LARA COOPER
Alguns dias depois, estávamos todos no pátio da faculdade, de onde teria uma palestra sobre alguma coisa. Cristina estava ao meu lado, sorrindo para mim.
Olhei de um lado para o outro. Já havia se passado semanas, e eu ainda não havia superado o que aconteceu. Eu também não quis falar para ninguém, pois poderiam incriminar Edward.
Meu coração se apertava tanto. Nós primeiros dias, passei várias noites com insônia, tentando dormir, ou esquecer aquele dia. Porém, meu cérebro não me ajudava. Às vezes eu me sentia uma covarde, por não ir até Edward e resolver essa situação.
Mas não. Ele estava bem - pelo menos aparentava está. Soube pela mãe dele que ele chegava em casa bêbado todos os dias, fedendo a nicotina, bebidas, mulheres... Soube ainda que estaria envolvido em corridas clandestinas.
Eu não me importei muito, na verdade, importei. Fiquei tão mal, por que, parte disso é culpa minha.
- Olha a cara da Ana Vitória. - Cristina disse, me interrompendo daqueles pensamentos.
- O quê que tem ela? - Perguntei, mordendo o polegar, olhando para ela.
Meu coração disparou. Ela estava segurando a mão de Edward, como se fossem namorados. Edward não ligava para aquilo, apenas olhava para algum ponto específico de onde a gente estava sentados. Ana Vitória tinha um sorriso vitorioso no rosto, enquanto me olhava.
Senti os meus olhos lacrimejarem, mas eu segurei as lágrimas. Eu não choraria mais por homem nenhum.
Até que Lamar veio sentar ao meu lado. Bom, se Edward queria fazer ciúmes, azar o dele.
- E aí baixinha, como você está? - Ele perguntou, inclinando-se para beijar a minha bochecha.
Cristina abriu a boca para falar alguma coisa, mas não disse nada.
- Oi, estou bem e você? - Devolvi a pergunta, me endireitando na cadeira.
Alguém lá na frente pegou o microfone. Se tratava da inspetora, que se dirigiu até o pátio e olhou para cada um de nós.
- Ah que ótimo! Eu bem...- Continuou com seu sotaque.
- Boa noite alunos. Venho hoje falar sobre aquele papel que foi dado para cada um de vocês... era sobre a área da psicologia. Alguém aí lembra? - Um coro respondeu que " sim." - Ótimo, aqui está o nome do aluno que, medindo esforços foi o melhor dentre toda a faculdade. Ele usou detalhadamente as palavras e ajudou na recuperação de muitos pacientes no lar de abandono de doentes mentais.
Fiquei tão feliz por isso. Imaginei que fosse uma pessoa bastante inteligente que tivesse ganhado.
- A aluna foi...
- Talvez seja a...
- Lara Cooper! - Veio o choque. Foi eu? Eu nunca imaginei que fosse eu. Céus, foi eu. Eu iria realizar o sonho da minha mãe.
Meus olhos se inundaram de lágrimas, enquanto eu olhava ainda desacreditada para a professora. Os alunos bateram palmas, um ato muito gentil.
- Parabéns amiga. Você merece! - Cristina disse, me dando um abraço apertado.
- Você, eu... parabéns!- A alegria de Lamar me deixou ainda mais emocionada. Eu sabia que não gostava dele, não como um namorado, mas ele era alguém que eu poderia me apoiar.
- Eu vou realizar o sonho de menina da minha mãe...- Choraminguei, tão feliz.
- Lara Cooper, deseja dizer algo? - Enxuguei o meu rosto e me levantei.
- Obrigada. - agradeci, quando ela me entregou o microfone. - Primeiramente eu só quero agradecer a Deus por me ajudar e... ter essa oportunidade, é uma chance para mim realizar o sonho da minha mãe...- Olhei para cada um deles, que pela primeira vez, estavam estavam em silêncio, ouvindo minhas palavras. - Minha mãe tem um sonho de menina, que é ser uma bailarina. E agora eu posso realizá-lo. Sou grata a vocês por terem me dado esta oportunidade. - Apontei a mão para os professores, que estavam ao lado.
- Você se esforçou muito. Você merece! - Um professor disse.
- Isso aí é uma adulação. Lara sempre ganha tudo! - Extasiada, olhei procurei a voz que dizia tais palavras.
- Oquê?! - Exclamei, quando vi que quem falava era Ana Vitória.
- Você sempre leva a boa, não é mesmo? Você se faz de tímida, você se faz de inteligente, mas todo mundo sabe aqui que por trás disso aí...- Apontou para o meu corpo. - Existe uma vadia, que fica dando em cima dos cara.
- Não é verdade! Você não me conhece para ficar falando isso de mim! - Acusei, me sentindo estranha.
- Você...- Ela se levantou e veio até mim. Edward também se levantou, só que preocupado. - Você tem inveja de mim. Você roubou as minhas amigas, o meu namorado, a fama que eu tinha.
- Ana Vitória. Não será permitido abusos deste tipo aqui! - A inspetora veio até ela e parou a nossa frente.
- Eu só... só quero ajudar a minha mãe e não...- Ela cortou a frase.
- Eu queria dançar! Mostrar o meu talento. Essa era a minha oportunidade. - Seus olhos pareciam que uma saltar fogo.
- Você não se esforçou tanto assim... Eu sei que cada um de vocês têm sonhos, eu só queria ajudar a minha mãe. Realizar o sonho dela. Eu não tenho culpa se eu ganhei e você não.
- Sua...- Ela levantou a mão para me bater, no entanto, a inspetora pegou a sua mão, antes de bater no meu rosto.
- Para a sala da diretora. Agora!
- Isso não vai ficar assim, sua invejosa. - Ela gritou.
Os outros alunos não faziam nada, sequer falavam alguma coisa. A maioria ficavam se entreolhando, como se aquela discussão fosse uma partida de tênis.
- Bom, Lara Cooper, amanhã mesmo você entrará para os ensaios de balé clássico da Municipal. Esteja preparada. Iremos te acompanhar até lá.
Assenti, entregando o microfone para ela e voltando para o meu lugar.
- Continuemos com os assuntos. Teremos uma festa com os calouros daqui. Amanhã mesmo. Festa fantasia, mas pelo amor de Deus, sejam responsáveis. Estamos organizando tudo, bastam comprar a fantasia. A festa vai começar as 21 horas. Até lá.
A palestra acabou. Eu não sabia se eu ia na festa ou não, pois nunca fui numa.
- Você vai? - Cristina perguntou.
- Acho que não...
- Sim, você vai. Comigo!
***
N/A: a segunda parte sairá daqui a pouco. O capítulo saiu muito grande, então, precisou ser dividido em dois.
Até logo!:)
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Idiot - Beijo Raro.
Teen FictionLara Cooper veio da Bahia com a família, para fazer faculdade de psicologia. Até então, as coisas estavam indo super bem, se não fosse um esbarrão que ela havia participado, com um garoto totalmente diferente dos outros. Ele era Edward Fernandes, um...