Teto

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Minho apontou a pistola para cima e atirou, fazendo Lea dar um salto para o lado, agradeceu por estar sentada. O ruído da multidão transformou-se em absoluto silêncio. Minho não precisou dizer nenhuma palavra. Fez um gesto para a guarda se manifestar.

— Lá fora está uma loucura. Tudo aconteceu muito depressa. Os
Cranks estão escondidos, só à espreita. Esta manhã a polícia foi dominada,
e os portões foram abertos. Alguns Cranks do Palácio entraram. Estão em
toda parte agora. — Fez uma pausa e aproveitou para fitar algumas pessoas
aleatoriamente. — Juro que não vão querer ir lá fora. E juro que nós somos
os mocinhos da história. Não sei o que o Braço Direito planejou, mas sei que parte do plano inclui nossa retirada de Denver.

— Então por que estão nos tratando como prisioneiros? — gritou
alguém.

— Só estou fazendo o que fui contratada para fazer. — voltou a atenção para Minho. — Acho que é uma ideia estúpida saírem daqui, mas, como eu disse, se resolverem ir, não podem ser muitas pessoas. Esses Cranks localizam em um segundo um grupo grande de carne fresca dando sopa por aí, e então será o fim do plano. Com ou sem armas. E o chefe pode não gostar de ver uma multidão querendo falar com ele. Ou
mesmo os guardas, vendo uma van cheia de estranhos, podem começar a atirar.

— Eu e Minho. — falou Thomas.

— Eu também. — Lea voltou a ficar de pé com ajuda de Jorge e pôs as mãos na cintura com autoridade.

— Não, amor. — Minho se aproximou dela falando de mansinho. — É perigoso.

Lea ficou boquiaberta.

— Não quero ficar presa nesse lugar, quero chegar até lá e ajudar. E não há discussões eu vou. Já enfrentei coisa pior.

— Você precisa ficar de repouso, Lea. — Brenda falou.

— Repouso? — repetiu. — Eu estou ótima, posso correr uma maratona! Eu e meu bebê somos fortes, e sou capaz de enlouquecer aqui dentro. Vou ir e ninguém vai me fazer ficar.

Minho suspirou fundo e revirou os olhos.

— Ah, Lea. — falou. — Por que você é tão teimosa?

Ela deu de ombros e amarrou o cabelo em um coque sem ter nenhuma preocupação.

— Tudo bem. — Thomas falou. — Vamos nós três. Brenda e Jorge ficam para conter o grupo aqui.

Os dois balançaram a cabeça concordando, Brenda ergue sua arma e ficou em posição de combate. Lea se aproximou de uma mulher que estava com uma pistola na mão e pegou o objeto dela que devolveu uma careta.

— Se cuida, Lea. — Jorge falou. — E garotos, cuidem dela.

— Não precisa nem falar. — Minho revirou os olhos.

— Vamos. — Lea falou sem paciência.

O guarda que havia sugerido levá-los pessoalmente para falar com o chefe acabou sendo quem os conduziu até lá. Seu nome era Lawrence e, não importava o que houvesse lá fora, parecia ansioso para deixar aquela
sala repleta de pessoas furiosas. Destrancou a grande porta e fez um gesto para que Thomas, Lea e Minho o seguissem. Os três com uma pistola não mão.  O grupo seguiu caminho descendo o longo corredor, e Lawrence parou diante da porta que dava para fora do prédio. A luz mortiça do teto iluminou o rosto do homem, e Thomas pôde perceber o quanto estava preocupado.

— Muito bem, precisamos tomar uma decisão. Se formos a pé, vai demorar algumas horas, mas temos uma chance muito maior de percorrer as ruas. É mais fácil nos escondermos se estivermos a pé do que se formos de van. A van pode nos conduzir até lá mais depressa, mas com
certeza seremos localizados.

— Velocidade versus discrição — disse Thomas. Os olhos procuraram os de Lea e Minho — O que vocês acham?

— A van. —  responderam juntos.

— Feito — concordou Thomas. — A ideia de estar lá fora a pé me apavora. A van, definitivamente.

Lea lembrou-se da cena apavorante do  homem de Denver que estava com o rosto todo ensanguentada, comendo sabe-se lá o que. Não seria bom ficar horas na rua.

— Certo —  respondeu Lawrence. — Vamos de van. Mantenham a boca fechada e as armas engatilhadas. A primeira coisa que faremos é entrar no
veículo e trancar as portas. Está bem em frente desta porta aqui. Prontos?

Lea arqueou uma das sobrancelhas para Minho e para Thomas, ambos concordaram com um gesto afirmativo de cabeça.

— Prontos! — Lea exclamou. Estavam mais do que prontos.

Lawrence tirou do bolso uma pilha de cartões-chave e destravou as diversas trancas alinhadas na parede. Apertou os cartões na mão, pressionou o corpo contra a porta e depois a abriu bem devagar. Estava escuro lá fora, uma única lâmpada de rua proporcionando iluminação. Lea ponderou por quanto tempo mais teriam eletricidade; fatalmente, com o caos estabelecido, tudo pararia depois de um tempo. Denver poderia estar morta em questão de dias.

Avistou a van estacionada em um beco estreito, a uns seis metros de distância. Lawrence colocou a cabeça para fora, olhou para a esquerda e para a direita, e depois encostou a porta.

— A rua parece vazia. Vamos.

Os três saíram, e Thomas, Lea e Minho correram para a van enquanto
Lawrence segurava a porta. Lea sentia a adrenalina percorrer todo o seu corpo. A ansiedade a fez olhar para um lado e outro da rua, certa de que veria um Crank prestes a saltar sobre si a qualquer momento. Mas, embora conseguisse ouvir o som distante de risos histéricos, o lugar permanecia deserto.
As trancas da van se destravaram, e Thomas abriu a porta, deslizando para dentro, com Lawrence depois dele. Lea se juntou a eles no banco traseiro e Minho bateu a porta assim que entrou. Lawrence imediatamente acionou as trancas e ligou o motor. Estava pronto para acelerar, quando um ruído alto pareceu explodir acima da cabeça deles, a van balançando com o solavanco.
Em seguida, silêncio. Entrecortado pelo som abafado de uma tosse.

Havia alguém no teto da van.

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Oii
Tudo bem?

Acham que vai dar certo?

Não consegui postar capítulo novo no sábado, estava viajando🙃

Pergunta aleatória:

Se tivesse poder telepático que mensagem mandaria e para quem?

"Aqui é seu subconsciente falando: Você não é capaz de ser presidente", iria infernizar a vida do Bolsonaro, ele ia ficar doido kkkk

Não se esqueça de votar❤️

Error 3 [Maze Runner: A Cura Mortal]Onde histórias criam vida. Descubra agora