7| PEQUENA DESASTRADA.

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Lara Cooper.

Minha mãe me olhou por alguns segundos, como se não acreditasse que tinha colocado uma pessoa no mundo que comia mais do que duas pessoas comiam em uma hora.

- Você é morta de fome? - Ela perguntou e ainda ria da minha cara.

Se tinha uma coisa que eu odiava e ficava magoada, era quando uma pessoa me chamava de morta de fome. Eu estava ali na minha, comendo de boa, sem mexer com ninguém.
De repente, soltei o prato da minha mão em cima da mesa que tinha não meio da sala e sai. Nem pensei direito, só fui para o meu quarto.
Eu odiava quando uma pessoa me chamava de morta de fome. Odiava mesmo a ponto de chorar.

Quando cheguei no quarto, peguei o meu celular e abri a minha playlist. A primeira música que começou a tocar foi James do James Arthur.  Para uma pessoa que nem eu, deveria ouvir outras músicas mais engraçadas, mas é que a James representa a gente.
Se tem uma coisa que eu gosto nele, é porque Às músicas dele são ousadas, representáveis. São todas sentimentais.
Deixei o meu celular tocando e decidi ir tomar um banho, pois eu estava com um calor danado.

Acabei tomando um banho rápido e vestindo um pijama de zebrinha. Em frente ao espelho, eu penteei os meus cabelos e decidi fazer tranças finas nele completo.
Demoraria? Sim! Mas eu nem importei. Amanhã, ele amanhecia com uma ondulação maravilhosa. Do jeito que eles são longos, ia demorar bastante tempo, mas enquanto isso, eu preferia fazer as tranças ouvindo músicas.
Depois só cair na cama pra durmir e pronto.
Quando eu terminei de fazer as tranças, se passava das onze horas da noite. Eu passei praticamente uma hora e meia pra fazer aquelas tranças.

[...]

~ Deixa eu me apresentar
que eu acabei de chegar ~.

Meu despertador tocou as seis horas novamente. Por mais que eu ainda estivesse com sono, eu não poderia me atrasar para fazer a minha meditação.
Levantei com preguiça da cama e me olhei no espelho. Meu cabelo estava só a bagunça e alguns fios estavam altos.
Nem dei tempo para desmanchar as tranças, já que eu precisava ir tomar um banho urgente.
Peguei a toalha vermelha que eu tinha e abri as cortinas do meu quarto. O sol ainda não havia aparecido, porque ainda era muito cedo.

Tomei um banho, escovei os meus dentes e tentei agasalhar o meu cabelo direto na frente do espelho.
Vesti a a primeira roupa que eu encontrei e subi pra minha sacada, ansiosa para começar a minha meditação.
Só que tipo, quando eu cheguei lá, eu meio que tropecei no chão e cair de cara no chão. Plena seis da manhã e eu caindo a uma hora dessas.

- Aí meu braço. - Resmunguei de dor, pegando o meu braço com a mão livre e massageando. - Ainda bem que não quebrou.

Levantei com um pouco de dificuldade, mas levantei. Quando olhei pra frente, vi um garoto parado. Ele me olhava e ria ao mesmo tempo.
Cara, ele estava com as mãos na boca e me encarava. Cruzei os meus braços sob o peito e encarei o garoto, sentindo raiva.

-  QUE É QUE VOCÊ ESTÁ OLHANDO? NUNCA VIU ALGUÉM CAINDO NÃO?? - Perguntei. Ok! Eu tinha gritado de lá de cima.

- OLHA SE NÃO É A PEQUENA DESASTRADA. - Ele gritou de volta e eu não pude acreditar em quem eu via ali.

Era Edward. O mesmo estava parado em frente à uma casa branca. Ele estava encostado em uma bicicleta, enquanto morria de rir de mim.
Com seus braços cruzados, era capaz de ver as tatuagens em seus braços e dedos das mãos.

- Vai a merda, garoto. - Resmunguei e me sentei no chão, cruzando as minhas pernas.

- A GENTE SE VER NA FACULDADE, PEQUENA! - Ele disse e subiu em cima da bicicleta, começando a pedalar.

Levantei do chão e vi ele saindo para rua. Será que ele morava aqui perto da gente? Não. Não podia ser.
Não podia ser! Ele começou a me atormentar depois do meu primeiro dia na escola, imagine agora.
Deixei aqueles pensamentos para lá e comecei a meditar de verdade. Queria mesmo era esquecer o sorriso lindo de Edward que não saía da minha cabeça

[...]

- Foi mal, filha. A gente só disse aquilo, pra fazer graça, nada demais. - Minha mãe disse, me olhando com insistência.

- Eu odeio ser chamada de morta de fome. - Resmunguei e comi o meu donuts. - Vocês também não comem não?

Minha mãe riu de mim e chegou para perto de mim.

- Foi só uma brincadeira, Lara. Eu e seu pai só queríamos alegrar o seu dia. Além disso, você puxou para o seu pai. Ele come demais. - Eu ri do comentário da minha mãe.

Era verdade. Meu pai comia bastante mesmo. Comer é vida. Sem comida, ninguém viveria.
No dia que eu tiver um namorado, ele vai sofrer bastante, porque eu vou querer ir numa lanchonete todos os dias. Comer bastante enquanto ele paga tudo. Ah, vai ser a melhor coisa.

- Ah, me diga uma coisa...- Madalena puxou a cadeira que tinha na mesa e sentou-se ao meu lado. - Tem algum garoto bonitinho lá?

Quase esgasguei com o biscoito.

- Oi? Garoto? Não! - Respondi, tentando não deixar a resposta na minha reação.

- Tem não? Será mesmo? Não tem nenhum? - Eu sabia que minha mãe não ia parar de insistir, então, resolvi abri o jogo.

- Eu esbarrei num garoto ontem. Ele passou as aulas todas me jogando piadas. Ele é até bonito. Mas a beleza não tem nada haver com o comportamento. - Eu disse, percebendo que um sorriso brotou no rosto da minha mãe.

- Aproveita ele filha. Já está na hora! Qual o nome dele?

- Edward. - Respondo.

***

Seguinte...

Idiot  - Beijo Raro.Onde histórias criam vida. Descubra agora