5| Bailarina.

101 15 21
                                    

Lara Cooper.


Eu fiquei com tanta vergonha por ter corrido de lá, que nem conseguir mais sair da sala, antes do intervalo.
Eu não teria coragem para ver aquele garoto na minha frente, cujo nome é Edward. É um nome até bonito. Quer dizer, ele é bonito.
O que eu mais odiava em mim, era que eu ficava com vergonha de estar perto de algum garoto. Ás vezes eu não falava nenhuma palavra, fazia papel de boba, olhando para os lados. O pior é quando os garotos insistiam em falar comigo, mesmo vendo que eu queria ignorar todos os eles.

Minha mente me acusava, dizendo o quão ridículo foi, sair correndo de um garoto, como se tivesse correndo da polícia.
Fiz uma nota mental de ignorar Edward em todas as circunstâncias e não importava se ele chegasse perto de mim ou ficasse jogando gracinhas.
Eu estava ao lado de Cristina, que não parava de olhar para grupo de garotos que entraram na sala em alguns minutos passados.
Eles conversavam sobre garotas. Claro, não haveria outro assunto pra eles conversarem, senão aquele.

Mas naquele momento que eu olhei para Edward, eu vi o quanto ele é bonito. Mesmo sendo uma peste, ele é um dos garotos mais bonitos que eu já havia visto.
Me perguntei o porquê dele se vestir assim, numas cores tão escuras.
O que mais me chamou atenção nele, foi o cabelo. O cabelo dele era cortado curto e era muito escuro, liso. Eu podia admitir: O cabelo dele era lindo.

Lembrei da salada de frutas que a minha havia feito para mim, então peguei a vasilha na bolsa, para comer em seguida.
Eu não gostava daquele tipo de comida, mas como eu estava com fome - ao ponto de chamar Edward de bonito -, eu resolvi comer.

- Quer? - Perguntei, mostrando a vasilha com as frutas pra Cristina.

- Eu quero. Eu já estou delirando de fome. - Ela reclamou, passando a mão na barriga e depois rindo.

Estendi a vasilha para ela, que pegou uma uva com um garfinho extra que minha mãe havia colocado dentro da vasilha.
Ah! Como minha mãe sabe das coisas! Acho que a intenção dela era colocar o garfinho lá, caso eu precisasse dar um pouco da comida para alguém.

- Magnífico! - Ela elogiou, mudando a expressão para super contente.

Comida era uma coisa que me acalmava, em certos sentidos.

- Edward é tão lindo. - Cris suspirou, olhando para ele de novo.

Eu já estava achando que ela estava completamente apaixonada por ele. Aquilo não era possível! Desde que eu cheguei aqui, ela não tira os olhos dele.
De repente, fiquei um pouco tensa, ao pensar nessa opção.

- Você está apaixonada por ele? - Perguntei, mordendo um pedaço de banana que tinha na salada.

Cristina ficou ainda mais um pouco olhando pra ele, antes de virar o pescoço na minha direção e pensar em me responder.
Parecia pensar muito e dava até para escutar o cérebro dela trabalhando, tentando pensar em algo para me responder.

- Não, claro que não. - Ela remexeu-se na cadeira, como se tivesse mudando de posição. - Ele é só mais um garoto incrivelmente lindo, maravilhoso e um deus grego. Cara, ele pega um monte de garotas.

Lá ia minha vida. Já convivi e já escutei tantas histórias assim, que até abusei de escutar ou dar conselhos.
As garotas apaixonavam por um determinado garoto-galinha. Esse garoto acabava ficando com uma delas e depois que ficava, não queria mais nem saber da existência daquela garota.
Feriam o coração delas. Depois, elas viravam umas pobres garotas indefesas e de corações partidos.

- Você ainda não me respondeu se está apaixonada por ele!? - Eu relembrei o assunto, tapando a vasilha com a tampa.

- Claro que não. Eu só o admiro por sua beleza. O único garoto que eu gosto, é o Léo. - Agora o olhar dela já estava triste.

- Léo? Quem é Léo? - Pisquei um par de vezes, tentando entender o assunto dela.

- Aquele lá! - Ela apontou o queixo pra um garoto de cabelos pretos. O mesmo era alto e estiloso. Sim. Ele era bonito. - Tão lindo. Mas nunca olhou na minha cara.

- É a vida. Eu odeio garotos assim. Se pudesse, saia matando um por um. - Dei de ombros e voltei a olhar para sala.

Uma professora baixinha, gorda e ruiva entrou na sala. A mesma colocou uma pasta de papéis em cima da mesa.
Fiquei em alerta, caso ali fosse uma prova surpresa ou algo assim.

- Boa noite, turma! - Ela fez uma pausa, esperando que a gente a respondêsse. - Primeiro de tudo: Isto não é uma prova surpresa. É apenas um teste. Um teste que quero que vocês dêem o seu melhor neste.

A professora começou a explicar que o teste ia ser encaminhado para uma clínica, onde uns profissionais cuidavam de doentes mentais.
Seria um texto falando sobre o que você sentia, sobre o que você faria e principalmente, deixando elogios, comentários e suposições. Queriam que a gente deixasse encorajamento ali.
Ela concluiu, dizendo que o ganhador, seria selecionado a um cargo ou uma coisa que sonhasse. Tal coisa, seria elevado e ensaiado. A pessoa teria a chance de dançar no Teatro Municipal daqui de São Paulo.

Além de sonhar em ser psicóloga, eu sonhava também em realizar o sonho da minha mãe, que era ser bailarina.
Sem ao menos saber se eu ia ganhar ou não, eu só devedor fazer. Não contaria nada para minha mãe. Talvez eu tivesse a chance de ser:

Uma bailarina.

***

Seguinte...

N/A: Lara disse que odeia garotos que nem o Edward - nas minhas palavras -, mas será mesmo que ela vai conseguir sair do charme do nosso bad boy?
Interessante isso...♡

Idiot  - Beijo Raro.Onde histórias criam vida. Descubra agora