30| O idiota que você ama.

52 6 12
                                    


EDWARD FERNANDES.

Uma semana já havia se passado, desde o dia que eu tentei... não, eu não tentei. Porra, eu não fiz nada com ela. Não era eu. Aquele não era eu.

Lembro que eu tentei tanto dizer a verdade, falar que não era eu, mas Lara não me deixava chegar perto dela. Suas palavras me acertaram em cheio naquele dia: " você não pode me proteger de você mesmo."

Desses dias para cá, eu estou na pior. Todo dia é uma coisa diferente. Todo dia eu tenho que tomar remédio. Todo dia eu tento tirar ela da minha cabeça, mas não consigo, por que ela é o amor da minha vida.

Lara é a minha destruição. Eu sabia que ela ia me destruir, talvez mexer tanto comigo, que eu entraria na frente de uma bala por ela.

E pra acabar comigo, Lamar aproveitou para se aproximar. Ele está chegando perto demais dela e eu não sei se vou consegui me segurar por muito tempo.

Hoje é terça-feira. Já estou arrumada para ir a faculdade. Eu sei que só estou indo para vê-la e nada mais. Não me interessei mais por estudos, somente para cuidar dela, ainda que seja só olhando mesmo.

Voltei a ser o bad boy de antes. Só não deixo-me abrir para essas garotas. Estou tentando a usar preto, calças rasgadas, jaquetas, botas de cano alto, pulseiras...

E sim, comprei uma moto. Era o que estava faltando. Ela agora é a minha joia, enquanto nao tenho Lara comigo.

Peguei as chaves, minha mochila e saí, ignorando Jennie e Alberto na cozinha. Estava sem fome, então só levei dinheiro para comer alguma coisa por lá mesmo.

Montei na minha moto, saindo em disparada. Lá estava o carro do pai dela de novo. Ela entrou dentro do carro.

Fiquei menos ansioso, por que adrenalina me acalmava em certos sentidos. Meus olhos estavam quase fechando, com a adrenalina. Só que eu não podia fecha-los.

Quando cheguei na faculdade, estacionei minha mota, enquanto muitas pessoas estavam paradas, olhando para a minha joia. Eles estavam curiosos e quando eu tirei o capacete, todos ficaram boquiabertos.

- De quem essa? - Matteo perguntou e logo em seguida Léo apareceu.

- Minha. Comprei hoje. - Falei, enfiando a chave dentro do bolso e olhando para eles dois.

Matteo havia cortado o cabelo, já Léo, continuava com o mesmo estilo dele.

- Você até que está mais alegre, se comparar com os outros. - Matteo disse, segurando a risada. - O cara estava fedendo nicotina, tinha olheiras mais do que o velho, e cara, você estava um lixo.

Ignorei o comentário dele, pegando de repente na minha correntinha que eu tinha no pescoço. Queria fixar outro ponto, a não ser Lara, que havia acabado de chegar na faculdade.

Ela passou por nós, tímida do mesmo jeito que era antes. Seus cabelos estavam amarrados em um coque, e eu odiava quando ela amarrava ele. Preferia solto.

- Partiu aula de química. - Léo cantarolou.

Caminhei na frente deles, como sempre. Algumas meninas passaram por a gente, dando aquele mesmo olhar de tempos atrás. Só que eu não. Eu havia mudado bastante desde os últimos tempos.

A sala estava completamente vazia. Não havia ninguém ainda, a não ser Lara. Ela encarava algum ponto na parede da escola, enquanto eu entregava para sentar-me.

Léo e Matteo haviam ficado para trás, e eu queria que eles tivessem vindo. Ficar no mesmo lugar que ela, sem toca-la era um castigo. Como eu não podia toca-la, nada me impedia de olhar a minha garota.

Não, ela não é mais minha. Sim, ela continua sendo.

Seus cabelos amarrados deixavam Lara madura demais. Seu rosto estava sério e ela usava uma maquiagem madura. Batom vermelho, blush e essas coisas.

Ela estava totalmente diferente, e eu não sabia se gostava dela diferença ou não.

Meus dedos coçavam para tocar os dela, só que eu me rendi. O calor dos nossos dedos unidos era só a parte em que eu dizia que nós tínhamos uma química cem por cento. Ela vestia uma blusinha de alça branca, deixando os bracinhos finos a mostra. Sua pele branca, combinava perfeitamente com a minha.

Ai que saudades, minha mente gritava.

- Vai ficar me olhando assim até quando? - Espantei-me com a sua voz, que continuava sendo fofa.

- Eu não estava te olhando! - Menti, tentando me defender. - Como você sabe que eu estava te olhando?

- Idiota...- Sussurrou, dando de ombros e virando o rosto para o lado.

- O idiota que você ama.

***

Continua...

Idiot  - Beijo Raro.Onde histórias criam vida. Descubra agora