamar, retomou o fôlego e olhou para baixo. Viu que
os outros estavam em seu encalço. Lea guiou até um corredor, virando
à esquerda e depois à direita, e outro lance de escadas acima. Mais um
corredor, e depois desceram outra escada. Pé ante pé. Àquela
altura, Lea só torcia para que a chanceler houvesse sido honesta sobre o Transportal. Na verdade, Lea confiava nela.

Uma explosão soou em algum lugar acima deles, sacudindo todo o prédio e lançando-os ao chão. A poeira inundou o ar, e pequenos fragmentos do teto caíram em suas costas. Sons de coisas desmoronando e se fragmentando encheram o ar. Segundos após o abalo, no entanto, tudo estava quieto e calmo de novo.

Lea estendeu a mão em direção a Thomas, para se certificar de
que ele não estava ferido.

— Todos estão bem? — gritou ela pelo corredor.

— Sim! — alguém berrou de volta.

— Continuem andando! Estamos quase chegando! — Thomas ajudou Lea a
se levantar e continuaram, Lea pedia aos céus que o prédio ficasse no mesmo lugar pelo menos mais alguns instantes. Guiaram o grupo indo em direção ao círculo que Ava Paige havia feito no mapa.

— Continuem andando e fiquem alerta — disse Lea; depois se apressou em direção à porta. Se a chanceler Paige houvesse mentido sobre o Transportal, ou se alguém do CRUEL ou do Braço Direito tivesse descoberto o plano deles, seria o fim.

A porta dava para uma pequena sala repleta de mesas lotadas de
ferramentas, pedaços de metal e componentes de máquinas. Do lado
oposto, uma grande tela havia sido pendurada na parede. Thomas foi até ela e a arrancou. Atrás dela, encontrou uma parede acinzentada com um brilho
bruxuleante e, junto dela, um painel de controle.

Era o Transportal.

A chanceler não mentira.

Brenda segurava o bebê e Newt estava com ela sorrindo. Lea sentiu as lágrimas de alívio descerem pelo rosto.

Error 3 [Maze Runner: A Cura Mortal]Onde histórias criam vida. Descubra agora