Epílogo parte I

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CHRISTOPHER UCKERMANN

3 anos depois.

Estava suando frio em frente ao espelho. Ajeitei pela milésima vez o nó em minha gravata, céus porque isso tinha de ser tão difícil. Já éramos casados na prática, mas oficializar tudo assim perante a Deus e as leis do homem, me causava certa ansiedade e parte desse sentido adveio do fato de voltar para cá, minha antiga casa.
Havia pedido a mão de Dulce, antes mesmo de Luna nascer e achei que nos casariamos bem antes disso, mas com todas as mudanças que aconteceram em nossas vidas, o tempo perfeito ainda não havia aparecido. Dulce dizia que um papel não mudaria nosso amor, e que tínhamos outras prioridades agora, o crescimento de nossa filha, a nova vinícola na Itália e o doutorado que ela ingressou.
Planejamos a nossa vida dentro de uma perspectiva bem simples, continuariamos morando na minha casa de praia, Dulce continuaria na ONG, nos casariamos e Luna seria criada ali. Mas, as coisas não saíram como o planejado, o que é normal se tratando da vida e que ninguém sabe o dia de amanhã.
Depois de passado os seis primeiros meses de Luna, Dulce teve de voltar ao serviço e o canalha do seu chefe a dispensou, alegando corte de gastos mas todos sabíamos que isso era pelo tempo que ela ficou fora cuidando de mim e depois, a gestação. Isso fez com que ela perdesse várias viagens marinhas que seu chefe foi obrigado a ir em seu lugar.
Ficamos tristes, mas não me desesperei visto que tenho dinheiro suficiente para manter nos três, porém a minha bela musa não se deixou abater e em meio a maternidade, voltou a se concentrar em seus estudos para alavancar a carreira e entrar em um mestrado. Foram longas noites de estudo, dormi várias vezes com Luna nos meus braços, mas apoiei minha mulher até o fim.
Nesse meio tempo, surgiu novamente e com mais força ainda, a possibilidade de abrir uma segunda vinícola na Itália e por mais que eu relutasse, por amar aqui e por não querer que isso influenciasse nos sonhos de Dulce, tive que abrir novamente esse diálogo com minha noiva e surpreendentemente concordamos em ficar alguns meses na Itália para resolver os trâmites e depois tocaria a distância. Em um dos nossos dias morando provisoriamente na Itália, descobri que minha querida futura esposa, quis compartilhar seu sonho com o meu e sem que eu soubesse, defendeu sua tese e foi aprovada para o doutorado na cidade litorânea vizinha a nossa. Ela queria estar ali, e eu também. E foi aí que decidimos nos mudar de vez para aquele país.
Hoje estava de volta ao nosso país, nossa antiga casa, para então me unir profundamente aquela mulher. Era o momento perfeito, Luna já estava grande e iria entrar com as alianças junto com o filho de Anahí, Luca e eu estava feito um bobo, de terno e esperando a mulher da minha vida.

Iríamos nos casar na areia da praia, onde um dia foi nossa casa.

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