41| Train Wreck.

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Edward Fernandes.

Havia se passado dois dias desde a noite do nosso reencontro, a noite mais feliz da minha vida.
Lara estava se arrumando para a apresentação, e não tinha tempo para mim, só se arrumava, ensaiava, pessoas vinham maquiar aqui e ali nela, e isso me deixava frustrado.
Mas eu sabia que era o sonho dela ali.

Se um mês atrás uma pessoa vinhesse e me dissesse que eu viraria um bobão apaixonado, um cara completamente apaixonado por uma única garota, eu dava risada, estendia o dedo do meio e saía correndo.
O amor bateu na minha porta, e no início eu tive medo de abri-la, mas hoje estou feliz por quê eu permitir que ele entrasse.

- Estou bonita? - Lara perguntou, se virando para mim e dando uma rodada de bailarina. Ela vestia uma saia rodada rosa, e um boddy rosa também e sapatilhas rosas. Lara é a minha princesa.

- Está completamente linda, está mais do que linda, está perfeita. Porra, minha mulher é foda.

Lara arregalou os olhos e olhou para mim, sem entender nada.
Foi aí que eu vim perceber que tinha chamado Lara de " minha mulher. "
Todos os meus planos se resumiam á ela, então ela era minha mulher sim, foda-se.
Ela era só minha e de mais ninguém.

- Quer dizer que sou sua mulher, é? - Um brilho malicioso surgiu no rosto dela, me deixando espantado.

- Sim. É minha mulher, minha eterna namorada, a química perfeita, a razão do meu viver, a porra do oxigênio que preciso... - Deixei a frase no ar. Existia tantas outras opções.

- Edward, seu jeito de ser romântico não é um dos mais românticos. - Ela disse e sorriu.

Me aproximei e agarrei a cintura dela, beijando seus lábios. Por mais que já tenha dito, eu nunca cansarei.
O beijo dela é raro. Muito raro.
Não existe outro igual ao dela, talvez seja por quê eu estou apaixonado ou algo do tipo, só sei que eu vivo Lara.

- Te amo. - Me deu um selinho e se virou para o espelho.

- Eu te amo, doce Lara.

***
< DAR PLAY >

Tudo estava perfeito.
O som, as pessoas, Lara, seus pais, eu, câmeras, filmagens e etc.
Estava realmente muito bom.
Havíamos acabado de chegar e Lara já estava por trás das cortinas.
Eu andava de um lado para o outro, sem saber o que fazer. Queria estar lá com ela, acalmá-la e dizer que ficaria tudo bem, mas eles a tiraram de mim desde quando ela chegou aqui.

- Acalme-se Fernandes. - O meu sogro disse, percebendo o meu estado. A corrente que eu tinha no pescoço, e por mania eu sempre apertava ela, quando estava nervoso.

- Eu estou bem. - Menti, revirando os olhos.

- Ela não gosta quando vê você assim. - Respirei fundo e dei de ombros, soltando a correntinha.

- Boa noite á todos. - Um homem veio até o palco com o microfone, ele disse mais: - Sou Miri Trompson, e abrir uma vaga para dar a oportunidade para quem se empenhasse e temos uma aluna, uma caloura... Ela se destacou entre tantos alunos... deixou a nota mais alta, e essa aluna é... Lara Cooper! - Uma salva de palmas interrompeu, e eu bati também. - E ela está aqui para realizar o sonho de menina de sua mãe. Está aqui hoje como bailarina.

                         ( N/A: Miri Trompson é um personagem extremamente rico que dança, pinta e é dono da Municipal de São Paulo. Ou seja, o teatro. Ele fez parte de dois e agora, três livros meus. Ele se destaca em O garoto Dos Bilhetes e A Garota Da Janela.)

Olhei de relance para um ponto específico.
Ali estava Ana Vitória, com uma cara mais sinistra do mundo.
Tive medo que ela apontasse hoje.

Uma bailarina sexy e baixinha apareceu no palco, com o rosto vermelho de vergonha.
Beethoven, no piano começou a tocar e ela a se movimentar.
Meus olhos estavam pregados nela, sem piscar.
Lara dançava tão bem, tão delicada... e eu não conseguia parar de olhar.
Nunca tinha visto ela dançando, mas agora, ela estava perfeita.
Apertei os punhos quando vi um monte de homens olhando para ela, meu beijo raro.

No final, ela deu um pulo e se moveu, parando com um olhar sério e expressivo.
A mãe dela, chorava tanto e gravava tudo no celular. Deveria estar tão orgulhosa.

Lara respirou e sorriu, abrindo os braços e curvando o rosto, fazendo uma " reverência."
O clima ficou tenso. Tão tenso, que eu não teria percebido, se não fosse pelo objeto, indescritível que caiu na cabeça de Lara.
Uma hora eu estava vendo ela sorrindo, e em outra ela estava desmaiada, no chão.

Era tanta coisa.
Meu coração entrou em alerta e ele parou. Morri por dez segundos, antes de compreender o que estava acontecendo.
Minha mulher estava sangrando. Sangrando porra.
Corri no meio da multidão e a peguei nos braços, me sujando de sangue.
Saía tanto sangue dela.
Paralisei no lugar, gritando para virem ajudá-la, mas parecia que ninguém ajudava.

Antes de desmaiar, vi a mãe de Lara caía no chão também. Seu pai estava histérico, com o telefone na mão.
Vi Ana Vitória no fundo, sorrindo, com um negócio na mão e era uma tesoura.
As amigas de Lara choravam.
Sabe lá Deus quando isso vai parar...

***

Seguinte...

Postei e sumi/ não esqueçam de escutar a música.

Idiot  - Beijo Raro.Onde histórias criam vida. Descubra agora