Aulas Especiais

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"Não Thomas, isso não é verdade..." ela riu. Haviam acabado de acordar e Lea estava escovando os dentes enquanto andava pelo quarto.

"Você me odiava sim!" ele insistiu.

Com um rolar de olhos, Lea se recordou do tempo que Thomas havia chegado na Clareira. Havia ficado bem assustada, pois já tinha sonhado com ele algumas vezes, o garoto parecia estranho, parecia que escondia diversos segredos, Lea obviamente, ficou desconfiada e por um tempo concordava até com Gally que odiava Thomas com todas as forças...

"Eu desconfiava de você. Tinha raiva? Sim, tinha, mas ódio não. E depois que Teresa chegou, admita... Tive motivos para ficar com raiva."

"É... Você tem razão. Acho que também iria desconfiar. Sei lá... Ficar preso no Labirinto por alguns anos e do nada o garoto que sempre aparece em meus sonhos, sobe na caixa e um dia depois uma menina quase morta aparece com um bilhete dizendo que é a última...? Sim, também iria desconfiar." Concluiu Thomas. 

"Então... Tive motivos", Lea estava sentindo um incômodo, terminou de escovar os dentes e voltou a deitar na cama. Levantou seu moletom e a blusa de baixo até os seios que estavam muito sensíveis e ficou fazendo um carinho em sua barriga enquanto olhava o teto branco e sem graça. "Como será que Minho e os outros estão?"

"Espero que estejam bem, que não estejam passando por nada parecido ou... Pior" Thomas respondeu desejando que todos estivessem bem e juntos.

Lea virou sua cabeça para o lado, recordando da Clareira, seu quarto pequeno e organizado, havia uma pequena cama no canto da parede, seus lençóis brancos – um tom amarelado na verdade, não tinha muitos produtos para lavar os tecidos da Clareira –, uma mesa de madeira e duas cadeiras que Gally fez exclusivamente para ela. Apesar de tudo não era uma vida tão ruim, mesmo que estivessem presos, pelo menos estavam juntos, ela pensou.

"Tom?"

"Oi?"

"Quando você acordou da Transformação, nos contou várias coisas sobre tudo o que lembrou, mas... Não contou muita coisa sobre mim", suspirou ao terminar, um tempo passou e nada de respostas, bufou e fechou os olhos, sentindo o próprio toque na barriga que estava fazendo com o dedo indicador. Aquele incômodo havia passado e ela estava menos preocupada agora.

"Lea... Eu lembrei de algumas coisas sobre você", ele finalmente respondeu.

"São coisas ruins, não são?"

"Um pouco... Na Clareira, contei sobre sermos escolhidos quando éramos pequenos, mas não lembro de você ter sido escolhida. Era como... Como se você sempre estivesse lá", fez uma pausa e Lea resolveu se sentar, como se assim prestasse mais atenção. "E eu lembro de você ficar em um quarto"

"Um quarto colorido?", perguntou.

"Isso, uma paisagem na parede, várias marcas de mãos... Enfim, você não participava das aulas especiais" mesmo que Lea não estivesse vendo, Thomas fez o sinal de aspas. "Lembro de ouvir alguém te chamando de Lise, mas todos os outros te chamavam de Lea. Então, associei seu nome com Lise Meitner. E eu disse que você não ajudava os Criadores como eu e Teresa."

"É, eu me lembro disso, fiquei muito aliviada" deu um risinho tentando abafar o bolo de nervosismo na garganta.

"Lea, o que tenho para falar agora não é algo que eu me orgulho. Me odeio por isso, hoje em dia, jamais faria algo a você, jamais deixaria isso acontecer"

"Como assim, Thomas?" agora ele havia a deixado ainda mais triste.

"Eu vi os Criadores fazendo experimentos com você, enchiam um tanque de água e você estava dentro, acabava desmaiando e quando volta, faziam tudo de novo. Te colocavam em uma cadeira, te amarravam e liberavam pequenos choques para provocar reações em seu cérebro. Eu estava lá e não fazia nada, me perdoa, Lea. Por favor."

A garota não respondeu, talvez teria sido melhor não saber dessas coisas, ela já sentia as lágrimas rolando, aquele peso de sofrimento aumentando ainda mais. Além disso, estava angustiada e com medo. Os dois braços fechavam sua barriga, como se desse um abraço em si mesma, como se estivesse segurando seu bebê, querendo o proteger.

Lea havia passado por coisas terríveis e seria exatamente a mesma coisa se o CRUEL pegasse seu bebê. Ele iria sofrer assim como ela, ou pior. Agora estava ainda mais decidida em fugir quando pudesse.

"Lea? Por favor, me desculpa."

"Eu te desculpo, isso é óbvio. Pode ficar tranquilo, você é diferente agora e é isso que importa" respondeu sincera enquanto secava as lágrimas.

"Eu não queria te falar isso, não queria fazer você se sentir mal" ele estava se sentindo tão culpado.

"Calma, Tom. Tá tudo bem, vamos sair daqui, certo?" se forçou sorrir.

"Certo, vamos fugir daqui, pegar nossos amigos e viver por aí"

"Isso, sabemos nos virar. Vamos dar conta."

"Sim, vamos dar conta."

Como se fosse uma resposta, um sinal, ou qualquer outra coisa boa, Lea se surpreendeu e estava boquiaberta enquanto olhava para a própria barriga.

"Thomas!" chamou exasperada.

"O que? Você está bem?"

"O bebê... O bebê, ele mexeu!" soltou uma risada fraca e levou as mãos novamente para a barriga.

"Caramba, Lea. Deve ser incrível. Parabéns, isso quer dizer que ele é  saudável" agora, Thomas estava mais animado, sorriu.

"Ah meu Deus... Minho não está aqui para sentir" falou com dor no coração. "Nem você, nem Newt... Eu não sei quanto tempo vou aguentar"

Agora Lea estava chorando, chorando muito, nariz entupido e garganta doendo, soluçava e seu peito subia e descia tentando se controlar. Thomas não sabia o que falar, tudo o que sentia era raiva do CRUEL, ele odiava uma parte de si que algum dia apoiava essa organização, o que mais queria agora era acabar com isso e ver ser amigos libertos.

"Eu só quero sair daqui, eu preciso sair daqui, nós precisamos fugir, Tom... Por favor." disse desesperada, Thomas tentou a acalmar, falou todas as coisas boas que Lea merecia escutar.

Não adiantou.

Tudo piorava.

Acabou dormindo depois de ter chorado por horas, Thomas ainda estava acordado, pensando em jeitos de sair dali. Esmurrou a porta, tentou abrir pela pequena passagem por onde chegava a comida. Chutou, empurrou, gritou e xingou todos que estavam fazendo parte disso.

Mal sabia que as coisas iriam ficar ainda piores.

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Oii
Tudo bem?

Hoje estou com tanta preguiça... Só quero dormir, mas tenho que ir trabalhar😭

Pergunta aleatória:

Se pudesse mandar uma mensagem à aliens, o que perguntaria?

Eu:

"Sr. Alien, poderia por gentileza me abduzir?"

Não se esqueça de votar❤️

Error 3 [Maze Runner: A Cura Mortal]Onde histórias criam vida. Descubra agora