Lara Cooper.
Minha mãe me encarou com uma sobrancelha arquiada, tentando compreender a minha cara de " Ele não deveria existir ".
- Nome bonito. Ele é bonito também? Como é ele? - Perguntou, esfregando as mãos, interessada naquele assunto.
- Ele é... é bonito sim. Seus olhos são castanho-escuro, bem lindos mesmo. Ele é cheio de tatuagens, porque todo o corpo, não sei, mas ele tem muito! Ah! E o cabelo é preto, bem baixinho. - Respondi, como se não tivesse nenhum interesse naquele assunto.
Dizer pra mim mesma que Edward é bonito, me fazia pensar que eu estava com fome.
Ele era bonito, até mais que isso, mas seu sorrisinho debochado me irritava.
Seu olhar... era como se ele pudesse me ver, mesmo estando sobre milhares de camadas de roupas.
Eu só não sabia porque eu tinha ficado tão balançada com a aparência daquele garoto. Nunca tinha sentido aquilo antes por nenhum garoto. Nunca tinha ficado tão irritada e tão atraída como antes.- Ah. Você está apaixonada por ele? - Engasguei com a minha própria saliva, olhando para minha mãe com tanto susto, que minha mãe até se assustou.
- Ok. Isso é maluco, mas seus olhos brilham tanto...- Estendi a palma da mão para minha mãe, tentando pará-la.- Deus me livre! - Resmunguei. - Ele é o garoto mais chato que existe. Sem contar que a voz dele é irritante, ele não para de fazer idiotice. - Minto.
Levantei do sofá, levando o meu copo que estava com o suco até a pia. Lavei o mesmo, pegando um cookies que estava em cima da mesa.
Voltei para o sofá e vi a minha mãe com um sorrisinho no rosto.- Por que está com esse sorriso no rosto? Alguma notícia? - Peguei o controle para ligar a televisão, mas minha mãe o pegou, jogando de volta no sofá.
- Tem vizinhos novo. - Disse, calçando suas havaianas e se levantando do sofá. - O que está esperando? Vamos desejar as boas-vindas, filha!
Minha mãe era sempre assim. Quando chegava um vizinho novo, ela toda vez ia lá, com pedaços de torta, desejando boas-vindas e blá blá blá.
Era irritante, porque todos eles eram idosos ou adultos, que puxavam assunto com os meus pais e eu tinha que ficar lá, prestando atenção naqueles assuntos irritantes, sem nada bom para fazer de verdade.- Queria tanto ficar...- Resmunguei, mas minha mãe me conteve.
- Nada disso, mocinha! Dessa vez você vai comigo. Você não quis ir da vez passada, lembra? - Perguntou, o que me fez lembrar da última vez em que mudaram vizinhos novos para cá.
Eu tinha uns dezesseis anos e eu não gostava daquilo, então, inventei que estava doendo a barriga para minha mãe, que foi acompanhada do meu pai.
Só que depois, minha mãe viu que eu estava mentindo, ela prometeu que na próxima eu vinha.- Ok. - Assenti. - Se é para falar sobre receitas de torta de morango, problemas com filhos em casa..., acho que eu vou. - Gracejei, ganhando um olhar da minha mãe.
- Vamos lá, Lara! - Ela disse e puxou meu braço.
Nós duas saímos pela porta dos fundos, só encostando a mesma.
Fiquei surpresa, quando eu vi que a casa que tinha novos vizinhos, era a casa em que Edward estava com a bicicleta dele, quando eu estava meditando de manhã.
Ok. Só faltava ele ser o vizinho daqui do lado, não é?
Quando chegamos na porta da casa, minha mãe pôs um sorriso no rosto e apertou a campainha. Segundos depois, um mulher de cabelos claros - que parecia com um loiro claro -, apareceu na porta. A mesma nos viu e sorriu gentil.- Bom dia. Somos as vizinhas daqui de frente, e queríamos desejar as boas vindas para vocês. - Minha mãe disse, sorrindo.
Eu, fui forçada a sorrir também. Nem me importei mesmo. Eu não estava nem um pouco curiosa pra saber quem era aquele povo.
Mentira! Eu estava curiosa até demais.- Bom dia. - A mulher disse, demonstrando uma voz doce. - Ah, obrigada. Querem entrar?
Já estava prestes a balançar a cabeça em negação, quando a minha mãe assentiu.
- Somos vizinhos agora, então, não precisam se sentir acanhados em pedi alguma coisa, afinal, é para isso que servem os vizinhos. - Novamente minha mãe disse, enquanto a gente entrava.
- O seu sotaque é tão lindo! - A mulher derreteu. - Vinheram da onde?
- Bahia. - Respondi pela primeira vez, depois que a gente chegou.
- Nossa, que legal. Nós somos dos Inglaterra só que este ano, o Alfredo teve que vir participar de umas coisas em uma empresa aqui no Brasil.
- Brasil? Quê que tem Brasil? - Um homem moreno desceu as escadas.
- Ôh, essas são as nossas vizinhas, Alfredo. Vinheram nos desejar as boas-vindas aqui. - A mulher, que eu ainda não sabia o nome, colocou-se de pé.
- Prazer. - Estendeu a mão pra minha mãe e depois veio até mim, fazendo o mesmo gesto.
- Esta é...- Ela disse como se quisesse saber o nosso nome.
- Madalena e Lara. - Minha mãe disse, resolvendo a situação. - Nós ainda não sabemos o seu...
- Sou a Jennie. Sentem-se. - Eu e minha mãe sentamos.
- Então, vocês moram nessa casa aí sozinhas? - O homem, que descobri ser muito amigável, perguntou.
- Não. Moramos eu, a Lara e o Pedro, meu maridão.
Deu vontade de revirar os olhos. Todas as vezes era assim. Só conversa bestas e mais bestas.
- Mãe, eu não estou achando...- Escutei aquela voz irritante.
Quando virei o pescoço, vi Edward. Ele estava só com uma toalha enrolada na cintura e parecia ter acabado de sair do banho.
Depois de olhar para gente, Edward acabou correndo para não sei aonde.
Então, eu só consegui pensar em uma coisa.- Alô, Nícolas e Violetta? - Coloquei a mão na orelha, fingindo estar recebendo uma ligação.
***
Seguinte...
N/A: Nícolas e Violetta, são personagens de um outro livro meu, que está disponível aqui em meu perfil.
A História deles dois está baseada aqui, porque eles dois eram vizinhos e acabaram se apaixonando.
Será que teremos algo parecido aqui, em BEIJO RARO?
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Idiot - Beijo Raro.
Teen FictionLara Cooper veio da Bahia com a família, para fazer faculdade de psicologia. Até então, as coisas estavam indo super bem, se não fosse um esbarrão que ela havia participado, com um garoto totalmente diferente dos outros. Ele era Edward Fernandes, um...