Planador

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Os dois adolescentes se entreolharam assustados demais para falar alguma coisa. Se voltou para o guarda, havia algo de sádico nos olhos dele. Desviou o olhar, concentrando-se de novo no homem
infectado justamente quando o gel azul lhe atingia os pés, solidificando-se
ao redor deles. O sujeito agora estava completamente imóvel, envolvido
naquele rígido revestimento. A mulher se levantou, e Lea percebeu que
o objeto azul que tinha nas mãos era agora nada além de um saco vazio.
Ela o dobrou e o enfiou em um bolso do macacão verde.

Quando os outros se encaminharam para a porta, Minho apareceu de novo. Estava prestes a entrar, quando o Camisa Vermelha sacou a arma.

— Pare já aí! — gritou o homem. — Saia!

— Mas estamos com eles. — Minho apontou para Lea e Thomas. — E precisamos ir embora.

— Eles não vão a lugar nenhum. — Fez uma pausa, como se algo tivesse acabado de lhe ocorrer. Olhou para Thomas, depois para Minho. — Espere um segundo. Vocês também são Privilegiados?

— Isso. Sou Privilegiado. — Minho se entregou e o Camisa Vermelha o puxou para dentro com ignorância. — Faça isso de novo que eu arranco esse seu capacete e arrebento a sua cara de mértila.

Lea viu o homem pegar a arma novamente e apontar para a cabeça do asiático.

— O que disse garoto? — Minho bufou é se encaminhou até Lea sentando ao seu lado e segurou sua mão enquanto fechava o rosto.

— Mas que mértila. — resmungou.

— Desculpa...? — Lea pediu, Minho depositou um beijo em sua bochecha.

— Quem me deve desculpas é aquele babaca que só se safou porque está armado. — fez a garota rir.

Logo depois, Brenda e Jorge apareceram tentando fazer uma negociação mas o Camisa Vermelha não quis e os ameaçou.

— Vocês são Privilegiados também, não são? — desconfiou já indo pra cima deles, mas Brenda foi rápida e pegou a mão de Jorge, correram, atravessaram a rua e desapareceram na esquina sem dar tempo dos guardas irem atrás. — Devia atirar em seus pescoços e ver vocês sangrarem até morrer, só por causa do que os seus amiguinhos acabaram de fazer. É melhor agradecer ao Deus lá de cima pelo fato de os Privilegiados serem tão valiosos, ou acabaria com a sua raça só pra me sentir melhor. O dia está sendo uma bela porcaria.

A frustração era tanta. Lea não podia acreditar, que depois de tudo iria ser levada de volta ao CRUEL.

— Bem, não está sendo um bom dia pra mim também — murmurou Lea.

— Vocês vão me render um bom dinheiro. É tudo que interessa por enquanto. E, só para que saiba, não gosto de vocês. Posso dizer isso só de olhar pra suas caras ridículas.

Lea sorriu.

— Bem, não ligo para o que você acha de mim, mas o sentimento é recíproco.

— Digo o mesmo, seu focinho de rato. — Minho cuspiu. E Thomas deu risada.

— Vocês são crianças metidas a  engraçadinhas. Todos cheios de
risos. Vamos ver como vão se sentir quando a noite tiver chegado. Veremos.
— Fez um gesto em direção à porta com a arma. — E, acreditem em mim, estou sem paciência nenhuma. Tentem qualquer coisa, que lhes dou um tiro na nuca e digo à polícia que estavam agindo como um infectado, fugindo de um guarda. A polícia tem tolerância zero nesses casos. Não vai sequer questionar. O máximo que fará será arquear as sobrancelhas.

Eles levantaram indo em direção à porta. Lea de saco cheio e Minho tentando a acalmar, mesmo que também estivesse sem paciência e prestes a explodir, Thomas era o que estava mais tranquilo.

Error 3 [Maze Runner: A Cura Mortal]Onde histórias criam vida. Descubra agora