Una Cancion

223 15 1
                                    

CHRISTOPHER UCKERMANN

Fiquei uns minutos processando o que Dulce me disse.
Não culpo Maite por ter feito isso, fiz algo tão ruim quanto o que ela planejou. Agora, meus pais e Alfonso? Eles não pensaram que isso poderia dar certo e eu realmente me apaixonasse? Para depois, acabar o prazo e eu ficar arrasado.
Não sei o que pensar sobre Dulce, ela pareceu bem sincera, mas como posso acreditar no que ela diz, se ela estava atuando também?
A pior parte é que eu sabia que tinha dado certo. Eu realmente estava me apaixonando por ela, como nunca antes.

Não era um cara de muitos vícios, gostava de beber porque achava que assim as pessoas ficariam mais legais, mas Dulce era ainda mais incrível quando estava sóbrio.
Mas agora que sei de tudo, não sei o que fazer quanto a ela. Eu acredito que ela não voltará para cá, por mais que ela fosse o ponto central do plano, parecia que no fundo se sentiu culpada, será que foi por ver o Pablo? O quanto ele fez mal para ela? E se ele não tivesse aparecido, será que ela sentiria a culpa e contaria a verdade ou ficaria aqui brincando de casinha?

Me levantei da areia e voltei para dentro de casa, pegar meu quase kit de dias ruins.
Juntei um maço de cigarro, caderno, lápis e meu violão. Coisas que eu quase nunca tocava desde que me tornei adulto.
Na adolescência, realmente era viciado em cigarros e bebidas, e quase todas as noites, fumava e compunha músicas. Era uma forma de extravasar alguns sentimentos presos em minha garganta. Parei de fazer isso quando Anahí e eu terminamos. Na época, ela achou que éramos mais amigos do que namorados, mas na verdade, eu amei ela também, só era burro demais para saber como fazer as coisas funcionarem. Eu sabia ser o melhor amigo, mas quando deveria ser o namorado, não sabia expressar, tudo passava na minha cabeça, mas não conseguia colocar em prática.

Voltei para a areia da praia, e fumei um cigarro.
A nicotina começou a fazer efeito quando dei umas tragadas profundas, pois já me senti relaxar.
Depois de fumar mais outro, peguei meu violão e comecei a dedilhar as cordas aleatoriamente.
O som começou a sair harmonizado e letras começaram a surgir em minha mente.

"Hay unas que llegan al alma
Que te hacen mover las palmas
Otras que llegan al corazón"

(Tem umas que tocam na alma
Que te fazem balançar as mãos
Outras que tocam direto no coração)

"Hay unas que se necesitan
Otras que nunca se olvidan
Que te hacen despertar pasión

Oyendo una canción para ti, para mí
Y que nos llegue al pensamiento
Para vivir y expresar todo lo que yo siento
Quiero tenerte, te dedico esta canción".

Ouvindo uma canção para você, Dulce.

Todo CambióOnde histórias criam vida. Descubra agora