**** LARA COOPERPassados alguns minutos, eu e a mãe resolvemos ir embora. Ora, eu quis ir faz muito tempo, desde que o palhaço resolveu descer pra cá.
Ainda não entendia como eu pude ficar tão atraída por um garoto em dois dias. Não sei. Acho que é artimanha de satanás, querendo me puxar pro mau caminho.
Pensando nisso, tenho que jejuar. Espantar esse garoto irritante do meu pé.
- Até outra hora, Jennie. - Minha mãe disse e acenou pra mulher loira.
- Até, Madalena. - Jennie acenou de volta, sorrindo.
Minha mãe e Jennie pareciam duas melhores amigas. Não sei como elas ficaram tão amigas em duas horas.
Mas daí eu pensei: Eu também fiquei amiga de Cristina em poucas horas. É possível sim fazer amizade em poucas horas.
- Pensava que não ia mais sair de lá, não é? - Brinquei, cruzando os braços.
- Tem um homem morto de fome trabalhando e quando chegar, quer comer.- Meu Jesus! O almoço, Lara! - Ela exclamou e correu pra dentro de casa.
- Isso que dá, ficar conversando com gente que nem conhece. - Resmunguei, continuando a andar.
Quando cheguei em casa, entrei pela porta e sentei no sofá, sem fazer nada.
- Que horas é essa, Lara? - Minha mãe gritou da cozinha.
Percebi que ela movia pela cozinha rapidamente, enquanto picava alguma coisa na tábua, jogava dentro da panela, mexia outra coisa e picava mais coisa.
- Onze horas e doze minutos, linda. - Gritei de volta.
- Lara? - Chamou. - Corta aqui a salsa. - Revirei os olhos e fui pra cozinha.
Eu não levava muito jeito pra fazer essas coisas de cozinha. Na verdade, eu era boa pra cozinhar, mas tinha preguiça de estar cortando coisas e mais coisas.
Enquanto picava a salsa, minha barriga roncou.
- Ôh Joana, não é hora pra isso não, mulher. - Brinquei.
[...]
Era de noite quando eu sair pela porta do meu quarto, carregando a minha mochila de qualquer jeito.
Hoje eu tava com um pouquinho de preguiça de ir pra faculdade, mas eu queria poder contar os babados pra Cristina.
Minha mãe tava lá no mesmo lugar de ontem e meu pai também. Ambos sorriram pra mim, amigáveis.
- Falta poucos minutos, Lara! - Madalena adverteu. - Outra dessas pra você não chegar com fome. - Me entregou outra vasilha daquelas de ontem.
- O que tem aqui dentro? - Perguntei, pegando a vasilha rosa e colocando dentro da minha mochila.
- Dois hambúrgueres pra você comer. Um pra você e outro pra Cris. Ah, chame ela pra vir aqui em casa, filha. - Disse, jogando o cabelo pra trás e rindo.
- Pode ser. - Concordei, olhando pro meu pai. - Vamos senhor...?
- Claro. - Respondeu e fez um aceno com a mão.
- Boa noite, mamãe. - Beijei o rosto dela e acompanhei o meu pai até o carro.
Entrei no mesmo e coloquei o cinto de segurança. Meu pai fez o mesmo e depois deu partida no carro, rumo a faculdade.
- Qual a fantasia que você quer que eu vá hoje? - Perguntou, parando num sinal.
- De novo isso? Não quero que fique bastante dinheiro a toa, papai. - Eu disse e ele negou com a cabeça, desviando o olhar e dando partida de novo, quando o sinal abriu.
- Não gasto dinheiro nenhum. - Resmungou.
- Gasta sim. - Descordei.
Meu pai não falou nada e eu quis aacreditar que ele desistiu da ideia de usar uma fantasia diferente pra ir me buscar na porta da faculdade.
Quando chegamos lá, meu pai beijou o meu rosto e me desejou boa sorte, antes de ir embora.
Respirei fundo e coloquei as mãos nas alças da minha mochila, caminhado o mais corajosamente possível até o porteiro.
Ele parecia ser um senhor bem amigável. Via-o correndo pra lá e pra cá. Desejava boa aula aos alunos que nem ligavam.
- Boa noite. - Ele disse, quando me aproximei.
Assim que o vi, e parei a sua frente, o senhor ficou feliz.
Me perguntei quantos alunos vinham até ele desejar boa noite e um ótimo trabalho.
- Boa noite senhor...? - Cumprimentei, como se quisesse saber o nome dele.
- Neto. - Eu quase achei engraçado o nome dele, mas fui humilde e dei um sorriso gentil.
- Bem, tenha uma ótima noite senhor. - Desejei e antes de dar o primeiro passo pra entrar, percebi um sorriso no rosto do porteiro.
Aquele sorriso me fez acreditar que eu realmente era a única garota que passava por ali e desejava-o uma boa noite de verdade.
Eu não gostava de ver as pessoas inferiores. E várias pessoas viam Neto como um porteiro sem condições. Mas eu não.
Nunca gostei disso. Odeio pra falar a verdade! E caso eu visse alguém fazendo racismo com outra pessoa, eu aparecia no meio e dando um belo sermão.
Depois de refleti um pouquinho, entrei na sala, sentando no mesmo lugar que sentei ontem.
Só que Cristina ainda não tava lá, o que eu estranhei um pouco, mas deixei pra lá.
- Estão sabendo da festa na casa do Pedrão? - Escutei alguém dizendo, mas não quis virar o rosto. Talvez alguém pensasse que eu tava espionando, o que era verdade.
- Todo ano ele dar essa festa...- Uma voz feminina e bem... patricinha disse.
- Boa noite, Lara. - Assustada, virei o rosto e vi Cristina de trás de mim.
A mesma tava vestida com uma roupa bem destacada. Ela vestia um conjunto de calça e blusa preto.
- Boa noite. - Sorri, vendo ela se sentar ao meu lado. - Pensei que não viria.
- Cheguei atrasada por que a Holly, minha amiga, quase não me deixou vir, dizendo estar apaixonada. - Disse, suspirando.
- Holly? Ela estuda aonde? - Perguntei.
- Ela não estuda mais. Ela já terminou os estudos. - Olhou pra mim e depois desviou o olhar pras pessoas na sala.
- Ah bom.
Em um momento, uma garota que usava óculos, passou por aquela garota de voz azeda. A garota de óculos passava segurando um copo com o que parecia ser água dentro.
Mas a garota azeda, entrou na frente, como se quisesse irritar a de óculos. Só que a de óculos ficou tão nervosa que acabou tropeçando e derrubando a água na de cara azeda.
- OLHA O QUE VOCÊ FEZ, GAROTA!!
•••
Continua...
Música do cap:
****
Quando eu estudava o nono ano, realmente existia o Neto. Era o porteiro da minha escola.
Ele desejava bom dia pra todo mundo e eles não respondiam. Eu era a única que conversava com ele. Mas também, nessa época, eu não tinha muitas amigas e eu saia no Recreio, pra ficar conversando com o porteiro amigável.
Ele realmente é uma pessoa muito boa.♡
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Idiot - Beijo Raro.
Teen FictionLara Cooper veio da Bahia com a família, para fazer faculdade de psicologia. Até então, as coisas estavam indo super bem, se não fosse um esbarrão que ela havia participado, com um garoto totalmente diferente dos outros. Ele era Edward Fernandes, um...