EDWARD FERNANDES.
Sentindo-me calmo, acordei lá pelas doze horas da tarde. Olhei para o lado da cama, esperando que Lara estivesse ali comigo, mas ela não estava.
Levantei da cama num pulo, querendo encontra-la em algum lugar do quarto. Não estava no banheiro, nem dentro do closet. Lara havia ido para casa e não tinha me acordado. Sequer havia me avisado que ia embora para casa.
Senti meu coração se apertar, como se eu estivesse com medo. Disse para mim mesmo que era só ansiedade para ver a minha garota o quanto antes.
Beija-la quando a vesse, abraça-la. Que nada, eu tinha mais era que vê-la e seria agora mesmo.
Tomei um banho urgente e vesti uma roupa qualquer, temendo que se eu demorasse muito, eu acabasse morrendo de tão apertado que o meu coração estava. Senti uma falta de ar danada.
Desci as escadas correndo, quase tropeçando.
- Para onde você está indo nessas carreiras? - Jennie perguntou, vendo-me naquele estado.
- Cadê ela mãe? Eu preciso ver ela. - Só aí me dei conta que havia chamado Jennie de mãe. Bom, em algumas situações, aquilo era normal, mas ali, eu não deveria ter dito isso, porque os olhos dela começaram a lacrimejar, olhando para mim.
- O quê disse? - Perguntou, enquanto lágrimas caiam dos seus olhos. - Repete, filho.
Engoli em seco. Eu estava com falta de ar. Precisava respirar. Meu coração batia tão acelerado, que eu podia escutar os batimentos dele na minha orelha. Eu queria ela bem aqui, perto de mim. Eu quero ela perto de mim, agora! Eu preciso que ela me abrace.
- Cadê a Lara, eu preciso dela, você não está me entendendo! - Passei as mãos nos meus cabelos. - Fala!
- Ela foi embora. - Respondeu, limpando as lágrimas dos seus olhos.
- Merda...- Xinguei, correndo para a porta e a abri.
Corri pelo quintal, que estava um pouco molhado. Cheguei até senti um pouco de medo de caí, mas como eu estava desesperado para vê-la, não me importei se eu levasse um tombo ou não.
Quando cheguei na porta da casa dela, bati nela desesperado. Tentei respirar fundo, procurando me acalmar. E merda, Lara é a minha calmaria. Só ela me acalma.
- Oi. - Para minha sorte, quem atendeu foi ela.
Sem dizer mais, Inclinei para a frente e a beijei. Eu precisava tanto daquele abraço. Inspirei seu perfume, que tinha o mesmo cheiro de antes.
Lara vestia um macacão curto, que deixava suas coxas a mostra. Ela ficou um pouco assustada com o meu ato, mas eu não a culpo. Eu só precisa de um abraço dela.
- Edward, eu estou com falta de ar...- Me afastei um pouco, para olha-la.
- Desculpa, é que...- Balancei a cabeça em negativa. - Porque você saiu de lá assim? Por que não me esperou acordar?
- É que... meu pai precisava da minha ajuda, e eu também já estava lá a bastante tempo, não acha?
- Não, não acho. Você deveria ter me falo, ou talvez tivesse me acordado. Eu fiquei desesperado, amor. - Relaxei os ombros, ainda olhando para ela.
Eu tinha virado um bosta mesmo. Para mim não existia amor aqui, no meu peito e agora Lara apareceu, me trazendo de volta a realidade. Eu a amo, eu a quero.
- Não precisava, eu deixei um aviso com a sua mãe, quer dizer, com a Jennie. - Ela disse, tocando a minha bochecha. Fechei os olhos, sentindo-a fazendo carinho na minha bochecha.
Em outros tempos, se eu ficasse tão ansioso, eu teria que tomar um remédio.
Há um ano atrás, eu passava muito mal com esses estados, sendo eles, ansiedade, insegurança... então, Jennie me levou a um especialista. Foi dado então a ideia que eu tomasse o remédio para me acalmar. E não, eu não tomo com frequência. Dá um sono profundo na gente. A gente fica anestesiado por mais de quatro horas.
- Eu precisava te ver! - Desembuchei de imediato.
- Você quer entrar? - Perguntou, se afastando. Fiz que sim com a cabeça, agarrando a mão dela e entrelaçando os nossos dedos.
- Agora sim. - Passei pela porta e a esperei fechar.
- Mãe! - Ela chamou a mãe dela, enquanto me conduziu até o sofá, para sentarmos.
Quando a mãe de Lara chegou onde estávamos, apareceu um misto de dúvida e surpresa no rosto dela. Dei apenas um sorrisinho, olhando nervoso para os nossos dedos. Eu nunca estive em uma situação como esta.
- Edward. É um prazer! - Ela veio até mim e estendeu a mão para me cumprimentar. Apertei a mão dela, usando a mão que não estava entrelaçada com a de Lara.
- Prazer é todo meu. - Respondi, meio tímido demais. Meu Deus, eu estava conhecendo os meus sogros.
Instante depois, Pedro apareceu lá também, se sentando junto a nós. Madalena chamou a filha para preparar o almoço, enquanto Pedro me olhava com uma cara nada boa. Era agora.
- Vamos ter um papo de homem para homem.
***
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Idiot - Beijo Raro.
Novela JuvenilLara Cooper veio da Bahia com a família, para fazer faculdade de psicologia. Até então, as coisas estavam indo super bem, se não fosse um esbarrão que ela havia participado, com um garoto totalmente diferente dos outros. Ele era Edward Fernandes, um...