4| Ei, pequena!

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Lara Cooper.

Quando eu me recuperei do trombo horrível que eu tive com aquele garoto maluco, eu caminhei pelo mesmo caminho como se não tivesse acontecido nada comigo.
Eu estava tão perdida que até pensei em ir embora ( ok, essa ideia é maluca), mas eu pensei nisso.
Foi quando eu cheguei a uma sala em que tava escrito Sala para reunião de professores! Quase que eu ajoelhava ali e agradecia a Deus.
Bati na porta, com um pouquinho de curiosidade. Depois de dois básicos segundos, um homem de quarenta e pouco anos - eu diria -, apareceu.
Ele me olhou, com uma carranca enorme, talvez porque foi atrapalhado em alguma coisa.
Acho que depois que ele viu que eu era nova aqui, foi que ele sorriu.

- Boa noite. - Sorri, tentando ser meiga com o homem.

- Boa noite. Você é a aluna nova, certo? - Ele perguntou, agasalhando os óculos de armação preta em seu nariz.

- Sim. Queria o meu horário e queria saber onde fica a minha sala...- Fiquei um pouco sem graça, porque a gente estava bem perto de todos os outros professores e foi evidente que todos eles olharam para mim.

- Espere um minuto - Ele me deu as costas e entrou na sala de novo, deixando-me de fora.

Alguns alunos passavam e olhavam para mim. Mas eu nem me importei. Eu era novata mesmo, então, isso é evidente.
Enquanto o professor não passou, eu vi perfeitamente quando o garoto que esbarrou em mim, passando com um grupo de mais ou menos três garotos. Eles estavam indo em direção às salas, já que a inspetora estava logo atrás deles.
Mas antes que eles entrassem na sala, o garoto olhou pra mim, sorriu e depois virou-se para a frente, fingindo que não houve nada.
Acompanhei até o momento que sua jaqueta desapareceu pela sala.

- Aqui está! - O diretor apareceu do nada, me fazendo voltar a atenção pra ele, que já estava a minha frente. - Seja bem-vinda, Lara Cooper.

Sorrindo, agradeci e comecei a andar até a minha sala. Depois de olhar no papel, foi que eu vim perceber que era a mesma sala do garoto do esbarrão.
Ok, só faltava ele virá meu namorado agora.
Entrei na sala e todas as pessoas olharam pra mim. Eu fiquei nervosa. Nervosa até demais. Todos os olhos, cabeças e pescoços estavam virados para mim.

Ainda bem que logo eles desistiram, como se dissessem, 'é mais uma novata'.

Comecei a andar na sala, tentando achar uma cadeira vaga. Mas a sala era lotada e só tinha uma cadeira, que era ao lado de uma garota loira de cabelos curtos.
A mesma me viu e sorriu, me deixando confusa, mas logo eu retribuí o sorriso.

- Ei novata, pode se sentar aqui comigo - Ouvi a voz dela e eu caminhei timidamente até ela.

- Obrigada.- Agradeci, colocando a minha mochila sob a cadeira.

- Relaxa! - Ela tocou o meu cotovelo, um gesto de afobação. - Sou a Cristina, mas pode me chamar de Cris.

Ela estendeu a mão pra mim e suas unhas estavam pintadas de preto. Apertei a mão dela, deixando um sorriso escapar.
Olha, até me sair bem.
Cristina era muito bonita e sua aparência parecia a de um anjo. Seus cabelos loiros eram bonitinhos e cheios, e seus olhos eram numa camada de azul claro.

- Sou a Lara. - Ela fez que sim, mexendo no cabelo. - Essa sala é lotada, hein? - Puxei assunto.

- É sim. Mas não precisa se preocupar. A maioria deles são legais e gentis com a gente. Só tem os garotos e a líder de torcida que é mais... mais falsiane. - Percebi que ela disse " falsiane ", com um pouco de raiva, mas eu nem me importei muito.

- Ah. Tomara que não seja igual a escola da Lanny! - Eu disse baixinho, só pra mim mesma.

- Lanny? - Arregalou os olhos. - Você conhece ela??

- Como não conhecer! Ela é praticamente a garota mais nerd e direta que eu conheço.- Ri da expressão dela.

- Sorte a dela que tem o Lucas de quatro por ela. Cara, eu podia ter um Lucas da vida assim por mim. - Ela disse segura, lançando um olhar para grupo de garotas que estavam ao nosso lado, só que uns três metros de distância.

- Pois é. - Concordei, abaixando a cabeça.

- Então, você mora aqui? Não, você tem um sotaque diferente! É de onde? - Cris se empolgou em perguntar, virando o corpo pra olhar para mim com interesse.

- Não. Eu sou da Bahia. Vim morar aqui com os meus pais apenas para fazer a faculdade! - Respondi.

O professor entrou na sala, atropelando a nossa conversa. Ele começou a chamar cada um dos alunos e quando chegou a minha vez, tive de fazer uma explicação para ele e essas coisas chatas.
Depois, o professor passou uma atividade, deixando os alunos chateados com ele. Eu nem me importei tanto. Passei alguns dias sem escrever nada, e escrever aquilo, era um exercício.

[...]

Ao final da aula do professor chato, eu vi que já eram oito horas e pouco da noite. Sim, duas aulas em seguida daquele professor.
Não que fosse chato, mas psicologia era um pouco difícil, mas eu ia consegui chegar lá.

- Aí Cristo! O boy maravilha vem vindo na nossa direção! - Cris disse, jogando uma parte do cabelo para o lado e ajeitando a blusa preta.

- Oi? - Eu perguntei, sem entender nada que Cristina havia dito.

- Ele. É. Mais. Lindo. De. Perto.- Ela sussurrou, dando pausa nas palavras.

- Oi meninas. - Escutei aquela voz que disse " Nossa, que esbarrão". Era ele. O garoto do esbarrão.

- Oi, Edward. - Cris disse, estendendo a mão pra ele.

- Ai, essa amiga sua não fala não? Tipo, ela é mó pequena e ainda é muda? - Ele disse, gargalhando.

- Se eu fosse muda eu não tinha falado com você. - Respondo, ignorando ele por ter me chamando de pequena e muda.

- Nossa, você é bem mau-educada, hein? Por que tanta raiva docinho?

Respirei fundo pra não socar a cara daquele garoto.
Eu sabia golpear alguém, porque minha mãe me colocou uma vez em uma aula de auto-defesa pessoal. Então, era um auto-controle da mulesta não socar o rosto daquela cara.

- A La...- Tampei a boca de Cris com a minha mão.

- Não fale meu nome para ele, Cris! - Pedi, soltando-a.

- Ok. Ela é assim mesmo. - Cris sorriu amigável.

- Você é ainda mais linda quando está com raiva. - Edward disse.

Eu senti vergonha e corei. Eu não sabia, mas as palavras dele parecia ser verdadeiras.
Mas eu dei as costas e sai de perto deles, andando rápido até o meu assento.
Parecia que eu estava fugindo, só que eu não era de receber elogios assim, muito menos de garotos e isso me deixava para baixo.
Talvez tenha sido algo horrível fugir deles, mas talvez tenha sido bom mesmo.

- Ei, pequena! - Escutei ele gritando.

***

Seguinte...

N/A: Esta Lanny que Lara fala, não é eu, ok? Ela é uma personagem de um outro livro meu, então se estiverem confuso, me mandem mensagem que eu explico.
Pode ter mais trechos falando sobre meus livros - os outros - por aqui.

Idiot  - Beijo Raro.Onde histórias criam vida. Descubra agora