LARA COOPER
- Filha, lembra que disse um dia, que o meu sonho era ser bailarina? - Minha mãe perguntou, se sentando ao meu lado na cama.
Eu estava, á poucos minutos, anotando algumas coisas minhas. Coisas que eu achava útil ou coisas que me fazia sorrir igual a uma boba, lendo, depois de tantos tempos. Meu caderno- era cheio de páginas marcadas-, e algumas outras coisas que eu escrevia no ensino fundamental, onde eu ainda morava na Bahia. Lembrar disso, me dava uma saudade tão grande dos meus amigos de lá.
- Lembro sim mamãe. - Como não lembrar, que eu tinha escrito uma carta com todo o meu esforço, querendo ajudar a minha mãe.
- É verdade. Sonhava acordada com esse momento, mas depois que tive você em minha vida, o seu pai, meus sonhos escaparam e eu me esforcei para que você os realizasse para mim. - Engoli em seco.
Minha mãe esperava aquilo de mim e eu não queria magoa-la. Não me considerava forte, porque eu fracassava ali e desabava em instantes. Não era mandona e nem super organizada. E minha mãe era aquilo.
- Eu nunca serei capaz de realiza-los. A senhora sabe que não me considero tão boa assim no balé. - Deu para perceber. Eu tinha baixo-auto-estima. Não era de hoje.
- Você precisa parar de se considerar assim filha. Você é ótima no balé e com um pouquinho mais de esforço, estará perfeita. Lembra quando você ia para as aulas e voltava toda contente? - Assenti. - Você era a bailarina mais perfeita de lá. A própria Mina - A professora de dança - Dizia isso.
Era verdade. Mas eu sabia que ela dizia aquilo, porque eu era a única com salário mais baixo do que as outras. Salário não. Com renda mais baixa. Eu precisava pegar um táxi ou ônibus e ir para a capital da cidade. As meninas lá não gostavam muito de mim, pois para elas, eu era pobre.
- A senhora sabe o motivo disso...- Retruquei.
- Não ligue para isso, querida. Você vai realizar o seu sonho e o meu ao mesmo tempo. É uma gentileza tão grande da sua parte, filha. - Seus olhos marejaram e os meus também. Não aguentaria por muito tempo.
- Mas o papai trabalha muito para me ajudar na faculdade, mãe. Eu tenho que arranjar um emprego! - Falei, decidida. Já tenho dezenove anos e ainda moro debaixo do teto dos meus pais. Eu precisava sair e procurar emprego.
- Sabe que não ligamos para isso, querida. Você só precisa estudar e...-
- Não senhora! amanhã mesmo procurarei um emprego. Avise o papai! - Cruzei os braços.
- Se você diz. - Ela disse, se rendendo. - Agora, vamos dançar um pouco. Preciso saber como é a sensação.
- Claro! - Se tinha uma coisa que eu gostava de fazer, era ver a minha mãe sorrindo. E se fosse para mim acabar com o meu sonho, para seguir o dela, eu faria sem pensar duas vezes.
[...]
Acordei bem cedo na manhã seguinte. Hoje não era dia de meditar. Não ia dae tempo. Queria sair para procurar alguma emprego. Tomei um banho rápido e vesti uma roupa bem leve e apresentável. Antes de sair, tomei um pouco de café e despedi dos meus pais.
Queria tanto arrumar um emprego. Peguei a sombrinha que estava perto da porta. Parecia que ia chover hoje e eu não queria ter que voltar toda molhada para casa.
Atravessei a rua com cautela e comecei a andar. Nunca tinha feito isso antes, mas eu precisava.
Primeiro ponto que parei, foi á um restaurante. No cartaz lá fora dizia que precisava de uma garçonete. Assim, entrei.
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Idiot - Beijo Raro.
Teen FictionLara Cooper veio da Bahia com a família, para fazer faculdade de psicologia. Até então, as coisas estavam indo super bem, se não fosse um esbarrão que ela havia participado, com um garoto totalmente diferente dos outros. Ele era Edward Fernandes, um...