Depósito De Armas

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Se forçou a respirar.

Piscou diversas vezes para se adaptar à escuridão. O alarme soava em disparos agudos e ensurdecedores. Percebeu que alguém se levantara, depois o ouviu arrastar os pés.

— A mulher fugiu! — gritou seu namorado. — Não consigo encontrá-la.

— Mértila, não temos sorte. — Lea protestou indignada.

Assim que proferiu a última palavra, um som de disparo entrecortou os lamentos do alarme, seguido do ruído de uma Granada explodindo contra o chão. As faíscas de eletricidade iluminaram o lugar; Lea entreviu uma figura furtiva seguindo corredor abaixo e, pouco a
pouco, desaparecendo na escuridão.

— Culpa minha —  resmungou Minho, mas mal conseguiam ouvi-lo.

— Todos de volta à posição — Thomas instruiu, temendo a situação de urgência que o alarme pudesse significar. — Prestem atenção ao local onde as portas se abrem. Vou usar o cartão-chave do Homem-Rato. Preparem-se!

Ficar abaixada com a barriga grande era muito desconfortável, sem falar da dor na coluna causada pela posição. Escutou Thomas abrir a porta e mirou sua arma para frente, sabendo que não atingiria os amigos. Seria azar demais.

— Comecem a atirar! — gritou Minho.
Newt, Brenda e Minho começaram a lançar granadas através da porta na escuridão. Lea, cautelosamente, manteve-se em posição e seguiu o combinado, atirando na direção do festival de eletricidade oscilante
que agora irrompia próximo às portas.

Alguns segundos se passavam entre
os tiros, mas estes logo criaram uma exibição ofuscante de luz e
explosões. Não havia nenhum sinal de pessoas em parte alguma, nem
resposta aos disparos.

— Parem! — Lea gritou. — Vão gastar as munições!

Minho deixou uma última granada voar, mas depois todos se levantaram e esperaram que parte da energia minguasse, para poderem avançar em segurança.

Thomas se virou para Brenda, falando alto para ser ouvido acima do
alarme:

— Dê uma ajudinha para o desmemoriado aqui. Você tem ideia de onde estão todos? Por que o alarme?

Ela balançou a cabeça.

— Tenho de ser honesta definitivamente, alguma coisa deu errado.

— Aposto que este é outro daqueles malditos testes! — gritou Newt. — Tudo isso já estava programado, e estamos todos sendo analisados de novo.

Lea não conseguia pensar, e o loiro não estava ajudando, pendeu a arma para o lado do corpo e acariciou o volume da barriga. O que Newt falara fazia sentido, podia ser realmente o que o CRUEL queria. Queria sair antes de as luzes das granadas disparadas apagassem.

Branda sabia o caminho. Deu-se conta do quanto ela era peça crucial para a liberdade deles. Jorge também, se é que estaria disposto a levá-los para longe dali.

O alarme parou.

— O que... — Thomas havia mantido o mesmo tom alto de antes, mas
teve de baixar a voz. — O que foi agora?

— Provavelmente cansaram de ferir os próprios ouvidos com essa barulheira — respondeu Minho ao lado de Lea que até então não tinha percebido que ele estava com ela. — O fato de o terem desligado não significa absolutamente nada.

— Eu imagino diversas possibilidades, se um Verdugo de três metros coberto de areia e com braços humanos ao invés de mecânicos aparecerem aqui... — Lea respirou. — Eu não me surpreendo.

O brilho das faíscas elétricas desapareceu, mas o aposento do
outro lado da porta, onde estavam, tinha luzes de emergência que iluminavam o ambiente com uma névoa vermelha. Estavam em uma grande área de recepção com poltronas, cadeiras e algumas escrivaninha. Ninguém à vista.

Error 3 [Maze Runner: A Cura Mortal]Onde histórias criam vida. Descubra agora