Idiot - Beijo Raro.

15| Melhor, impossível!

LARA COOPER

Fiquei triste comigo mesma, quando escutei aquilo vindo de Edward. Eu o tinha chamado - basicamente -, de vaidoso e superficial.

Só não pensei pelo lado dele. Me senti a pessoa mais burra do mundo.

Me aproximei dele, tentando passar algo tipo de conforto para ele.

- Por quê? O que ele fizeram de tão ruim? - Eu sei que eu estava perguntando demais, mas era preciso.

- Quando eu era pequeno, meu pai me xingava, me batia, dizia para mim que eu era boa passava de um pirralho, que eu não deveria ter nascido. - Imaginei a dor dele naquele momento.

- Sei que parece ser bizarro, mas o seu pai não gostasse você! - Respirei fundo, antes de articular a pergunta que seria dolorosa para ele escutar. - Você era assim tão ruim?

Pela expressão de Edward, ele não estava muito bem, depois daquela pergunta. Ele parecia nervoso e triste ao mesmo tempo.

Queria que ele respondesse o mais rápido possível, pois as pessoas lá em baixo, inclusive minha mãe, pensariam merda da situação.

- Eu era inteligente. - Foi o que ele disse, antes de dar de ombros. - Eu era como esses garotos nerds. Era interessado por matemática, estudava bastante e preferia ficar no quarto estudando, ao invés de ser como esses outros garotos. Só que um dia, meu pai viu o quanto eu era inteligente. Sei que os nerd sofrem bullyng por serem feios, mas eu não era. Todas as garotas da minha idade, filhas ricas de pais ricos, queriam vir até mim, e meu pai observava tudo...- Fiquei chocada com aquilo.

- O quê mais? - Perguntei, quando vi que ele ia parar de falar.

- Essas pessoa ricas, elas não queriam assinar contratos com o meu pai, mas depois que viram que eu tinha potencial, viram que as suas filhas estavam interessadas em mim, começaram a assinar os contratos. Meu pai não entendia como, mas depois aconteceu. Ele passou a me humilhar para se senti bem, Lara. Ele tinha inveja de mim!

Quase perdi o ar. Inveja do próprio filho? Como?

- Você tem que entender, que ele não estava nem aí para mim. Me humilhava e dizia o quão fraco eu era. Só que depois, eu mudei. Não sou mais um nerd ou coisa melhor. Comecei a vestir roupas pretas, fazer tatuagens, sair quando quisesse, isso por que eu queria. Meu pai viu a besteira que havia feito. Como eu estava pior, ele me mandou para cá. - Aquele momento, ele estava com um olhar indeciso. - Ele me tornou a pessoa que sou hoje. Sem ele, eu nunca teria reconhecido o quão forte eu sou!

Eu precisava de um minuto para digerir tudo aquilo. Por que um pai tinha inveja de um filho?

- Você está dizendo que... que ele é o culpado de você ser assim?

- É - Concordou, como se aquilo fosse normal ou óbvio para ele. - Mas eu não ligo para isso, mas só queria uns conselhos de vez em quando, mas quando isso acontece, Alfredo faz isso por mim...- Mesmo sorrindo, pude ver a dor e tristeza dentro daquele falso sorriso.

- Você está bem? - Toquei o ombro dele, tentando ajudar de alguma forma.

- Melhor, impossível!

- Olha Edward, eu sinto muito que você tenha passado por isso, mas...- Suspirei e abaixei a cabeça. - Eu não deveria ter falado umas coisas daquelas para você, sem ao menos te conhecer.

- De boa, Lara. Ainda continuo achando você linda e se quiser...-

- De jeito nenhum...- Rindo, balancei a cabeça. - Por que expulsou o garoto daquele jeito?

Ele deu de ombros e andou até a sua cama, se sentando nela.

- Eu não gostei daquele garoto tão perto de você - Respondeu calmamente.

- Não gostou? E o que você tem haver com isso? - Por mais que eu demonstrasse estar irritada, eu também estava curiosa.

- Sei lá, só... mandei ele saí! - Edward levantou a cerca para olhar para mim. Senti uma coisa estranha no peito. A mesma coisa que eu sentia quando eu estava com ele, quando ele chegava perto de mim...- Não gosto que cheguem perto de pessoas que eu...

- Que eu...

- Que eu...? - Levantei uma sobrancelha, tentando incentivá-lo.

- Que eu gosto! - Ele respondeu, mais do que apressado.

Dei dois passos para trás, tentando recuar dali. Ele não falou mais nada e eu também não tive coragem. Só nos olhamos calados, sem dizer nenhuma palavra.

****