Idiot - Beijo Raro.

14| Bad boy?

**** LARA COOPER

Meu pai estava lá no carro de novo, rodado de pessoas. Nem me incomoda, quando o vi com uma fantasia de jacaré. Isso mesmo!

Por mais que eu tentasse, ele nunca ia parar de insisti que queria vir me buscar todos os dias na faculdade de fantasia.

Me aproximei dele, tentando não ficar incomodada com todas aquelas pessoas em cima dele, puxando assunto. Teria que relatar aquilo á minha mãe, por que várias garotas assanhadas estavam lá, tentando conversar com o meu pai.

- Jacaré? Sério? - Perguntei, assim que aproximei do mesmo.

- Achei bonito - Ele disse, me oferecendo um abraço. - Então... Como foi o seu dia filha? Você me parece um pouco... acabada.

- O quê? - Perguntei, me perguntando como existia uma pessoa na vida, tão engraçada como o meu pai.

- Isso mesmo que você ouviu - Ele disse e deu de ombros. - Vamos?

Balancei a cabeça, entrando no carro, por que se dependesse do meu pai, ele poderia ficar ali por horas, conversando com pessoas que nem sabia quem era.

[...]

Era oito horas da manhã, quando eu estava regando as plantinhas da minha mãe. Eu não gostava muito daquela tarefa, mas me sentia calma.

Aproveitei aquela função para espionar a casa de Edward, querendo muito ver se ele estava lá dentro. Queria conversar com ele, por que eu o prometi que ia na sua casa, ontem.

Quando terminei, deixei o regador de plantas lá perto de uns vasos ornamentais. Antes de sai para caminhar até o gramado que separava nossas casas, avistei a minha mãe lá.

Ela não saia de lá, desde que Jennie a conheceu. Tomava café lá com ela, ia praticar receitas de sobremesa lá com ela, fazia crochê lá com ela... eu sentia ciúmes, por que a minha mãe me deixava sozinha em casa, enquanto ia para lá.

- Oi querida - Minha mãe disse, curvando os lábios para esconder um sorriso por eu está ali.

- Oi, mãe. Oi dona Jennie - Eu disse, cruzando a sala onde elas estavam.

- Ah, querida Lara, eu e a sua mãe estamos assistindo um programa sobre casais. Deseja tomar alguma coisa? - Dei de ombros e me sentei.

- Não, não precisa. Na verdade, eu queria conversar com o... Edward...- Acabei sendo tímida, enquanto sentia o olhar da minha mãe sobre mim.

Claro que com uma coisa daquelas, elas iam pensar merda da situação, mas como eu realmente precisa vê-lo, não liguei muito para aquilo.

- Ele está no quarto, fazendo um lição de inglês - Jennie disse, tomando um gole do chá que estava ali na mesa. - Se quiser ir até o quarto dele, é a segunda porta depois de um corredor enorme.

Assenti, me levantando para andar. Sei que minha mãe me encheria de perguntas depois, mas como eu só queria conversar com Edward, eu não queria saber disso.

Andei por aqueles corredores, tentando não me perder. Não sei bem, mas por que eles compraram uma casa tão grande como aquela? E para quê? Eles só moravam os três ali e não seria necessário uma casa como aquela.

Parei na segunda porta e respirei fundo, me concentrando para começar aquela conversa.

Mas do nada, escutei uns gritos vindo lá de dentro. Minha mente ficou em alerta, por que eu não queria ver coisa demais, mas não era o que eu estava pensando, ele parecia está jogando.

- Que porra, mano! Esse viado de merda não sabe que aquele lá era o escadre? Pega a panela filha da...- Ok. Ele estava xingando igual á um maluco.

Pensei inúmeras vezes, se eu batia na porta ou não. No fim das contas, bati.

Escutei ele xingar um palavrão, antes de largar as coisas lá e vir até a porta.

- Vai pra pu...- Ele deixou de falar, quando me viu ali na porta. - Lara? - Edward fez uma viagem pelo meu corpo completo, antes de aparecer em seu rosto um sorriso malicioso.

- Eu falei que vinha até aqui, então...- Fiquei a espera que ele desse passagem para mim passar.

Depois de muito esperar, ele abriu a porta, revelando um quarto incrivelmente lindo. Contemplei aquela cena. A cama era grande, maior do que a minha; havia um guarda-roupa bem grande; uma cômoda ao lado de sua cama e uma porta que parecia ser a de seu banheiro.

- Sobre o que quer conversar comigo? - Edward perguntou, olhando para mim.

- Por que mora com Alfredo e Jennie, se eles não são seus pais verdadeiros e pior, por que mentiu para mim? - Soltei tudo de uma vez, com medo de que ele parasse com o assunto por ali.

- Eu... esse assunto...- Ele suspirou, abaixando a cabeça. - Por quê você está me perguntando isso?

- Por que sinto que não conheço você e eu sou muito... curiosa - Admiti. - Vai Edward, me conta!

Edward sentou-se na cama e ele parecia bem triste.

- Meu pai é um milionário e eu vou ter que administrar todas as empresas que ele tem. Mas eu nunca fui um filho bom. Bebia, fumava, saia a hora que queria e quando meu pai olhava para mim, ele via uma praga, ao invés de um filho. - Ele abaixou a cabeça e fixou o olhar em seus pés, que estavam descalços. - Por isso, ele me mandou para o Brasil, por que aqui, as coisas são mais agitadas e todo esforço é válido. Aqui, os homens precisam trabalhar para ter o que comer e lá não. Eu comia o que quisesse, por que ele tem dinheiro. Jennie e Alfredo só são os conhecido dos meus pais, que finjam ser os meus verdadeiros pais. Por isso, tenho que estudar em uma faculdade que não quero.

Uau. Era muita coisa para entender.

- Você é um bad boy?

- Sim - Admitiu. - Gosto de usar roupas pretas, tenho tatuagens nas mãos, saio á noite com amigos aqui, gosto de pegar várias garotas e faço... sexo. - Ele disse aquilo só pra me irritar, pois eu odeio essa palavra.

- Ah bom. Seus pais não gostam de você? - Seu olhar ficou triste e eu soube que havia aberto a ferida dele.

- Eles só ligam para dinheiro. Nunca me deram o que eu realmente queria, por isso, me tornei essa pessoa que sou hoje. Não me importo de ser o fracasso deles, por que eles me fizeram ser isso.

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