Controle

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Comentem bastante, fui boazinha em postar mais um capítulo hoje. <3

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Era algo incontrolável. Lea tentava coordenar seus músculos, mas algo estranho apoderou-se de seu corpo.

— Lea, te pegaram! — Minho gritou. — Resista!

A garota o observava, a expressão traindo desespero, Brenda se aproximou tentando parar Lea, enquanto a própria mão empurrava o corpo dela, fazendo-a bater na parede.

Jorge se moveu para protegê-la, mas Lea esticou o braço e o atingiu no queixo com um golpe rápido. A cabeça de Jorge pendeu para trás; um pequeno fio de sangue escorria agora de seu lábio. Mais uma vez, palavras forçadas foram cuspidas da boca de Lea:

— Não posso... deixá-los... fazer isso! — gritou, o esforço para  articular as palavras ferindo-lhe a garganta. Era como se o cérebro houvesse sido programado com aquela única sentença, e não pudesse dizer outra coisa.

Não era o que ela queria fazer, mas estava se movendo até a porta com os passos vacilantes, afastando Minho. Quando passou, meio trôpega, pela cozinha, a mão se estendeu e agarrou uma faca que estava sobre a pia. A mão se acomodou em volta do cabo, e, quanto mais se esforçava para deixá-la cair, mais os dedos o apertavam com firmeza.

— Lea! — gritou Minho, enfim saindo de seu estupor. — Lute! Tire esses pensamentos de mértila da cabeça!

Lea se virou para encará-lo e levantou a faca. Odiava-se por ser tão fraca, por não ser capaz de dominar nem mesmo o próprio corpo. De novo tentou articular as palavras, mas nada saiu. Tudo o que o corpo fazia agora era em prol de evitar que o implante fosse removido.

— Vai me matar, amor? — perguntou Minho. — Vai atirar essa coisa em mim, como Gally fez com Chuck? Pois então atire. Atire a faca!

Por um segundo, Lea ficou aterrorizada, pensando que as mãos fossem executar exatamente esse movimento. Mas, em vez disso, o corpo girou e lançou um olhar na direção oposta. Quando o fez, Hans apareceu à porta, e os olhos se arregalaram. Hans devia ser o principal alvo - o mais provável era que o sistema à prova de falhas atacasse quem quer que fosse tentar remover o implante.

— Que porcaria é esta? — perguntou Hans.

— Não posso... deixá-los... fazer isso —respondeu Lea.

— Estava mesmo preocupado que acontecesse algo assim —  murmurou Hans. Virou-se para o grupo: — Venham até aqui e me ajudem!

Lea imaginou o funcionamento interno do mecanismo em seu cérebro como instrumentos minúsculos operados por diminutas aranhas.
Lutava contra elas agora, cerrando os dentes. Mas, apesar disso, o braço fez menção de subir, o cabo da faca agarrado com firmeza entre as mãos.

— Não... —  Mas, antes que terminasse, alguém a golpeou por trás,  fazendo a faca voar de sua mão.

— Não vou deixar que mate ninguém — falou o namorado a agarrando e a colocando em uma cadeira enquanto segurava seus braços.

— Largue-me! — gritou Lea, sem ter certeza se aquelas palavras eram suas ou do CRUEL.

— Não vou sair daqui até que deixem sua mente em paz.

Lea teve vontade de contorcer o rosto em uma careta de choro, mas o rosto não conseguia obedecer nem mesmo a um comando simples. Sentia a tensão invadir cada um dos músculos do corpo.

— Não vão. Não vão parar. Hans precisa retirar o implante bem rápido — disse Brenda. — Hans?

O homem se ajoelhou perto de Lea e Minho.

Error 3 [Maze Runner: A Cura Mortal]Onde histórias criam vida. Descubra agora